A cognoscopia é um termo sugerido pelo Dr. Dale Bredesen, especialista em doença de Alzheimer. Trata-se de uma avaliação simples, que usa uma combinação de testes laboratoriais, cognitivos e, se necessários, de imagem, que identificam os contribuintes para o declínio cognitivo ou o risco de declínio cognitivo e Alzheimer. O objetivo é saber em que estado você está agora.
Quando completarmos 50 anos, devemos fazer uma colonoscopia para detectar se existem lesões pré-malígnas no cólon ou no reto, prevenir o câncer colorretal ou tratar a doença precocemente, evitando assim estágios avançados e com risco de morte. Mas e o nosso cérebro? Assim como no câncer de cólon, a patologia por trás da neurodegeneração, incluindo a doença de Alzheimer, leva muitos anos – muitas vezes décadas – para se desenvolver, proporcionando um período prolongado no qual podemos intervir efetivamente.
Para intervirmos o mais cedo possível precisamos identificar o que está acontecendo dentro de nós, que possa estar contribuindo silenciosamente para a patologia neurodegenerativa. O objetivo da cognoscopia é avaliar nossa posição no que diz respeito aos perigos de inflamação, valores insuficientes de hormônios ou nutrientes para o cérebro ou excessivos de compostos tóxicos no sangue.
Podemos fazer isso seguindo três passos etapas simples para avaliar o risco cognitivo
Um conjunto de exames e urina de sangue que revela fatores de risco para demência (genotipagem ApoE, arsênico, hemograma, cobre, cortisol, DHEA, estradiol, ferritina, hemoglobina glicada, homocisteína, proteína C reativa ultra sensível, insulina, chumbo, lipidograma, hemograma, magnésio, mercúrio, progesterona, T3, reverso, T3 e T4 livres, testosterona livre, TSH, Vitamina B12, Vitamina D, Vitamina E, Zinco)
Uma série de avaliações cognitivas simples que indicam se existem áreas de preocupação atualmente. Você responderá perguntas sobre sua memória, sobre dificuldades (cálculo, localização espacial, reconhecimento de fatos, problemas de audição, vocabulário, planejamento etc).
Uma ressonância magnética com volumetria é opcional para aqueles que não apresentam sintomas, mas é recomendada para aqueles que já apresentam sintomas cognitivos ou cujos escores cognitivos sugerem algum grau de comprometimento cognitivo.
Prevenção e tratamento do declínio cognitivo
Para manter o cérebro saudável faz-se necessária a otimização da dieta, com redução de carboidratos simples. Deve-se dar apoio ao processo de autofagia com jejum de 12 horas diárias. Para redução do estresse recomenda-se yoga, meditação ou música. Todo paciente deve estar dormindo 8 horas reparadoras por noite. Melatonina pode ser recomendada, assim como o tratamento da apneia. É fundamental atividade física 4 a 6 vezes por semana para estímulo de BDNF. Treino cognitivo também é altamente recomendável. Exercícios que desafiam memória, raciocínio, atenção, coordenação e percepção são indicados.
COMECE A SE CUIDAR HOJE! Em fases avançadas de progressão da doença de Alzheimer, há uma perda tão grande de neurônios e sinapses que corrigir as causas dessas perdas não reverte, necessariamente, o declínio cognitivo. Contudo, existe uma janela de oportunidades relativamente grande tanto para prevenir, quanto para reverter o declínio cognitivo.