Você sabia que o folato, ou sua forma sintética, o ácido fólico, é importante para a saúde de seu cérebro? Fontes deste nutriente incluem vegetais de folhas verdes escuras, feijão, gema de ovo, germe de trigo, carnes magras e peixes. Suplementos também estão disponíveis para uso porém seu consumo deve ser cauteloso uma vez que a ingestão exagerada de folato pode mascarar deficiências da vitamina B12, resultando em declínio mental e outros problemas, principalmente nos nervos. A edição de julho do comunicado de saúde da clínica Mayo cobre este assunto.
Muitos estudos determinaram que o consumo adequado de folato reduz declínios cognitivos e diminui o risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer. Esta vitamina também é importante durante a gestação afim de diminuir a incidência de doenças do tubo neural.
A vitamina B12, ou cianocobalamina, é fundamental para a formação de células vermelhas e para a função dos nervos. Sintomas de deficiência incluem sensação de formigamento e dormência, principalmente nas extremidades. A deficiência desta vitamina, causada pelo baixo consumo (principalmente em vegetarianos) ou por alterações no trato digestivo, também é uma das principais causas de depressão em idosos.
Tanto a deficiência de folato quanto a de B12 são responsáveis pela anemia megaloblástica. A suplementação com folato pode corrigí-la porém a deterioração cognitiva e de nervos só é corrigida com a suplementação da cianocobalamina. Além disso, quando não existe o diagnóstico de anemia a suspeita de deficiência de B12 não é levantada e a deterioração neurológica continua.
Por isso, uma dieta saudável que forneça quantidades adequadas de ambos os nutrientes é mandatória. Injira frutas, hortaliças, feijões, nozes e castanhas diariamente para melhorar a ingestão de folato. A vitamina B12 está disponível exclusivamente em alimentos de origem animal como carnes, laticínios e ovos. Se você não faz uso destes alimentos procure um nutricionista e converse sobre a suplementação deste nutriente imprescindível à sua saúde atual e futura.
ATENÇÃO! EXCESSOS NÃO SÃO INTERESSANTES!
Muitas pessoas preocupam-se com os baixos níveis de vitamina B12. É prática comum medir os níveis plasmáticos de B12 (cobalamina) em pessoas com suspeita de deficiência de B12 ou com fatores de risco associados (como adesão à dieta vegana, hipocloridria ou uso de antiácidos, pessoas com doenças inflamatórias intestinais) ou sintomas de cansaço ou comportamentos depressivos.
Porém, poucos profissionais preocupam-se com o excesso desta vitamina no plasma. O problema é que níveis elevados de vitamina B12 estão associados ao aumento do risco de câncer em curto prazo, como os hematológicos e cânceres relacionados ao uso de cigarro e álcool.
Um estudo realizado no Reino Unido e publicado em 2019 examinou os dados de mais de 750.000 pacientes do país. O risco de câncer foi maior em pessoas com níveis plasmáticos elevados de B12 (B12> 1.000 pmol / L). Outro estudo, realizado na Dinamarca, associou maior risco de câncer com B12> 800 pmol / L.
O câncer pode afetar o metabolismo da B12 ao afetar os níveis dessas proteínas de ligação à B12 que, por sua vez, dão origem a níveis elevados de B12 no plasma. A associação mostrou um padrão de dose-resposta não linear e permaneceu robusta em análises estratificadas, inclusive ao reduzir o risco de confusão por indicação em subanálises. Os riscos foram particularmente elevados para câncer de fígado, câncer de pâncreas e malignidades mieloides entre pessoas com níveis elevados de B12 (Arendt et al., 2019).