A finasterida é um medicamento que atua como inibidor seletivo da enzima 5α-redutase tipo II. Essa enzima converte testosterona em dihidrotestosterona (DHT), um andrógeno muito mais potente.
Quando a finasterida é usada?
Algumas situações:
Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)
Reduz o tamanho da próstata aumentada.
Melhora sintomas urinários (jato fraco, urgência, esvaziamento incompleto).
Diminui risco de retenção urinária e necessidade de cirurgia.
Alopecia Androgenética (calvície de padrão masculino)
Reduz a queda capilar ao bloquear o excesso de DHT no couro cabeludo.
Pode estimular o crescimento de fios em áreas de miniaturização.
Outros usos (menos comuns ou em estudo):
Hirsutismo em mulheres (excesso de pelos).
Câncer de próstata (pesquisado, mas controverso porque pode reduzir incidência de tumores, porém aumentar risco de formas mais agressivas).
Síndrome do ovário policístico (SOP) (off-label, por reduzir ação androgênica).
Possíveis efeitos adversos
Nenhum medicamento é livre de risco e no caso da finasterida devemos nos atentar para efeitos:
Sexuais: queda da libido, disfunção erétil, diminuição do volume ejaculado.
Neuropsiquiátricos: em alguns casos, depressão, ansiedade, insônia, até sintomas persistentes (síndrome pós-finasterida).
Outros: ginecomastia, sensibilidade mamária, alterações de fertilidade.
A inibição da 5α-redutase pode estar associada a efeitos neuropsiquiátricos, inclusive sintomas de depressão, ideação suicida, ansiedade e até quadros psicóticos em indivíduos suscetíveis.
Por quê isso acontece?
A 5α-redutase é essencial para a produção de neuroesteroides GABAérgicos como a alopregnanolona.
A alopregnanolona atua como potente modulador positivo do receptor GABA-A, aumentando a inibição neuronal → efeito ansiolítico, anticonvulsivante e estabilizador do humor.
Quando se inibe a 5α-redutase (por exemplo, com fármacos como finasterida ou dutasterida), a síntese de alopregnanolona cai → reduz-se o "freio inibitório" no SNC → pode haver hiperexcitabilidade neuronal.
Medicamentos devem ser sempre acompanhados de exames e acompanhamnetos. Existem relatos de síndrome pós-finasterida, com sintomas como depressão grave, ansiedade, insônia e até ideação suicida. Alguns estudos sugerem que a redução crônica de alopregnanolona pode predispor a distúrbios psiquiátricos, inclusive psicose, já que esse neuroesteroide é protetor contra o estresse e a excitotoxicidade.
Altenartivas naturais à finasterida
Certos compostos de origem natural também têm efeito inibitório sobre a 5α-redutase, embora geralmente mais fracos do que a finasterida/dutasterida, incluindo:
Serenoa repens (Saw Palmetto)
O fitoterápico mais conhecido neste sentido. Tem ação inibitória sobre a 5α-redutase (principalmente o tipo I e II). Usado para hiperplasia prostática benigna e queda de cabelo androgenética.
Óleo de semente de abóbora (Cucurbita pepo)
Rico em fitoesteróis, pode reduzir a conversão de testosterona em DHT. Estudos sugerem benefício no crescimento capilar e na saúde prostática.
Pygeum africanum (extrato da casca da ameixeira africana)
Possui compostos que reduzem inflamação prostática e modulam a 5α-redutase.
Chá-verde (Epigallocatechin gallate – EGCG)
Antioxidante polifenólico que também tem efeito inibitório sobre a enzima.
Urtiga (Urtica dioica)
Pode bloquear a ligação da DHT ao receptor androgênico e inibir parcialmente a 5α-redutase.
Licopeno (tomate, melancia, goiaba, etc.)
Alguns estudos sugerem que também pode ter efeito protetor contra excesso de DHT.
Importante:
Esses compostos têm efeito mais suave que a finasterida. Ainda há debate sobre a eficácia real para tratar alopecia androgenética ou HPB. Podem ter menos efeitos colaterais neurológicos, já que a inibição não é tão intensa. Mas não é porque é natural que não pode fazer mal. Assim, precisando de ajuda, marque sua consulta.

