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O intestino na depressão é complexo. Certas bactérias podem ajudar, enquanto outras podem atrapalhar. A produção de D-lactato por determinadas bactérias e seu potencial efeito neurotóxico é um tema de crescente interesse na comunidade científica, especialmente no contexto de doenças metabólicas e infecciosas.
O lactato é um composto orgânico produzido naturalmente pelo corpo durante a fermentação láctica, um processo metabólico que ocorre quando as células não possuem oxigênio suficiente para produzir energia. Existem dois tipos de lactato: o L-lactato, que é a forma mais comum, e o D-lactato.
A diferença entre L-lactato e D-lactato reside na sua estrutura molecular: são moléculas que são imagem especular uma da outra, como a mão direita e a esquerda. Essa diferença estrutural pode conferir propriedades biológicas distintas.
Bactérias Produtoras de D-Lactato
Diversas bactérias são capazes de produzir D-lactato, incluindo:
Bactérias intestinais: Algumas bactérias presentes no intestino humano, como Lactobacillus e Enterococcus, podem produzir D-lactato em determinadas condições.
Bactérias patogênicas: Bactérias como Streptococcus pneumoniae e Listeria monocytogenes também são capazes de produzir D-lactato.
L-lactato é produzido durante a glicólise anaeróbica a partir do piruvato. O D-lactato é produto da via do metilglioxal, produzido em grandes quantidades na disbiose intestinal (Remund, Yilmaz, & Sokollik, 2023).
Efeito Neurotóxico do D-Lactato
A acumulação de D-lactato no organismo pode levar a diversos problemas de saúde, incluindo:
Encefalopatia láctica: Uma condição caracterizada por disfunção cerebral causada pela acumulação de ácido láctico no sangue.
Neuropatia: Danos aos nervos periféricos.
Convulsões: Atividade elétrica anormal no cérebro.
Coma: Estado de inconsciência profunda.
O mecanismo exato pelo qual o D-lactato exerce seus efeitos neurotóxicos ainda não está completamente elucidado. No entanto, acredita-se que o D-lactato possa interferir com o metabolismo energético cerebral, causar danos oxidativos e induzir apoptose (morte celular programada) nas células nervosas.
Fatores de Risco
A suscetibilidade aos efeitos neurotóxicos do D-lactato pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo:
Doenças metabólicas: Pessoas com doenças como a doença de Leber e a deficiência de vitamina B12 têm maior risco de desenvolver encefalopatia láctica.
Infecções: Infecções por bactérias produtoras de D-lactato podem aumentar os níveis de D-lactato no organismo.
Insuficiência renal: Os rins são responsáveis por eliminar o lactato do organismo. A insuficiência renal pode levar ao acúmulo de D-lactato.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da encefalopatia láctica causada pelo D-lactato envolve a análise dos níveis de D-lactato no sangue e no líquido cefalorraquidiano, além de exames de imagem do cérebro.
O tratamento da encefalopatia láctica depende da causa subjacente e pode incluir:
Antibióticos: Para tratar infecções bacterianas.
Hemodiálise: Para remover o excesso de D-lactato do sangue.
Tratamento das doenças metabólicas subjacentes.
Em resumo, o D-lactato produzido por determinadas bactérias pode ter efeitos neurotóxicos significativos. A compreensão dos mecanismos moleculares envolvidos e a identificação de novos alvos terapêuticos são áreas de pesquisa ativa.
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