Metabolômica na saúde infantil

A metabolômica é o estudo abrangente dos metabólitos em um organismo, permitindo a análise das vias metabólicas e sua relação com a saúde e doenças. Em crianças, a metabolômica tem sido aplicada em diversas áreas da saúde, incluindo:

1. Diagnóstico de Doenças Metabólicas

A análise metabolômica auxilia na identificação de erros inatos do metabolismo, como fenilcetonúria, acidemias orgânicas e doenças mitocondriais, possibilitando um diagnóstico precoce e intervenções mais eficazes.

2. Nutrição e Desenvolvimento Infantil

O estudo dos metabólitos pode ajudar a entender o impacto da alimentação infantil, do leite materno e de fórmulas infantis no desenvolvimento metabólico. Além disso, pode identificar biomarcadores de desnutrição ou obesidade infantil.

3. Microbiota Intestinal e Saúde Infantil

A metabolômica auxilia na análise da interação entre a microbiota intestinal e o metabolismo infantil, podendo revelar predisposições a doenças inflamatórias, alergias e distúrbios gastrointestinais.

4. Doenças Neurológicas e Psiquiátricas

Alterações nos perfis metabólicos podem estar associadas a transtornos como autismo, TDAH e epilepsia, ajudando na compreensão da fisiopatologia e no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.

5. Medicina Personalizada e Prevenção

A análise metabolômica em crianças pode permitir intervenções personalizadas para prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Alimentação após a atividade física

Quem treina muito leve ou só faz caminhadas não precisa ter uma dieta diferente de uma alimentação saudável e variada. Mas quem treina mais pesado precisa dar mais atenção ao que ingere.

O exercício e a recuperação do exercício são estados fisiológicos muito diferentes do repouso. Alguns dos alimentos que podem ser ótimos após o exercício podem não ser os melhores para você em repouso.

Após o exercício, você precisa se concentrar nos três Rs:

  1. reabastecer

  2. reidratar

  3. reparar

A dose dietética recomendada internacional (RDA) para ingestão de proteínas para onívoros é de cerca de 0,8 gramas por quilograma de peso corporal diariamente. Para vegetarianos 1,0 grama de proteína por quilograma de peso.

Então, se você pesa cerca de 70 kg, são 56 g a 70g de proteína por dia para sedentários ou pessoas que praticam atividades leves.

  • 1 ovo grande contém cerca de 6 g de proteína.

  • 100 g de amendoim tem cerca de 23 g.

  • 100 g de peito de frango contém cerca de 32 g.

Já quem pratica regularmente treinamento de resistência de alta intensidade, pode precisar de 1,6 a 1,8 g de proteína por kg de peso corporal. Quase o dobro da recomendação para manutenção.

Como a maioria das pessoas come muita proteína, esta não é uma grande preocupação para a maioria das pessoas. Claro, se você come pão de manhã, tarde e noite, pode ser que não esteja atingindo sua cota diária necessária.

O que são proteínas?

As proteínas são criadas a partir de blocos de construção chamados aminoácidos. Seu corpo precisa de 20 aminoácidos para funcionar e pode produzir todas as suas proteínas (enzimas, anticorpos, hormônios, receptores, músculo, cabelo, unha, neurotransmissores…).

Destes 20 aminoácidos existem nove aminoácidos considerados “essenciais” pois nosso corpo não os consegue produzir. Um desses aminoácidos essenciais é a leucina. Alimentos de origem animal possuem mais leucina e as plantas apresentam níveis relativamente baixos deste aminoácido. Esta é uma das razões pelas quais vegetarianos podem precisar de mais plantas para atingir sua meta de ingestão de proteína. Outros aminoácidos essenciais menos abundantes nas plantas são a lisina e a metionina.

Além disso, veganos e adultos mais velhos podem precisar estar mais atentos à ingestão de proteínas. Você pode encontrar uma lista de fontes de proteína vegana aqui.

Reabastecer após exercício

Nos músculos, a energia é armazenada como glicogênio, que nada mais é que a união de muitas moléculas de glicose. Depois de um treino intenso as reservas de glicogênio se esgotam. Para uma recuperação rápida, especialmente se você fará exercício novamente mais tarde ou no dia seguinte, é importante reabastecer estoques. Você pode consumir fruta, aveia ou outros cereais, vegetais, batata doce…

Algumas evidências sugerem que, após uma sessão intensa de exercício, combinar estes carboidratos com um pouco de proteína pode ajudar os músculos a reconstruir os estoques de glicogênio mais rapidamente do que apenas os carboidratos. Exemplos de combinações:

  • Iogurte com frutas

  • Arroz com feijão

  • Macarrão com carne moída

  • Legumes com tofu

  • Whey protein ou proteína vegana com aveia

O segundo R vem de reidratação: à medida que você sua, seu corpo perde água. Também perde sais e minerais, como sódio, magnésio e potássio. Coletivamente, eles são chamados de eletrólitos. Os eletrólitos são importantes para o funcionamento saudável de muitos sistemas do corpo, incluindo o sistema nervoso e os músculos. Água e eletrólitos podem ser repostos tanto com comida (como na melancia, rica em água e potássio), quanto com bebidas (água de coco, refrescos, suco verde, por exemplo).

Mas se o seu treino foi longo e intenso, você estava se exercitando em algum lugar quente ou planeja fazer exercícios novamente em breve, talvez seja necessário fazer mais esforço para reidratar e repor os eletrólitos. Existem bebidas esportivas e repositores eletrolíticos em cápsulas e pó. Podem conter ou não carboidratos na composição. Mas cuidados pois existem produtos cheios de corantes, conservantes, adoçantes, que podem ser prejudiciais.

Para repor os fluidos do seu corpo, a água resolverá muito bem o problema. Para quem sua muito ou se exercita em ambientes quentes a reposição de eletrólitos pode ser necessária:

O sódio pode ser adicionado a sucos de vegetais ou ingerido na forma de queijo, alimentos fermentados, picles, refeições salgadas, repositores eletrolíticos.

Frutas e vegetais são ricas em potássio. Inclua na dieta, laranja, abacate, banana, batata doce. O magnésio pode vir de chocolate amargo, nozes, semente de abóbora ou girassol. O cloreto pode vir do sal (NaCl), de frutos do mar algas marinhas. O cálcio pode vir de laticínios, queijo, gergelim, quiabo, couve e outros vegetais verde escuros.

Por fim, podemos prestar atenção aos antioxidantes. O exercício induz uma resposta inflamatória, principalmente o treinamento de força com foco em contrações excêntricas e exercícios de alta intensidade.

A inflamação durante o exercício se deve em parte à liberação de radicais livres. Alimentos ricos em antioxidantes podem ajudar a reduzir essa inflamação. Alimentos como açaí, amoras, romã, cerejas, açafrão, hortelã, canela, são ricos em antioxidantes.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Benefícios da atividade física, produção de miocinas e cuidados para viver mais e melhor

O exercício regular é amplamente reconhecido como essencial para a saúde geral. Seus benefícios incluem controle de peso, redução da inflamação, diminuição do risco de doenças cardiovasculares e melhora das defesas antioxidantes. Mas, além dos músculos, ele beneficia outros sistemas do corpo, como o cérebro, pâncreas e até o microbioma intestinal.

Durante a prática de exercícios, os músculos produzem substâncias chamadas exercinas. Estas proteínas ou peptídeos são liberados pelos músculos, fígado, tecido adiposo, ossos com a prática de exercício.

Entre as exercinas estão as miocinas, liberadas pelos músculos esqueléticos durante a contração muscular. Esses mensageiros químicos têm impacto não só nos próprios músculos, mas também no cérebro e em outros órgãos, promovendo saúde sistêmica, benefícios metabólicos, antiinflamatórios e regenerativos.

Importância das miocinas

🔥 Metabolismo e Controle do Peso

Miocinas melhoram a sensibilidade à insulina, ajudando na prevenção e controle do diabetes tipo 2. Estimulam a oxidação de gordura, favorecendo a perda de peso e a manutenção do peso saudável. Regulam o metabolismo da glicose, reduzindo os picos de açúcar no sangue.

🏋️‍♂️ Saúde Muscular e Óssea

Estimulam o crescimento e a regeneração muscular, prevenindo a sarcopenia (perda de massa muscular com a idade). Contribuem para a densidade óssea, ajudando na prevenção da osteoporose.

❤️ Proteção Cardiovascular

Reduzem a inflamação e o estresse oxidativo, ajudando a prevenir doenças cardíacas. Melhoram a função dos vasos sanguíneos, reduzindo o risco de hipertensão.

🧠 Benefícios para o Cérebro e Saúde Mental

Estimulam a liberação de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que melhora a memória e protege contra doenças neurodegenerativas como Alzheimer. Reduzem os níveis de estresse e ansiedade, contribuindo para a saúde mental. Podem ter efeitos antidepressivos, ajudando na regulação do humor.

🦠 Reforço do Sistema Imunológico

Regulam a resposta inflamatória do corpo, ajudando a manter o sistema imunológico equilibrado. Podem reduzir o risco de infecções e acelerar a recuperação de doenças.

📉 Prevenção do Câncer

Algumas miocinas, como a interleucina-6 (IL-6) e a oncostatina M, podem inibir o crescimento de células cancerígenas. O exercício físico associado à liberação de miocinas pode reduzir o risco de câncer, especialmente de mama, cólon e próstata.

Exercício, miocinas e Microbioma Intestinal

As miocinas desempenham um papel importante na comunicação entre os músculos e o intestino. As miocinas afetam o intestino de diversas maneiras:

Regulação da Inflamação – Algumas mioquinas, como a interleucina-6 (IL-6), têm efeitos anti-inflamatórios que podem ajudar a reduzir inflamações intestinais, beneficiando condições como a doença de Crohn e a colite ulcerativa.

  1. Melhoria da Microbiota Intestinal – O exercício físico, que estimula a liberação de mioquinas, pode promover um ambiente intestinal mais saudável, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas. Pode modificar a composição do muco intestinal, favorecendo bactérias como a Akkermansia muciniphila, conhecida por seu efeito anti-inflamatório.

  2. Proteção da Barreira Intestinal – Miocinas como a irisina podem melhorar a integridade da barreira intestinal, reduzindo a permeabilidade intestinal e evitando a "síndrome do intestino permeável".

  3. Metabolismo e Saúde Digestiva – Algumas miocinas influenciam o metabolismo da glicose e da gordura, impactando a absorção e digestão de nutrientes.

Benefícios Além do Físico: Saúde Mental

O impacto positivo do exercício também é sentido no bem-estar mental. As miocinas têm um impacto significativo no cérebro, ajudando a reduzir o estresse, melhorar o humor e até proteger contra doenças neurodegenerativas. Estudos indicam que o exercício físico, ao influenciar o microbioma intestinal, pode reduzir sintomas de estresse, ansiedade e depressão. Isso ocorre porque o intestino e o cérebro estão em constante comunicação:

  • Os micróbios intestinais ajudam a produzir neurotransmissores como a serotonina, essencial para o humor e a memória.

  • Alterações no microbioma estão associadas a distúrbios psiquiátricos, reforçando a importância de um intestino saudável.

  • O exercício aumenta os níveis de BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro), uma proteína essencial para a formação de novas conexões neurais e proteção contra doenças como Alzheimer e Parkinson.

  • Há redução de cortisol, hormônio do estresse e aumento da produção de dopamina e serotonina, neurotransmissores ligados a bem-estar e felicidade.

  • A miocina irisina têm sido relacionada à redução de sintomas de depressão, tendo efeito semelhante aos antidepressivos na melhoria do humor, mas de forma natural.

  • As miocinas também ajudam a controlar o estresse oxidativo e isto é fundamental pois durante o exercício intenso a produção de radicais livres é elevada.

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