Você não é astronauta, coma mais fibras!

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A chegada do homem à lua em 1969 foi comemorada mundialmente. De lá para cá a tecnologia espacial evolui muito mas um dos desafios continua sendo a alimentação dos astronautas. A falta de alimentos frescos e essenciais à saúde faz com que a NASA e seus parceiros invistam em muita pesquisa nesta área. Este ano divulgaram que estão tentando produzir comida a partir dos excrementos dos próprios astronautas. Isso mesmo, comida feita de fezes e urina!

Por mais revolucionário que isto seja estou feliz por estar em terra firme, consumindo alimentos frescos, ricos em vitaminas, minerais, fitoquímicos e fibras. Na categoria fibras um tipo especial é a prebiótica. Na falta de fibras e fibras prebióticas astronautas desenvolvem um ecossistema intestinal mais inflamatório (Llyin, 2005). Para não corrermos o mesmo risco podemos incluir diariamente na alimentação alimentos como alho, cebola, repolho ou suplementos prebióticos. Converse com seu nutricionista!

E se faltam fibras na dieta?

Na falta de fibras, as bactérias presentes no intestino utilizam glicanos presentes no muco intestinal para se proliferarem, aumentando a permeabilidade intestinal. Quando as células afastam-se, pedaços de bactérias, proteínas mal digeridas e xenobióticos (substâncias estranhas como agrotóxicos) podem passar para a corrente sanguínea, inflamando todo o corpo.Cerca de 70% da energia dos colonócitos (células do intestino grosso) vêm de fermentação das fibras pelas bactérias intestinais. A partir dessa fermentação são produzidos ácidos graxos de cadeia curta (especialmente o butirato) que servem de energia para o intestino.

A redução da integridade da barreira intestinal leva à endotoxemia e inflamação crônica sistêmica. O excesso de proteína animal, principalmente quando mal digeridas, seja por falta de mastigação, hipocloridria, ingestão de líquido durante a refeição, insuficiência pancreática e biliar ou excesso no consumo, estimula a proliferação de bactérias tolerantes à bile redutoras de sulfato. Elas utilizam aminoácidos, como cisteína, metionina e taurina, produzindo ácido sulfídrico.

Essas bactérias também degradam as glicoproteínas do muco intestinal e produzem enzimas proteolíticas, agravando a hiperpermeabilidade intestinal. Quando há falta de muco, alimentos mal digeridos e paredes intestinais permeáveis, as toxinas e bactérias atingem a corrente sanguínea, ativando o sistema imunológico, aumentando a reatividade e suprimindo a tolerância. Ou seja, o sistema imune perde a capacidade de diferencial o que é próprio do que não é próprio, gerando um processo de autoimunidade. Podem surgir então alergias e o risco de doenças autoimunes, como tireoidite de Hashimoto aumenta.

A Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo mínimo diário de 600g de frutas, verduras e hortaliças. Outros autores falam em 600g ao dia. Ainda estimulam a mastigação, produzindo o fator de crescimento epitelilal durante esse processo, capaz de estimular a reparação das células epiteliais do trato gastrointestinal. Aprenda mais sobre intestino e saúde aqui.

Suplementos contendo fibras

Abaixo cito algumas marcas de fibras prebióticas. Antes do uso converse com seu nutricionista ou médico sobre a melhor opção par seu caso:

- Muke: inulina e frutooligossacarídeos (fos) e galactooligossacarídeos (gos) e goma guar (cyamoposis tetragonolobus)

- FiberFor - Fibra de Trigo, Frutooligossacaríos (FOS) e Inulina.

- FiberMais - Goma Guar Parcialmente Hidrolisada e Inulina.

- Fiber Balance - gomar guar parcialmente hidrolisada SUNFIBER e inulina

- Mix de fibras catarinense - inulina e polidextrose

- FOS maxinutri - frutooligossacarídeos (fos)

- Nesh fibras - inulina e goma guar

Saiba mais sobre o papel das fibras clicando:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Características da comunicação em saúde eficiente

A adequada comunicação em saúde é essencial para equipar a população com conhecimento suficiente para lidar com crises, surtos e epidemias como gripe, HIV / AIDS, dengue, malária, Zika, febre amarela etc. 

A comunicação em saúde bem feita faz com que as pessoas modifiquem comportamentos, estimula comunidades inteiras a adotarem medidas necessárias para prevenir doenças e proteger, manter e melhorar a saúde. Dentre estas medidas estão a alimentação saudável, prática regular de atividade física, proteção durante relações sexuais, evitação de álcool, tabaco e drogas. 

Para que os programas de comunicação em saúde tenham alto impacto deverão ser:

  • Precisos - ter conteúdo válido, sem erros de informação, interpretação ou julgamento.

  • Disponíveis - ser de fácil acesso para o maior número de pessoas possível (por meio de folder, cartaz, outdoor, conversas com profissionais de saúde, mensagens de texto, anúncios em TV, rádio, redes sociais, etc).

  • Compreensíveis - adaptados ao público alvo em termos de complexidade.

  • Equilibrados - o conteúdo apresenta os benefícios e riscos de ações potenciais ou reconhece perspectivs diferentes e válidas sobre o assunto.

  • Consistentes (1) internamente ao longo do tempo e (2) externamente, com as informações de outras fontes (o último é um problema quando outro conteúdo amplamente disponível não é preciso ou confiável).

  • Baseados em evidências científicas relevantes que tenham passado por revisão abrangente e análise rigorosa.

  • Confiáveis - a origem do conteúdo é credível e o conteúdo em si é mantido atualizado.

  • Periódicos - a entrega, acesso ao conteúdo é continuado ou  repetido ao longo do tempo, tanto para reforçar o impacto com um determinado público quanto para alcançar novas gerações.

  • Multifacetados - integrados a outras abordagens ou intervenções como mudanças de políticas, melhorias nos sistemas de prestação de serviços de saúde, na estrutura das escolas. 

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/