Relógios epigenéticos são modelos biomatemáticos/bioestatísticos que estimam a idade biológica de um organismo a partir de padrões de metilação do DNA.
A idade epigenética pode divergir da idade cronológica. Quando é maior, fala-se em aceleração epigenética, associada a maior risco de mortalidade, doenças cardiovasculares, câncer, diabetes tipo 2, declínio cognitivo e inflamação crônica. Quando é menor, sugere envelhecimento biológico mais lento.
Assim, tentam medir nossa idade biológica real. Alguém pode ter 50 anos cronologicamente, mas ter células tão envelhecidas como as de alguém de 60. É isso que os relógios epigenéticos tentam medir.
Os exames epigenéticos baseiam-se principalmente na metilação de citosinas em sítios CpG. Com o envelhecimento, certos CpGs tornam-se progressivamente hipermetilados e outros hipometilados de forma previsível. Algoritmos estatísticos, geralmente regressões penalizadas ou modelos de machine learning, integram centenas a milhares desses sítios para gerar uma estimativa de idade.
Existem diferentes relógios com propósitos distintos. O relógio de Horvath é multitecidual e estima envelhecimento intrínseco. O de Hannum é baseado em sangue. PhenoAge e GrimAge incorporam marcadores associados a morbidade e mortalidade, sendo mais preditivos de risco clínico. Relógios mais recentes tentam captar velocidade de envelhecimento e resposta a intervenções.
Uma maneira de o epigenoma funcionar é colocando pequenas moléculas, chamadas grupos metil, no DNA. Quanto mais o DNA estiver coberto com essas moléculas de metila, menos ativo será o gene (um gene é um pedaço de DNA contendo as instruções de construção de uma proteína). Saiba mais sobre os relógios epigenéticos aqui.

