A revolução digital chegou com força ao campo da saúde e o uso das tecnologias avança a cada ano. São tantas inovações neste segmento que surgiu a necessidade de criação de um termo específico para agrupá-las: e-Health. O termo hoje é reconhecido mundialmente e abrange ferramentas e soluções digitais que ajudam a melhorar a saúde e qualidade de vida das pessoas.
Segundo a HIMSS – Healthcare Information and Management Systems Society, eHealth é qualquer aplicação da internet, utilizada em conjunto com outras tecnologias de informação, focada em melhorar processos clínicos, tratamentos, fluxo de informações, reduzir custos. Para tanto utilizam-se recursos eletrônicos que aprimoram a prestação e coordenação de serviços e sistemas de saúde.
Obviamente, o conceito inclui muitas dimensões, desde a entrega de informações aos parceiros da cadeia de atendimento, passando pelas facilidades de interação entre a equipe de saúde e os pacientes. Dentre o conjunto de ferramentas e serviços capazes de melhorar o atendimento e o tratamento de forma integrada através da Web, destacam-se:
- Prontuários Eletrônicos;
- Big Data (análise de grande conjunto de dados);
- Computação em nuvem;
- Medicina Personalizada;
- Telemedicina;
- Inteligência artificial;
- Wearables (tecnologias "vestíveis") como relógios e óculos inteligentes ou diferentes tipos de sensores;
- Aplicativos em dispositivos móveis como Run Keeper, MyFitnessPal, Headspace e Daily Yoga.
Você já usou algum aplicativo? Que impacto real seu uso teve em sua saúde? Você manteve o uso? É comum que muita gente abandone o uso depois de um tempo. Pesquisadores tentam entender como criar soluções que sejam de fácil utilização, engajadoras e que contribuam para a adoção de comportamentos saudáveis. Com base em pesquisas, foi proposto o CEHRES Roadmap (van Gemert-Pijnen et al.,2011), mostrado na figura.
De acordo com o fluxo, o desenvolvimento de eHealth é um processo participativo, que deve envolver todas as partes interessadas desde as primeiras fases (investigação do contexto e especificação de valores) até o final (avaliação somativa). O desenvolvimento da tecnologia de eSaúde envolve ciclos contínuos de avaliação, como observado acima (avaliação somativa). As partes interessadas (incluindo usuários) fornecem feedback e encaminham comentários durante o processo.
O desenvolvimento da tecnologia eHealth está entrelaçado com a implementação. Questões que possam dificultar a implementação devem ser levantadas, como recursos limitados (tempo, equipe, dinheiro) ou fatores pessoais (habilidades, motivação, ansiedade, escolaridade etc). O desenvolvimento das mensagens, informações devem considerar teorias de persuasão para mudança de comportamentos. Motivar e possibilitar o apoio social são funcionalidades que podem ser projetadas para corresponder à individualidade dos usuários
Para entender que diferenças as tecnologias de eSaúde produzem nos cuidados pessoais e nos serviços de saúde há a necessidade de programação da avaliação de impacto desde o início do processo. Discuto sobre o tema em minha tese (Torres, 2015).