Características comuns do TDAH (desatenção, hiperatividade, esquecimento, impulsividade, ansiedade) parecem aumentar o consumo de alimentos (em quantidade e com baixa qualidade). Assim, o nutricionista deverá fazer parte da equipe interdisciplinar, que também pode incluir neurologia, psiquiatra e psicólogo. O tratamento medicamentoso não é suficiente para corrigir todos os desequilíbrios observados, que inclui, além de redução de dopamina em determinadas áreas do cérebro, mais neuroinflamação e estresse oxidativo em outras áreas.
O comer emocional é comum (Vasiliki Leventakou et al., 2016) e deve ser trabalhado em psicoterapia e com técnicas como mindful eating. Também há maior risco de comer transtornado (especialmente compulsivo) e transtornos alimentares em indivíduos com TDAH. Este é outro motivo para o acompanhamento com profissionais da área (Levin, & RAwana, 2016). Obviamente, traços de personalidade também devem ser considerados. Um estilo de enfrentamento evitativo tem sido associado a um comportamento alimentar prejudicado e baixos recursos de enfrentamento têm sido associados a mais problemas alimentares (Kaisari et al., 2017).
Quando há falhas no controle inibitório a dificuldade de recusar alimentos ultraprocessados ou hiperpalatáveis torna-se mais difícil. Dizer não e se manter em dieta torna-se mais difícil. Uma das hipóteses é a alteração dos receptores de dopamina. Outra hipótese é a presença de comorbidades como transtorno de ansiedade ou mesmo depressão (Cortese et al., 2007). Aprenda mais sobre nutrição, genética, transtornos mentais e do neurodesenvolvimento em https://t21.video ou:
A própria pessoa pode saber que precisa comer menos, excluir alimentos ultraprocessados do cardápio e se exercitar mais. Mas a impulsividade precede a compulsão alimentar. O suporte familiar torna-se ainda mais importante. Bons hábitos alimentares precisam ser adotados por toda a família; assim como o hábito de prática de atividade física. Já atividades que aumentam demais o estresse devem ser revistas. Até porque a compulsão e a obesidade podem gerar outros problemas, como diabetes tipo 2, que parece ser também mais comum neste transtorno, especialmente quando há aumento substancial da circunferência da cintura (Liu et al., 2023).