Falar de fome dói. Mesmo para quem não sente. Atualmente trabalho em Portugal e diariamente um morador de rua vem revirar as lixeiras da minha rua. Já tentei falar com ele mas é assustado, acuado. Pelo que essa pessoa já passou? Ele tem nome, mas não sei qual é. Só sei que é sujo, muito magro, cabeludo e barbudo. E me preocupo com ele.
A insegurança alimentar é um termo que refere-se a quando um indivíduo ou família não sabe quando - ou se - a próxima refeição está chegando, se será algo nutritivo, são, não contaminado. Afeta pessoas em todo o mundo, de todas as idades, sexos, países. Mesmo em países ricos como os Estados Unidos, mais de 17,4 milhões de lares passam por insegurança alimentar em algum momento do ano. Fazem parte do grupo refugiados, imigrantes, pessoas de baixa renda, idosos sem apoio. A falta de fundos é óbvia em todos os casos. Como fica quando alguém tem que escolher entre comida ou remédio. Entre comida ou o pagamento do aluguel? E se o carro da família quebra? Não é fácil sair do ciclo de insegurança alimentar.
As causas da insegurança alimentar
São múltiplas as causas da insegurança alimentar, incluindo as opções políticas dos países,, as mudanças climáticas, a destruição do meio ambiente, o acesso à educação, ao trabalho e à renda, o enfraquecimento da sociedade civil, a desigualdade social, surtos de doenças, o desperdício de alimentos (em casa, nos restaurantes, do agronegócio), falta de recursos naturais (como água), empobrecimento da terra, desastres naturais, pandemias, globalização e perda das variedades locais de alimentos, a existência ou inexistência de políticas públicas protetoras (no Brasil, por exemplo, os estoques de alimentos vêm sendo continuamente esvaziados. Em 2019 várias unidades armazenadoras do estado foram vendidas).
Muitas vezes ouvimos as pessoas falando que a dieta saudável é mais barata. Será que é mesmo? É mais saudável para todo mundo? Você por exemplo tem sempre acesso ou condições de comprar alimentos frescos e orgânicos?