Benefícios da formação em yoga para terapeutas ocupacionais que trabalham com pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)

O yoga é uma abordagem de saúde complementar que pode ser usada em paralelo com a medicina convencional para vários propósitos. Esta prática corpo-mente teve origem na índia e combina posturas físicas, técnicas respiratórias, meditação e relaxamento. Possui vários efeitos terapêuticos e tem sido utilizado no tratamento de pessoas com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), indivíduos com déficit de atenção transtorno de hiperatividade (TDAH), autismo e sobreviventes de câncer.

Pessoas com autismo podem apresentar dificuldades em manter conversas típicas, contato visual ou expressar emoções de forma apropriada. Também podem apresentar comportamentos repetitivos ou ritualizados. Também podem ter limitações no processamento sensorial, em diferentes intensidades. Terapeutas ocupacionais frequentemente estão envolvidos na equipe especializada no tratamento do autismo, tanto no ambiente escolar, quanto em clínicas.

O terapeuta ocupacional ajuda a criança a desenvolver habilidades da vida diária (como o treinamento do toalete, vestir-se, escovar os dentes, pentear cabelos, calçar sapatos, brincar funcional), ampliar as habilidades motoras (como segurar lápis, andar de bicicleta), integrar os sentidos, reduzindo as estereotipias. O terapeuta também pode utilizar-se de técnicas do yoga para acalmar e regular as emoções, reduzir a ansiedade e episódios de agressividade (Keenan-Mount, Albrecht & Waters, 2016).

Na escola, muitas vezes o cansaço e o excesso de informações reduz a aprendizagem de todas as crianças, inclusive as típicas. Estudos mostram que a inserção de práticas curtas de yoga em meio às aulas reduz a agitação e frustração das crianças. Por meio de orientações presenciais guiadas e também imagens mostradas em cartões, pôsteres, tablet ou smartphones as crianças visualizam posturas, modelando-as, imitando-as. Estudo mostrou que práticas curtas diárias, feitas em sala de aula por 16 semanas, reduziram os comportamentos desafiadores, a irritabilidade, a letargia, a auto exclusão social, a agressividade e a hiperatividade em crianças no espectro autista (Koenig, Buckley-Reen & Garg, 2012).

Além de aumentar o bem estar de crianças com autismo, a prática de yoga podem contribuir para a melhoria da saúde física e emocional do próprio terapeuta. Estes profissionais estão susceptíveis ao estresse falta de autonomia pela alta carga de trabalho, conflitos laborais, dificuldades inerentes ao próprio trabalho. Pesquisas têm demonstrado que a prática regular e continuada de yoga tem capacidade para modular a resposta fisiológica ao stress e à ansiedade, visto promover a melhoria da frequência cardíaca, a redução da pressão arterial e o aumento da capacidade respiratória.

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Outras evidências apontam no sentido da prática do Yoga melhorar de forma significativa a capacidade de concentração e de manutenção da mente no momento presente reduzindo, assim, os níveis de stress e ansiedade relacionados com a preocupação excessiva da mente em acontecimentos futuros e imprevisíveis. Do mesmo modo, ao “obrigar” a mente a estar presente no aqui e agora, ajuda, também, a ultrapassar a tristeza e a melancolia associadas a acontecimentos do passado.

Existem cursos de formação online e também profissionais capacitados ensinando a distância. Escolha a melhor forma de iniciar ou avançar na sua prática.

No mês 10 deste curso de formação de instrutores de Yoga trato mais do tema yoga e autismo com exemplos práticos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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