Quando existe um processo inflamatório ativo, a reposição hormonal pode trazer riscos importantes, porque os hormônios sexuais, especialmente os estrogênios, interagem diretamente com o sistema imunológico e com mediadores inflamatórios. Essa interação pode amplificar reações metabólicas e vasculares indesejadas.
A inflamação por si só já aumenta a coagulação e reduz a fibrinólise. Quando o estrogênio é introduzido nesse contexto, o risco de trombose ou de eventos cardiovasculares cresce ainda mais. Além disso, a inflamação crônica danifica o endotélio, e o estrogênio, que normalmente teria efeito protetor, pode acabar intensificando a instabilidade das placas e a reatividade vascular.
O fígado também sofre durante estados inflamatórios. O metabolismo hepático de lipídios e hormônios se altera, o que torna a resposta à reposição imprevisível. Isso pode levar ao aumento dos triglicerídeos, resistência à insulina e sobrecarga hepática.
No sistema imune, o estrogênio pode aumentar a produção de citocinas pró-inflamatórias, como IL-6 e TNF-α. Em mulheres com inflamação, essa ação pode piorar sintomas como dores articulares, fadiga e manifestações autoimunes.
Por isso, antes de iniciar qualquer reposição hormonal, é indispensável investigar e controlar marcadores inflamatórios, como PCR, ferritina e homocisteína, além de tratar a causa base do processo inflamatório. Exames multiômicos também são muito interessantes:

