Para que serve a vitamina B12?

A vitamina B12 é uma vitamina hidrossolúvel, que faz parte de uma família de compostos denominados de cobalaminas, devido a presença de cobalto ligado a um grupo cianeto. Dependendo dos outros compostos ligados à molécula, pode receber outros nomes como metilcobalamina, hidroxicobalamina, aquacobalamina e deoxiadenosilcobalamina.

A cobalamina é uma substância hidrossolúvel, sintetizada por microorganismos presentes no intestino de animais, a partir da vitamina B2 - riboflavina (Ealick & Begley, 2007). Depois é absorvida aparecendo em alimentos de origem animal, como carnes, ovos e laticínios. Como seres humanos não são capazes de sintetizar a B12 precisam consumir alimentos de origem animal ou suplementar a B12.

Após absorção a cobalamina é essencial para diversas reações bioquímicas, funcionando como co-fator de duas enzimas. A metionina-sintase está presente no interior da célula e é responsável pela metilação da homocisteína. Se isto não acontece a homocisteína acumula-se e aumenta o risco de doenças cardiovasculares e Alzheimer. O aumento da homocisteína também pode acontecer quando há deficiência de vitamina B6 e/ou de vitamina B9.

Outra enzima dependente da B12 é a L-metilmalonil-CoA mutase, fundamental para a obtenção de energia no ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico) e também para a formação do grupo heme da hemoblogina, célula vermelha do sangue responsável pelo transporte de oxigênio e prevenção da anemia.

A deficiência de B12 associa-se a uma série de problemas de saúde como anemia megaloblástica, inflamação sistêmica, danos vasculares e neurológicos. Valores plasmáticos acima de 500pg/ml são considerados ideais para adultos.

A deficiência de B12 é mais comum em pessoas com gastrite atrófica, idosos e veganos. Sinais e sintomas da deficiência de B12 incluem fadiga, lesões aftosas na boca e mucosa oral, dormência e formigamento de braços e pernas, dificuldade para caminhar, ataxia, perda de memória, desorientação, demência e depressão. Apesar dos efeitos neurológicos serem graduais, podem ser irreversíveis se persistirem a longo prazo.

Avaliação laboratorial

A avaliação dos níveis de B12 no corpo pode ser feita com exames de sangue ou de urina. Como a vitamina B12 é hidrossolúvel é facilmente diluída em água e eliminada pela urina. Por isso, apesar da utilidade do exame de sangue, este é menos preciso do que o exame de urina.

Outra questão é que nem toda a vitamina B12 disponível no sangue consegue entrar nas células. Por exemplo, algas contém vitamina B12, porém sua disponibilidade para as células é baixa (células humanas não sabem bem o que fazer com B12 das algas). Quando a concentração no sangue está abaixo de 200 pg/mol considera-se deficiência de B12. Contudo, uma pessoa que consome muita alga ou suplemento de alga pode ter B12 acima de 200 e ainda assim estar com deficiência celular!

Infelizmente, não há como determinar a quantidade de B12 dentro das células. Outro exame para avaliar o estado de B12 no corpo é o holoTC. Aproximadamente 1/4 de toda cobalamina (vitamina B12) que circula está ligada à proteína transportadora de cobalamina. O exame holoTC mede justamente esta ligação. Seria a avaliação da quantidade de B12 biologicamente disponível. Assim a holoTC é um marcador da quantidade de B12 no corpo (Nexo e Hoffmann-Lücke, 2011) e é considerada mais útil para o diagnóstico de carência nutricional do que o valor de B12 plasmática. O valor ideal de Holo-TC seria acima de 50 pmol/l. Entre 35 e 50 exige melhor intepretação e indica-se o exame de urina. Abaixo de 35 pmol/l é característico de deficiência de B12.

Para quem não pode avaliar a holoTC ou o exame de urina, sugere-se o acompanhamento dos níveis de homocisteína, proteína que sobe quando a B12 está baixa. O ideal é que homocisteína encontre-se sempre abaixo de 9 mol/l.

Na urina o exame mais indicado é o ensaio de ácido metilmalônico. Quando existe deficiência de B12 o nível de MMA sobe (tanto no sangue, quanto na urina). Valores ideais de MMA na urina seriam até 2 mg MMA/g de creatina (ou 3,6 mmol de MMA/mol de creatina). A vantagem deste teste é que o ácido metilmalônico é mais estável que a vitamina B12. No sangue, as concentrações de MMA são cerca de 1.000 vezes maiores do que as de B12, o que torna a análise mais fácil e precisa.

Qual o melhor horário para suplementar vitamina B12?

Existem poucos estudos sobre esta temática, mas uma pesquisa mostrou que para pessoas que tem dificuldade em dormir, o ideal seria tomar a vitamina B12, para não desregular o ciclo circadiano (Hashimoto et al., 1996). A suplementação pode ser feita via oral, intramuscular, nasal ou sublingual e as dosagens dependem da idade e condição clínica de cada paciente.

Se você tem disbiose, redução de HCl, se toma antiácido ou fez uma cirurgia de estômago, terá mais dificuldade de absorver B12. O próprio envelhecimento dificulta a absorção de algumas vitaminas e minerais. Com isso, aumenta a fadiga, o cansaço, a memória se deteriora e sintomas de depressão podem surgir. Mas calma, não precisa correr para tomar injeção de citoneurin (até porque dói pra caramba). Uma ótima opção é a vitamina B12 sublingual. Se precisar de ajuda marque aqui sua consulta: https://andreiatorres.com/consultoria

Quanta B12 suplementar?

Pacientes com B12 baixa ou homocisteína alta ou ácido metilmalônico baixo precisam suplementar B12. Mas quanto? Pois é, idade, sexo, funcionamento de estômago, intestino, condição fisiológica ou patológica e polimorfismos genéticos vão influenciar nas recomendações. Não existe uma dose única para todos. Nutrição é uma ciência.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Pessoas que consomem mais gorduras precisam aumentar a ingestão de vitamina E

A alta concentração de colesterol no plasma leva à aterosclerose (acúmulo de gordura nos vasos). Por consequência, há maior risco de infarto cardíaco e acidente vascular cerebral. Dietas muito ricas em carboidratos simples geram aumento do estoque de gordura. Além disso, pessoas que consomem muita gordura saturada, presente em carnes gordas, embutidos, laticínios integrais, alimentos ultraprocessados ricos em gordura (como sorvetes) tendem a possuir níveis mais altos de colesterol.

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Gorduras são fundamentais para nossa saúde pois fornecem ácidos graxos que participam da constituição de membranas e síntese de hormônios. Também fornecem energia, atuam como isolante térmico e físico, são fundamentais para a síntese de ácidos biliares, que participarão da digestão.

Também melhoram a palatabilidade (sabor) dos alimentos, aumentam a saciedade e transportam vitaminas. Porém, as gorduras são super sensíveis à oxidação, ou seja, à perda de elétrons após o ataque por radicais livres. É por isso, que dietas com mais gordura precisam também ter mais vitamina E para que o corpo fique protegido contra doenças. Abordei este e outros temas no vídeo:

Vegetarianos também podem ter colesterol alto

Apesar das dietas a base de plantas serem mais ricas em fibras, antioxidantes e pobres em colesterol, vegetarianos podem também ter colesterol alto. Um dos motivos é a disbiose intestinal. Quando bactérias ruins proliferam-se, aumentam a produção de endotoxinas. Ao serem absorvidas pelo intestino, chegam ao fígado, desregulando-o. Neste momento o fígado passa a produzir mais colesterol.

Muitos vegetarianos possuem uma dieta excessivamente industrializada. Não comem carne, mas comem substitutos industrializados, ricos em corantes, conservantes, açúcar ou gordura de qualidade duvidosa. Muitos medicamentos, como anticoncepcionais, antidepressivos, antiinflamatórios prejudicam o intestino. Fora isso, a ansiedade e o estresse excessivo também estão entre as causas de disbiose. A saúde depende de cuidados globais, de corpo e mente. Além de cuidar da dieta adote práticas integrativas como yoga e meditação.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Para que serve a vitamina B2?

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A vitamina B2 (riboflavina) foi descoberta no soro do leite em 1879. Na época foi chamada de lactocromo.

É fundamental para o desenvolvimento e crescimento normais. Participa das coenzimas FAD e FMN, essenciais à produção de energia na forma de ATP. A deficiência de riboflavina acaba afetando a função de vários tecidos, provocando alterações degenerativas no sistema nervoso, disfunções endócrinas, anemia, problemas na pele, inflamação das gengivas, mucosa oral e língua, rachaduras nos cantos da boca (queilite angular), vermelhidão e irritação dos olhos.

A riboflavina é encontrada em uma grande variedade de alimentos de origem animal (carnes, ovos, leite) e vegetal (couve-de-bruxelas, brócolis). A carência de B2 é mais comum em pessoas alcoólatras ou com diabetes. A recomendação varia de acordo com a idade e o sexo e, em caso de deficiência, a suplementação de até 2 vezes o valor da tabela pode ser necessário.

Avaliação e suplementação da B2

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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