A grande culpada pela obesidade no mundo: a indústria de alimentos ultraprocessados

A indústria de alimentos ultraprocessados está entre os grandes responsáveis pela epidemia de obesidade no mundo. Aprenda mais no vídeo. Acompanhe o blog: AndreiaTorres.com.br Biografia: Andreia Torres nasceu no Rio de Janeiro mas morou quase toda a vida em Brasília, onde fez graduação, especializações, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Alimentos ultraprocessados são formulações criadas pela moderna indústria de alimentos, com pouco ou nenhum alimento fresco e grandes quantidades de óleo, sal e açúcar, além de muitas outras substâncias. São exemplos de alimentos ultraprocessados: refrigerantes, biscoitos e salgadinhos de pacote, gelatinas industrializadas, refrescos em pó, temperos prontos, margarinas, iogurtes industrializados, queijinhos petit suisse, macarrão instantâneo, sorvetes, biscoitos recheados, achocolatados e outras guloseimas.

Aos alimentos ultraprocessados podem ser adicionados amidos modificados, isolados de proteínas, soro de leite, gordura hidrogenada, açúcar, óleo, sal e todo o grupo dos aditivos químicos, como conservantes, acidulantes, corantes, espessantes, estabilizantes, adoçantes. Os aditivos usados nos alimentos ultraprocessados têm como função prolongar duração dos produtos e torná-los tão ou mais atraentes do que os alimentos verdadeiros e naturais.

Mas além de um perfil nutricional desequilibrado, os processos e os ingredientes utilizados no ultraprocessamento atrapalham o controle natural da fome e saciedade, fazendo com que as pessoas desenvolvam compulsão e gerando ganho de peso. Estes alimentos também tem uma digestão muito fácil, contém pouca ou nenhuma fibra alimentar, são absorvidos muito rapidamente, estimulam muito a insulina, o estoque de gordura e geram hipoglicemia de rebote, aumentando a fome. Fora isso, os alimentos ultraprocessados são produzidos para serem "irresistíveis". De fato, pra muita gente é quase impossível comer um só e isso inclusive é dito, na maior cara de pau, na propaganda desses produtos.

E  não é só isso! O ultraprocessamento dos alimentos é muito ruim para o meio ambiente, pois gera uma grande quantidade de resíduos sólidos e requer maior consumo de água e de energia em comparação aos alimentos minimamente processados. Também representa risco à diversidade de espécies. Como a lógica da indústria é reduzir custos, compram apenas um tipo de laranja, um tipo de milho ou de soja. É muita coisa pra gente pensar.

Classificação brasileira é aceita e testada em várias partes do mundo

A classificação dos alimentos baseada na extensão e propósito do processamento industrial foi proposta por grupo de pesquisadores brasileiros e é hoje adotada em muitos países. De acordo com a clasificação NOVA seriam quatro os grupos de alimentos: (grupo 1) alimentos in natura ou minimamente processados; (grupo 2) ingredientes culinários (óleos, gorduras, sal e açucares), (grupo 3) alimentos processados e (grupo 4) produtos ultraprocessados. Esta classificação recebeu duras críticas de pesquisadores norteamericanos e irlandeses ligados à indústria dos alimentos. Mesmo assim, pesquisas realizadas em várias partes do mundo mostram que a classificação faz sentido e que pessoas que consomem mais alimentos ultraprocessados apresentam maior risco de obesidade e doenças crônicas não-transmissíveis.

Estudo, usando esta classificação, com mais de 450.000 pessoas de 10 países europeus mostrou que a redução de 10% dos alimentos ultraprocessados (refrigerantes, balas, sorvetes, alimentos defumados etc) reduz risco de câncer de cabeça, pescoço, esôfago, intestino, mama... (Kliemann et al., 2023).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Açafrão é um condimento interessante para adultos fazendo uso de antidepressivos

No Episódio 23 do Podcast comentei sobre a efetividade do uso do açafrão no tratamento da depressão. Recomenda-se o consumo de 1/2 colher de chá ao dia. A curcumina do açafrão possui atividade antioxidante e antiinflamatória protegendo as células do cérebro. 

A depressão é uma doença complexa. Por isto, várias abordagens devem ser utilizadas simultaneamente como atividade física, psicoterapia, nutrição adequada e uso de antidepressivos. Apesar da importância das drogas em muitos casos, as mesmas possuem uma série de efeitos colaterais. Desta forma, a administração e uso deve ser monitorada adequadamente por psiquiatras. As disfunções sexuais, por exemplo, fazem parte da gama de efeitos colaterais comuns advindos do uso dos antidepressivos, o que pode impactar negativamente a qualidade de vida, as relações, a autoestima e a recuperação de adultos. 

Estudos mostram que mulheres com libido reduzida e homens com disfunção erétil induzida pelo uso do prozac beneficiam-se com o uso de açafrão. O uso de 15 mg de açafrão por 4 semanas restaura a função sexual em grande parte dos indivíduos (Modabbernia et al., 2012; Kashani et al., 2013). 

Suplementos de curcumina

Existem também suplementos manipulados como o Curcuvail. Caso precise de ajuda com dosagens e modificação alimentar marque aqui sua consultoria nutricional online.

Mais sobre os efeitos positivos nos alimentos no curso online "Alimentos Funcionais".

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Barreiras para o uso de aplicativos de saúde

Você já usou algum aplicativo relacionado à saúde (como RunKeeper, MyFitnessPal, Headspace)? Algumas pessoas nunca instalaram, outras instalaram e não usaram, outras usaram pouquíssimas vezes. Isso é normal, são várias as barreiras relatadas para o uso de tecnologias.

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Barreiras relatadas pelos usuários ou pacientes

  • Nem sempre as tecnologias são desenhadas de forma ótima. O design pode não ser convidativo, a estrutura de navegação pode não ser boa.
  • Podem ocorrer problemas técnicos. Bugs, conexão instável com a internet dificultam o uso. 
  • A informação fornecida pelo app não é adaptada para o usuário. Talvez as informações sejam muito gerais, muito específicas ou limitadas.
  • As informações são de difícil interpretação ou muitos jargões médicos e da área de saúde são utilizados.
  • Os usuários não sabem como usar uma tecnologia específica. 
  • As pessoas podem desejar um contato mais pessoal com os profissionais de saúde do que uma tecnologia de eSaúde pode oferecer.

Quando a tecnologia é voltada a profissionais de saúde outras barreiras podem se apresentar.

Barreiras relatadas por profissionais de saúde

  • Uma tecnologia que não é compatível com as outras utilizadas (por exemplo, prontuários eletrônicos) ou com fluxos de trabalhos existentes constitui-se uma barreira. Outro problema é quando o app possui funções pouco claras sobre como e onde armazenar dados.

  • Problemas técnicos também podem ser barreiras para os profissionais. Se um programa sofrer falhas regularmente, a relutância em usar a tecnologia aumenta.

  • Os profissionais de saúde podem ter medo de que a diminuição do contato pessoal mude drasticamente a natureza ou efetividade de seu trabalho. O medo de que a qualidade do atendimento diminua devido à falta de contato ou devido a um tipo diferente de contato também pode ser uma barreira importante, por exemplo quando uma grande quantidade de consultas face-a-face é substituída por contatos on-line.

  • A falta de habilidades sobre como usar uma tecnologia pode causar sentimentos de insegurança nos profissionais de saúde. 

  • Regulamentações e instruções sobre o uso da eSaúde nos processos de saúde podem não ser claras, por exemplo, como os cuidados on-line e off-line podem ser combinados.

  • Se uma nova tecnologia for iniciada e implementada inteiramente pela gerência, os profissionais de saúde podem sentir que sua opinião não é levada em conta, o que pode aumentar a resistência ao uso de novas tecnologias e aplicativos. Profissionais de saúde podem se sentir restritos em sua autonomia.

Assim, ao colocar uma tecnologia em prática, as barreiras enfrentadas pelos indivíduos têm que ser contabilizadas para garantir uma implementação bem-sucedida. Você consegue imaginar alguma outra barreira que possa ser relevante na implementação e uso de tecnologias em saúde?

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/