Muitas crianças no espectro do autismo experimentam problemas intestinais. Estudos mostram que pais de crianças no espectro relatam 4 vezes mais problemas gastrointestinais do que aqueles cujos filhos não estão no espectro. Um dos principais problemas é a disbiose intestinal, um desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins no intestino.
Este desequilíbrio é muito comum quando a dieta é restrita, com baixo teor de fibras e fitoquímicos. Outros motivos comuns para a disbiose são o consumo excessivo de proteína animal (carne, leite, ovo, queijo), alimentos ultraprocessados e açúcares.
A suspeita de disbiose ocorre quando há sintomas como náuseas, vômitos, excesso de gases, arrotos, distenção abdominal, períodos alternados entre diarreia e constipação intestinal, fezes mal formadas. O diagnóstico pode ser confirmado com testes laboratoriais, como:
Zonulina fecal: valores aumentados indicam hiperpermeabilidade intestinal. Saiba mais neste outro artigo.
Indican: exame de urina que avalia indoxil sulfato, um produto de putrefação resultante da desconjugação bacteriana do triptofano dietético em indol no intestino delgado. Níveis elevados de Indican estão diretamente associados à atividade bacteriana nos intestinos. Indicam toxemia intestinal ou supercrescimento de bactérias anaeróbicas, putrefação de alimentos não digeridos nos intestinos, distúrbios estomacais (constipação, má absorção), distúrbios intestinais e insuficiência pancreática.
Metabolômica: muitos outros metabólitos produzidos por bactérias intestinais podem ser estudados. O mais fácil é coletar esta amostra da urina. Este artigo discute os principais metabólitos para quem deseja pesquisar disbiose.
Microbioma intestinal: é um teste genético que tem como objetivo identificar todas as bactérias presentes na flora intestinal. Esse exame é feito ao esfregar um swab (cotonete) nas fezes, logo após a eliminação, e colocando o cotonete em um tubo, que é entregue ou enviado para o laboratório para fazer a análise.
Prova do hidrogênio expirado: esse exame é feito para identificar a presença de gases produzidos pelas bactérias do intestino. Para isso, a pessoa deve beber uma solução de glicose e, logo em seguida, respirar em um equipamento para que seja feita uma análise do ar expirado. Caso o exame indique grande ou pouca quantidade de gases, é sinal de desequilíbrio da microbiota intestinal.
O objetivo final do uso de probióticos para o autismo é estabelecer um intestino saudável - e a base de um intestino saudável está nos alimentos que ingerimos. Portanto, embora concentremos nossa atenção nos probióticos, é importante lembrar que eles servem para complementar uma dieta saudável, cheia de fibras e rica em nutrientes. Falo mais sobre este tema nesta aula de 1 hora sobre nutrição no TEA:
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