Você já ouviu falar em ácido metilmalônico (AMM)? Embora pouco conhecido fora dos círculos acadêmicos, esse composto pode ser uma peça-chave para entender uma série de doenças ligadas à disfunção mitocondrial e ao estresse oxidativo — fatores centrais em condições como Alzheimer, Parkinson, envelhecimento precoce e até distúrbios metabólicos raros.
O Que É o Ácido Metilmalônico?
O AMM é um metabólito intermediário gerado nas mitocôndrias durante a quebra de certos aminoácidos e ácidos graxos de cadeia ímpar. Para ser eliminado corretamente, ele depende de uma enzima chamada metilmalonil-CoA mutase, que, por sua vez, precisa da vitamina B12 como cofator.
Quando essa via é interrompida — por deficiência de B12 ou falha mitocondrial — o AMM se acumula no sangue e nos tecidos, podendo causar toxicidade celular.
AMM, Mitocôndrias e Estresse Oxidativo: A Tríade Perigosa
As mitocôndrias são as "usinas de energia" das células. Quando estão danificadas, além de produzir menos energia, liberam espécies reativas de oxigênio (ROS), que causam estresse oxidativo e danificam DNA, proteínas e lipídios.
O AMM não é apenas um marcador passivo, mas também pode contribuir ativamente para o estresse oxidativo, amplificando o dano mitocondrial — o que cria um ciclo vicioso.
Por Que Isso É Importante?
Em doenças como acidúria metilmalônica (um erro inato do metabolismo), o acúmulo de AMM é gravíssimo e pode afetar o cérebro, os rins e o fígado. Em casos de deficiência de vitamina B12, especialmente em idosos, níveis elevados de AMM podem antecipar sintomas neurológicos antes mesmo de aparecerem nos exames convencionais.
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