Alimentação para mulheres na perimenopausa e menopausa

Perimenopausa é o que acontece com o corpo feminino quando está chegando a menopausa (última menstruação). O prefixo grego “peri” quer dizer “ao redor de”, “em torno de”. Este período que antecede a menopausa pode durar alguns anos e representa uma transição entre a vida reprodutiva e a vida não reprodutiva da mulher.

Por volta dos 40 anos algumas mulheres já apresentam sinais e sintomas como períodos menstruais irregulares, piora da TPM, ganho de peso, acúmulo de gordura na região abdominal, dores de cabeça, fadiga, ondas de calor, perda de massa muscular, insônia, perda óssea e sensibilidade mamária. Estes sintomas são decorrentes na queda da produção hormonal.

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O tratamento convencional inclui terapia de reposição hormonal. No entanto, o mesmo gera efeitos colaterais, incluindo o aumento do risco de câncer de mama. Por isto, muitas mulheres optam por tratamentos naturais, como a prática de yoga, o consumo de alimentos ricos em fitoestrógenos, como soja, linhaça, lentilha, aveia.

A pele também muda com o passar dos anos. Rugas, flacidez e câncer de pele são algumas das preocupações nesta fase. Contudo, muitos compostos de vegetais ajudam a reduzir os danos e o risco de tumores. Por isso, uma dieta variada é muito importante. Discuto mais sobre este tema no curso Nutrição & Estética.

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A pele é o maior órgão humano, nossa proteção contra vários ataques ambientais e agentes nocivos. O acúmulo desses eventos de estresse pode levar à formação de tumores. Os fitoquímicos são compostos biologicamente ativos derivados de plantas e produtos fitoterápicos. Esses agentes parecem ser benéficos na luta contra o câncer, pois exercem efeitos anticancerígenos e são amplamente disponíveis nos alimentos. Suas propriedades anticancerígenas são resultado de suas propriedades antioxidantes, antiinflamatórios, antiproliferativos e antiangiogênicos. Alimentos e condimentos como gengibre, própolis, pimentas, açafrão, chá verde, café, uvas, manjericão, canela, alho e repolho são algumas das apostas das pesquisas recentes (Ng et al., 2018).

O cérebro da mulher também muda na perimenopausa. Os estrogênios funcionam como reguladores mestre para garantir que o cérebro responda de forma adequada.

Na perimenopausa há menor produção de estrogênios, especialmente estradiol. Com isso, todo o metabolismo do cérebro muda. O estado hipometabólico está associado à disfunção neurológica, com maior risco de ansiedade, depressão, problemas de memória, dificuldade de regulação da temperatura e do sono. Para as mulheres que optam pela reposição hormonal alguns cuidados são fundamentais:

DESEQUILÍBRIO HORMONAL E MAIOR RISCO DE DEMÊNCIA

A redução da produção hormonal também contribui para menor função mitocondrial, para maior estresse oxidativo, redução da plasticidade sinápticas e grandes alterações cerebrais, inclusive com a deposição de proteínas amilóide e TAU que danificam neurônios e contribuem para maior risco de demência. Não dá para ficar parada!

Prevenção da doença de Alzheimer

Muitas coisas afetam a memória. Para a prevenção do Alzheimer há necessidade de atividade física regular, de sono de qualidade, de dieta antiinflamatória, de suplementação de antioxidantes, de tratamento da resistência insulínica, de controle do estresse. Veja o resumo abaixo:

A partir dos 40 anos substitua parte da proteína animal por fontes vegetais, ricas em nutrientes e menos inflamatórias. Boas opções: soja, tofu, feijão, lentilha, ervilha, cânhamo, quinoa e grão de bico. A proteína de origem vegetal gera um menor risco de câncer, ao mesmo tempo em que contribui para a manutenção da massa magra.

Não esqueça de boas fontes de ômega-3. Estes ácidos graxos controlam os níveis de triglicerídeos no sangue, mantém a saúde dos nervos e do cérebro. A mulher deve evitar açúcar, álcool, glúten, lácteos (alimentos inflamatórios) e aumentar o consumo de isoflavonas da soja, coumestanos (brotos de feijão, soja e alfafa) e lignanas (aveia, linhaça, brócolis).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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O que faz o profissional de saúde pública?

A saúde pública é um campo de trabalho para aqueles que preocupam-se com o bem estar da comunidade, do país e do mundo. Milhões de pessoas estão vivas hoje, graças a algumas iniciativas de saúde pública, como programas de vacinação, leis de segurança para veículos automotores, restrições ao uso de tabaco, planejamento familiar e sanitário.

O campo da saúde pública está em constante evolução em resposta às necessidades das comunidades e populações em todo o mundo, mas a missão principal desta área é melhorar as condições e os comportamentos que afetam a saúde, para que todas as pessoas possam alcançá-la.

Essa missão inclui a prática de saúde pública, a pesquisa e a educação de futuros líderes que eventualmente traduzirão o conhecimento em práticas e políticas para melhorar a saúde das pessoas em nível regional, nacional e global.

POR QUE A SAÚDE PÚBLICA É IMPORTANTE?

Em uma resposta simples: porque ajuda a manter as pessoas vivas! Sem ações adequadas o número de mortes no mundo não para de aumentar:

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O trabalho dos profissionais de saúde pública é importante porque as iniciativas de saúde pública afetam as pessoas todos os dias em todas as partes do mundo. Com a pandemia de coronavírus mais e mais pessoas entendem agora a importância destes profissionais. Mas na tabela acima podemos ver que existem no mundo muitas questões relacionadas à saúde que precisam ser corretamente investigadas e abordadas. No Brasil, você pode estudar saúde pública nos cursos de saúde coletiva e também dentro das cadeiras das profissões de saúde. Tenho muito orgulho de ter feito parte da minha formação na Faculdade de Saúde Pública de Harvard (doutorado sanduíche) e o pós-doutorado no departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

TDAH, compulsão alimentar e obesidade

Estudos realizados na França mostram que a compulsão alimentar é bastante comum em adolescentes e adultos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), contribuindo para o aumento do risco de obesidade (Brunault et al., 2019).

Há o estereótipo da pessoa com TDAH agitada, brincalhona, criativa, enérgica. Se todas as pessoas com TDAH fossem assim, possivelmente seriam todas magras e esportivas. Mas a realidade é que o TDAH é um espectro, existem pessoas diferentes e também as desatentas, mas paradas, agitadas apenas na mente. E é por isso que décadas de pesquisa mostram uma forte correlação entre o TDAH e a obesidade. Na verdade, pessoas com TDAH parecem ter quatro vezes mais chances de se tornarem obeso do que aquelas sem TDAH.

Causas do ganho de peso em pessoas com TDAH

1- Alteração na produção de neurotransmissores.

O TDAH é uma condição neurológica em que produtos químicos do cérebro, como dopamina e GABA, são produzidos ou utilizados em menores quantidades. A dopamina regula e promove a excitação; baixos níveis deste neurotransmissor resultam em um cérebro menos desperto e “entediado”. O GABA controla a inibição. Uma pessoa com níveis adequados desses neurotransmissores normalmente pode parar de comer uma caixa inteira de biscoitos. Alguém com níveis baixos não recebe os sinais cerebrais alertando-o para possíveis danos a longo prazo - o cérebro se concentra apenas em quão deliciosos (e estimulantes) são os alimentos gordurosos e açucarados.

2 - Falta de foco

Parece que as mesmas características do TDAH que dificultam o foco na escola, o sucesso no trabalho ou o gerenciamento dos relacionamentos também tornam extremamente difícil comer adequadamente e exercitar-se regularmente. Manter um peso saudável requer habilidades robustas de funcionamento executivo - usadas para tudo, desde o planejamento de refeições equilibradas até a execução diária. Pessoas com TDAH podem ter dificuldade nesta área, o que torna muito mais difícil iniciar (e acompanhar) uma rotina diária saudável.

3 - Impulsividade

Pessoas com TDAH que lutam contra a impulsividade sabem o efeito devastador que pode ter sobre a saúde. Todos nós somos bombardeados diariamente com alimentos tentadores (ou seja, com alto teor de gordura, alto teor de açúcar e alto teor de carboidratos). A maioria das pessoas pode gerenciar com sucesso seus impulsos relacionados à comida - e dizer não a um chocolate. Porém, pessoas mais impulsivas encontram mais dificuldade nesta área e talvez não consigam se controlar perto de certas tentações.

4 - Desconexão corpo-mente

A consciência interoceptiva nos ajuda a sentir o que está acontecendo dentro de nossos corpos - sejam sinais de fome, marcadores de sede ou fadiga física. Uma pessoa com TDAH, no entanto, é orientada para o exterior - sempre procurando a próxima fonte de estímulo. Alguém com TDAH tem mais probabilidade de interpretar sede (ou tédio ou exaustão) como fome e costuma recorrer à comida para suprir essa necessidade interna não clara.

5 - Higiene do sono precária

Maus hábitos de sono são outra causa importante para o ganho de peso. Um cérebro que está constantemente zunindo terá dificuldade em "desligar" no final do dia e adormecer, por isso não é surpresa que o TDAH traga consigo um sono agitado ou desordenado. E muitas pesquisas descobriram que a privação do sono é um grande fator na promoção da obesidade. Quando nossos corpos são privados de sono, nosso cérebro libera hormônios que nos levam a comer demais - principalmente alimentos não saudáveis, ricos em gordura e açúcar. Simultaneamente, nosso metabolismo diminui à medida que nosso corpo tenta economizar gordura.

6 - Procrastinação

Existe uma tendência do TDAH de adiar tarefas consideradas mais chatas. Por isso, sem programar as refeições, sem cozinhar, torna-se muito mais fácil pedir e devorar uma pizza na hora que a fome bate. Além disso, atacar a geladeira é muito mais interessante para alguém com TDAH do que sentar e terminar a lição de casa ou um trabalho qualquer.

Buscando ajuda

A química alterada do cérebro, o controle deficiente dos impulsos e os hábitos irregulares de sono parecem incentivar uma alimentação menos saudável, contribuindo para o ganho de peso. Isso não significa que um indivíduo com TDAH esteja condenado a uma vida de obesidade. Mas que precisa compreender melhor o transtorno, suas tendências e adotar práticas de autocuidado que proporcionem maior qualidade de vida. uma compreensão séria do efeito do TDAH na ingestão de alimentos, hábitos de exercício e saúde geral.

Hábitos alimentares saudáveis ​​podem realmente levar a melhores sintomas de TDAH, o que, por sua vez, leva a uma alimentação mais saudável. Começar é a parte mais difícil. Agente um acompanhamento com equipe de nutrição e psicologia. Enquanto isso, adote algumas práticas:

Aqui estão algumas estratégias simples para começar:

  • Defina seus objetivos, escreva-os e leia-os diariamente. O cérebro com TDAH apresenta um desempenho ruim quando objetivos e motivação são apenas vagamente definidos. As resoluções de perda de peso só permanecem quando você sabe exatamente por que as está perseguindo. Pense nos motivos pequenos e grandes que faz você querer perder peso. Uma vida mais longa? Mais energia? Maior bem-estar? Mais vitalidade para brincar com os filhos? Sentir-se mais bonito ou confiante?

  • Planeje suas refeições. Como o TDAH leva a uma falta de consciência interoceptiva, as pessoas com TDAH podem não perceber que estão com fome até já estarem famintas. E a essa altura, muitas vezes é tarde para preparar uma refeição bem equilibrada. Gerencie isso (e a impulsividade geral) reservando um tempo por semana para planejar suas refeições, para que você esteja preparado quando a fome chegar. Tente definir um alarme para as 19h na quinta-feira e passe meia hora escrevendo uma lista de compras e decidindo o que vai comprar e comer na próxima semana. Com a prática, isso se tornará um hábito e tudo ficará mais fácil.

  • Pratique uma boa higiene do sono. Dormir bem é o primeiro passo para conseguir perder peso, particularmente se você for hiperativo. Fazer atividade física durante o dia, adotar algum ritual relaxante à noite (banho morno, leitura agradável, meditação, yoga leve, música calma), tratar a apneia e outros transtornos do sono, tratar problemas de saúde (como hipertensão, diabetes, insuficiência respiratória etc), escurecer o quarto, deixar o celular de lado são estratégias que podem ajudar a ums ono mais reparador.

    Estudos fornecem algumas evidências para o papel de certos padrões alimentares, alimentos e nutrientes na promoção do sono de alta qualidade, mas são necessários mais trabalhos para confirmar esses achados preliminares. Em geral, produtos lácteos, peixe, frutas e vegetais, compatíveis com a dieta mediterrânea, possuem efeitos promotores do sono. Tenha em mente que os alimentos só serão benéficos se não houverem alergias ou intolerâncias envolvidas. Por outro lado, dieta hipercalórica, rica em bebidas cafeinadas, rica em gordura saturada e pobre em micronutrientes associa-se a pior qualidade e duração do sono.

  • Suplementação mínima: associar Ômega-3 com TDAH Control all in one. Fazer modulação intestinal, sempre que necessário. Para individualização marque aqui sua consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/