Dieta rica em gordura - previna problemas intestinais e inflamação

Muita gente está optando pela dieta cetogênica, rica em gorduras, para o controle do peso ou tratamento de condições de saúde. Contudo, os efeitos terapêuticos da dieta cetogênica dependem da qualidade da microbiota intestinal. Uma dieta cetogênica de bacon, carne e manteiga reduz a diversidade da microbiota intestinal, o que influencia negativamente a saúde.

Estudos em animais mostram que a dieta rica em gordura mal feita altera a permeabilidade intestinal, piora a composição da flora bacteriana, aumenta a circulação de endotoxinas (Bruce-Keller et al., 2015), aumenta em longo prazo o risco de ganho de peso, intolerância à glicose (Meireles et al., 2016) e neuroinflamação (Meireles et al., 2015).

Já a dieta cetogênica feita da forma certa, rica em fibras e fitoquímicos melhora a riqueza e diversidade da microbiota. Isto, associado à redução da glicemia, gera mudanças epigenéticas, na forma como seus genes comportam-se. Com isso, há reprogração metabólica, garantindo flexibilidade mitocondrial e gerando os efeitos positivos (cetoterapêuticos) incluindo menor risco de neurodegeneração.

A inflamação do cérebro atrapalha a neuroplasticidade (Szabó, Kelemen, & Kéri, 2014), ou seja, a capacidade do sistema nervoso em mudar, adaptar-se e moldar-se ao longo do processo de desenvolvimento e quando as pessoas passam por novas experiências.

Com isso, o risco de depressão, perturbações do sono e problemas de memória aumentam (Meireles et al., 2016). Para contrabalançar estes efeitos toda dieta deve ter quantidades adequadas de substâncias antiinflamatórias, fibras, ômega-3 e probióticos. Quanto mais a dieta for rica em gordura provavelmente maior será a necessidade destes compostos. 

Outras estratégias importantes para o combate à inflamação:

DIETA CETOGÊNICA PASSO A PASSO (para leigos).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suco de laranja melhora a flora intestinal

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O primeiro estudo mundial sobre os efeitos do suco de laranja das variedades baía e cara-cara no intestino humano foi conduzido pela pesquisadora Elisa Brasili, ligada ao Centro de Pesquisa em Alimentos da Universidade de São Paulo (USP).

A laranja possui vários flavonóides como hespiridina, naringenina e hesperidina, que acabam produzindo mudanças benéficas na composição da microbiota intestinal. De acordo com a pesquisadora após a ingestão do suco de laranja-baía foi observado um aumento das famílias de bactérias Veillonellaceae e Ruminococcaceae que possuem diversas funções benéficas ao organismo humano, incluindo a redução do risco de doenças inflamatórias intestinais.

Estas bactérias pertencem a classe Clostridia, que não é composta apenas de bactérias patogênicas, como aquela que causa o botulismo. Pelo contrário, algumas têm efeitos positivos no intestino, auxiliando na manutenção de suas funções e em seu equilíbrio.

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Já após a ingestão do suco de laranja cara-cara foi observado um aumento significativo nas famílias das bactérias Mogibacteriaceae e Tissierellaceae, cuja abundância relativa se encontra alterada em várias doenças, tais como no Parkinson. A pesquisadora conta que apesar da cara-cara ainda não ser uma variedade comercializada, há empresas investindo na produção do suco para que se conheça melhor sua composição.

A laranja cara-cara tem um conteúdo muito grande de licopeno, um carotenoide não muito comum nas outras variedades de laranjas. O licopeno é mais comum em outras frutas, como os tomates, melancia e goiaba vermelha e apresenta atividades anticâncer e anti-inflamatória. Segundo Elisa, em pessoas com câncer ou com obesidade a presença dessas bactérias na microbiota é menor.

A pesquisadora destaca, porém, que a mudança operada na microbiota com a ingestão dos sucos de laranjas baía e cara-cara é transitória. Quando o indivíduo muda de novo seu padrão de dieta, a microbiota se altera novamente. “É como tomar probióticos. Quando você ingere, há benefícios. Quando para de tomar, os benefícios diminuem.”

Segundo ela, o passo seguinte é investigar, nos próximos anos, a possibilidade de indicar o consumo de suco de laranja para ajudar a equilibrar a microbiota de populações ou indivíduos que tenham a composição da sua microbiota intestinal alterada, como os que sofrem de doenças inflamatórias intestinais crônicas e os obesos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Nova lei pode ampliar o uso de agrotóxicos no Brasil

Nos últimos 10 anos o uso de pesticidas e inseticidas subiu 190% no Brasil e a nova proposta de reforma na legislação pode piorar ainda mais este quadro. De autoria do deputado Luis Antônio Covatti Filho do Partido Progressista (PP) o projeto de lei 8892/2017 pretende realizar uma série de mudanças na forma como os agrotóxicos são regulados no Brasil. 

A primeira alteração está na mudança do nome de agrotóxico para defensivo fitossanitário. Só que é agrotóxico por ser tóxico para as pragas, mas também para o meio ambiente e para a saúde humana!

Outra alteração é que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ganharia maior poder frente aos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente. Hoje, os três ministérios têm a mesma influência nas decisões sobre o assunto. E isto é importante para que haja fiscalização adequada e cuidados que envolvem não só a produção do alimento mas também as preocupações ambientais e com a saúde das pessoas que produzem e consomem os produtos de origem vegetal em nosso país.

No mínimo temos que votar melhor esse ano para que os deputados federais não passem essa lei esdrúxula. 

No vídeo abaixo discuto a questão dos agrotóxicos no Brasil:

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