Dieta cetogênica e diabetes

Meu artigo sobre o be-a-bá da dieta cetogênica foi publicada hoje lá na mybest, um site de recomendações escrito por especialistas em várias áreas. A dieta cetogênica tem sido utilizada para tratamento da epilepsia, obesidade, Alzheimer e para o controle da glicemia.

Dieta cetogênica para prevenção e tratamento do diabetes

Antes do advento da descoberta da insulina e dos hipoglicemiantes orais, a dieta com menos carboidratos era um dos pilares do tratamento do diabetes. A entrada das drogas no mercado foi acompanhada de uma maior liberdade de consumo de alimentos. Contudo, muitos pacientes foram ficando cada vez mais gordos e passaram apresentar cada vez mais alterações metabólicas. Por isso, há um retorno nas condutas para dietas com restrição de carboidratos e aumento de proteína, moderada em gordura. Observa-se também um interesse maior na pequisa em relação às dietas cetogênicas (baixo carboidrato, moderada em proteína e alto teor de gordura).

Um estudo recrutou 28 participantes para acompanhar por 16 semanas. Neste estudo, todos os 28 indivíduos inscritos receberam aconselhamento sobre dieta cetogênica com uma meta de consumo de menos de 20 gramas de carboidratos por dia. Ao final das 16 semanas, 21 participantes haviam concluído o estudo e 7 desistiram. A glicemia de jejum média diminuiu 16,6% de 9,08 ± 4,09 mmol/L no início para 7,57 ± 2,63 mmol/L na semana 16. A hemoglobina glicada (A1c) diminuiu de 7,5 ± 1,4% para 6,3 ± 1,0% na semana 16.

Em outro estudo, 349 participantes receberam tratamento padrão ou foram instruídos a seguir uma dieta cetogênica. Ao final de dois anos, aqueles que seguiram dietas para estimular a cetose tiveram um índice de 0,9 % de redução na HbA1c versus um aumento de 0,4% no braço de tratamento padrão. Além disso, aqueles que seguiram a dieta cetogênica diminuíram o uso de medicamentos para diabéticos em 81%, enquanto o uso de medicamentos aumentou em pacientes padrão de atendimento.

Uma metanálise de Goldenberg e colaboradores (2021) avaliou a eficácia de dietas com baixo teor de carboidratos e muito baixo teor de carboidratos no diabetes tipo 2. Embora benefícios significativos na perda de peso, controle glicêmico e sensibilidade à insulina fossem vistos a curto prazo, os benefícios pareciam diminuir após 12 meses, principalmente por dificuldade de adesão à dieta.

A dieta cetogênica também pode ser utilizada no tratamento de adultos diabéticos tipo 1. Contudo, o risco de hipoglicemia é maior. Por isso, estes pacientes devem estar superatentos e utilizar um monitor contínuo de glicemia. Outro ponto a evitar é a cetoacidose, condição grave e que pode levar à morte. Para tanto precisarão monitorar os níveis de corpos cetônicos na corrente sanguínea e manter níveis de corpos cetônicos entre 0,6 e 2,5. Para acompanhamento e individualização marque sua consulta online.

Importante lembrar que pacientes com melhor controle glicêmico são os que adotam um estilo de vida saudável, que inclui, além da dieta:

  • 7 a 8 horas de sono ao dia;

  • atividade física regular;

  • manejo do estresse;

  • automonitoramento;

  • acompanhamento médico e nutricional

Falo mais sobre estes temas e dos ciclos de estratégias nos cursos:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/