A alimentação adequada e promotora da saúde é um direito humano básico. Contudo, é comum que profissionais de saúde possuam lacunas de conhecimento em relação a pessoas no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Neste vídeo converso sobre a importância e limites da nutrição no autismo.
Exposoma no autismo
Pesquisas recentes sugerem que todas as pessoas possuem genes que poderiam gerar transtornos de neurodesenvolvimento. No TEA vários destes genes combinam-se (herança poligênica), sofrem mutações e ainda interações ambientais, que geram as dificuldades de interação social, comunicação e linguagem.
Esta inter-relação genética-ambiente começa ainda dentro da barriga da mãe. O expossoma é o nome dado ao conjunto de fatores com os quais interagimos diariamente e que podem aumentar o risco de mutações ou vulnerabilidades. Muitos pesquisadores têm debruçado-se sobre a importância do expossoma nas chances de desenvolvimento de TEA. Existem estudos recentes sobre o impacto dos agrotóxicos, da poluição ambiental, dos plásticos, da suplementação de vitaminas específicas e outros fatores, que combinados podem aumentar o risco de transtornos do neurodesenvolvimento.
O acompanhamento pré-natal adequado é tido pelos estudiosos como uma das principais estratégias na prevenção do TEA. Estudos mostram que infecções durante a gravidez, prematuridade, uso de determinados medicamentos, contato com compostos tóxicos e complicações no parto aumentam o risco de TEA (Amaral, 2017).
Sem conhecimento adequado, problemas de saúde aumentam, principalmente em grupos vulneráveis, evidenciando o despreparo do sistema de saúde e de muitos profissionais para adaptar os protocolos de tratamentos às mais diferentes necessidades. Em relação à nutrição, a falta de alimentos ou suplementos adequados pode, ao longo do tempo, comprometer significativamente a qualidade de vida de pessoas mais vulneráveis. Discuto mais sobre este tema em meu curso online.