O coração trabalha sem parar, dia e noite, bombeando sangue para todo lado e levando com ele nutrientes e oxigênio a cada célula. Com tanto esforço pode envelhecer mais rápido que outros órgãos. Estudos mostram que metade dos homens adultos e 20% das mulheres adultas nos países ocidentais têm um coração cinco anos mais velho que a idade cronológica. Para as pessoas negras, a diferença pode chegar a 11 anos. Corações envelhecidos possuem artérias mais rígidas e calcificadas, tecido muscular espessado e mais rígido, anormalidades no sistema de condução e válvulas disfuncionais. E, quanto mais o coração envelhece, maior o risco de hipertensão, arritmias, ataque cardíaco, derrame cerebral e morte súbita.
Causas do envelhecimento cardíaco prematuro
Os genes que você herdou da mãe e pai desempenham seu papel na taxa de envelhecimento cardiovascular. Genes não podem ser modificados mas, a maior parte dos fatores que contribuem para o envelhecimento acelerado podem. Dentre eles, destacam-se:
Hipertensão. A pressão elevada (acima de 120/80 mmHg) envelhece o coração. Para saber como controlá-la clique aqui.
Colesterol elevado e oxidado. Quanto maior o seu nível de colesterol, mais velho o seu coração será, já que o colesterol contribui para o entupimento das artérias e a má oxigenação cardíaca.
Tabagismo. O tabaco é muito viciante e parar pode ser difícil. Mas as chances de sucesso aumentam se você procurar ajuda médica.
Consumo alcoólico excessivo. O consumo exagerado de álcool aumenta a pressão sanguínea e o risco de arritmias.
Excesso de peso. Muita gordura acumulada sobrecarrega o coração, que precisará bombear mais para levar sangue aos tecidos extras. A obesidade também aumenta níveis de colesterol, a pressão arterial e o risco de diabetes, fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
Pré-diabetes e diabetes. Com o tempo, o aumento da glicose sanguínea danifica artérias, tornando-as mais duras e rígidas. Isso facilita o acúmulo de gordura dentro dos vasos, condição conhecida como aterosclerose. A mesma pode eventualmente bloquear o fluxo sanguíneo para o coração ou cérebro, causando ataque cardíaco ou derrame.
Problemas na tireóide. Esta glândula produz hormônios que controlam todo o metabolismo corporal. O hipotireoidismo (baixa produção de hormônios da tireóide) pode afetar o coração e o sistema circulatório pois diminui a frequência cardíaca, as artérias ficam menos elásticas, a pressão arterial e os níveis de colesterol aumentam. O problema oposto, hipertireoidismo ou excesso de hormônio tireoidiano, também pode prejudicar o coração, pois este começa a bater cada vez mais rápido e de forma menos organizada. A hipertensão também pode ocorrer no hipertireoidismo.
Sedentarismo. O coração é uma bomba que precisa ser estimulada. Procure uma atividade física que goste e adequado à sua idade e habilidades. O exercício aumenta o poder de bombeamento do coração, contribui para a manutenção do peso e redução da pressão sanguínea.
Estresse. Este é considerado o mal do século. Em situações de estresse o corpo libera adrenalina, hormônio que acelera a respiração e os batimentos cardíacos. A pressão arterial sobe e o corpo fica pronto para lutar ou fugir. Mas, quando o estresse é constante coração, cérebro e outros órgãos começam a sofrer (e a envelhecer). Por isso, o gerenciamento do estresse é tão importante. Atividade física, mudança de rotinas, psicoterapia, meditação e yoga são ótimas estratégias para o controle dos níveis de estresse.
Descuido com a saúde. Faça exames clínicos com a regularidade adequada à sua faixa etária. Escute seu corpo e não ignore sintomas estranhos, como falta de ar, inchaço nas pernas, dor no peito, cansaço sem explicação, palpitações cardíacas, confusão mental ou tonturas.
Dieta rica em gorduras trans e alimentos ultraprocessados. Lanches, cereais e bebidas açucaradas, carnes processadas, doces, refrigerantes, sopas e macarrões instantâneos aumentam a inflamação do corpo e o risco de doenças cardiovasculares. Pessoas que ingerem mais de quatro porções de alimentos ultraprocessados diariamente têm um risco 62% maior de morrer de todas as causas em comparação com aquelas que ingeriam apenas duas porções por dia. Por isso, o ideal é adotar uma dieta antiinflamatória, que seja adequada à sua constituição e necessidades.
A pirâmide acima mostra uma dieta onívora (contendo todos os tipos de alimentos). A primeira camada mostra que nossas refeições devem conter mais frutas e verduras, ricas em fitoquímicos protetores e antiinflamatórios. A segunda camada concentra-se em carboidratos complexos, como arroz integral, aveia e quinoa. Os alimentos da primeira e segunda camada são de origem vegetal e se forem orgânicos será melhor para você já que o excesso de agrotóxicos enche o corpo de metais pesados, prejudiciais ao coração.
Se você consome alimentos de origem animal laticínios e carnes poderão entrar em sua dieta de forma moderada. Consuma peixes e frutos do mar ricos em ômega-3 para reduzir a inflamação. Dê preferência também a gorduras saudáveis (como aquelas vindas do azeite de oliva, óleo de abacate, nozes, castanhas e sementes como chia e linhaça). Esta dieta segue o padrão alimentar mediterrâneo, protetor para o coração.
Hidrate-se bem e evite os doces (que estão lá em cima, na última camada). Consulte-se com um nutricionista e verificar a necessidade de suplementar nutrientes como folato, vitamina D, B12, zinco, vitamina E, coenzima Q10 ou selênio, essenciais para a saúde cardiovascular. A bandeira indica suplementos de cálcio, vitamina D e vitamina B12.