O transtorno do espectro do autismo (TEA) é caracterizado por diferentes graus de dificuldade de comunicação, deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Observa-se também no TEA aumento das comorbidades gastrintestinais, incluindo constipação crônica e diarréia.
A preocupação é a de que a fragilidade gastrointestinal, a alteração na capacidade digestiva protéica, a alta permeabilidade intestinal, a baixa atividade de enzimas digestivas e a dificuldade de eliminação de toxinas possa piorar os sintomas. A hipótese mais aceita é a de que tais características facilitan a entrada de peptídeos dietéticos no corpo, o que inflamaria o organismo, gerando respostas imunes aberrantes (Sanctuary et al., 2018).
Estudos já mostraram que um subconjunto de crianças com TEA possuem maior quantidade de subprodutos originados da atividade microbiana intestinal circulando pelo corpo. Existem evidências de associação entre disfunção intestinal. disbiose e os sintomas do TEA. Portanto, é urgente realizar pesquisas mais experimentais e clínicas sobre o “intestino frágil” deste grupo, possibilitando uma melhor conduta nutricional nestes casos.