Síndrome da fermentação intestinal

Você não bebe mas tem a impressão de que está bêbado? Fica tonto, enjoado, com as ideias embaralhadas? Pode ser a síndrome de fermentação intestinal. É como se você tivesse uma cervejaria no intestino. Para produzir cerveja, leveduras fermentam o mosto. E no seu intestino pode acontecer processo similar com microorganismos (como Candida e Saccharomyces) fermentando compostos dos alimentos e produzindo álcool. É mais comum de ocorrer em pacientes com síndrome do intestino curto, pseudoobstrução ou supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO).

Diagnóstico da síndrome de fermentação intestinal (SFI)

A SFI não é comum e, por isso, o diagnóstico não é fácil. Não é a primeira coisa pesquisada. Por isso, é importante que você anote seus sintomas, quando ocorrem e converse bem com seu médico. Durante a consulta serão seguidos os seguintes passos:

  • recolhimento da história completa de doenças atuais e pregressas, histórico de doenças familiares, dados sobre ingestão dietética, de álcool e possíveis intoxicações alimentares;

  • pedido de testes laboratoriais, incluindo hemograma completo, painel metabólico, nível de álcool no sangue, triagem de drogas, intoxicação por metais pesados, alergias alimentares e cultura de fezes e sensibilidade (bacteriana e fúngica);

  • eliminação de outras causas primárias, como traumatismo craniano, transtornos psiquiátricos

  • desafio de carboidratos com consumo de 200g de glicose seguida de avaliação de conteúdo de álcool no sangue e na respiração;

  • endoscopia superior e inferior com amostras para cultura e sensibilidade (bacteriana e fúngica).

Tratamento da síndrome de fermentação intestinal

O paciente com um nível de álcool no sangue extremamente alto deve ser tratado para intoxicação alcoólica aguda e estabilizado. Antibióticos e antifúngicos serão utilizados para redução da quantidade de microorganismos no intestino delgado. A dieta será modificada e terá alta proteína e baixo teor de carboidratos até que os sintomas desapareçam. Carboidratos simples são totalmente excluídos.

O risco de recaída da síndrome da auto-cervejaria também é diminuído evitando-se carboidratos. Ervas e plantas antifúngicas devem ser utilizadas na dieta, como canela, romã, alecrim, boldo do chile, goiabeira, manjericão, orégano, limão siciliano, bardana, calêndula, própolis vermelha, aroeira ebraúna, óleo de melaleuca, alicina do alho, gengibre.

Fungo probiótico: ganoderma lucidum

Suplementos probióticos multicepas ajudam a equilibrar as bactérias no trato gastrointestinal e têm sido usados ​​no tratamento da síndrome da autocervejaria. Também inibem a enzima conversora de angiotensina e ajudam a aumentar o óxido nítrico, possivelmente favorecendo a circulação sanguínea e controle da pressão arterial (Wu et al., 2019). O ganoderma também ajuda a tratar as dislipidemias - alterações na quantidade de gordura no sangue (Caetano et al., 2017).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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