Pesquisas mostram o efeito negativo do estresse oxidativo no processo reprodutivo humano. A produção excessiva de radicais livres afeta os gametas femininos e masculinos e a capacidade de desenvolvimento dos embriões. Mesmo quando a gravidez é bem sucedida o efeito do estresse oxidativo pode perdurar durante a gestação aumentando o risco de distúrbios metabólicos como hipertensão, diabetes e obesidade na vida adulta dos filhos. Uma das causas é a dificuldade de metilação quando há um excesso de radicais livres circulantes. O estresse oxidativo e a metilação do DNA apresentam um denominador comum: o ciclo de um carbono. Essa importante via metabólica estimula a síntese de glutationa e recicla a homocisteína, uma molécula que interfere no processo de metilação e proteção do material genético.
O envelhecimento aumenta o estresse oxidativo e aumenta o risco de dificuldades na metilação do DNA. Homens e mulheres que concebem mais velhos podem transmitir distúrbios epigenéticos para seus filhos. Os disruptores endócrinos ambientais também podem aumentar o estresse oxidativo e os erros de metilação.
Este efeito negativo dos disruptores endócrinos e do estresse oxidativo pode ser transmitido de uma geração a outra
Homens e mulheres devem se preparar para engravidar, por pelo menos 90 dias. Devem melhorar a dieta, suplementar vitaminas e minerais que ajude a corrigir o metabolismo de 1-carbono, evitar xenobióticos.
EXAMES PARA AVALIAÇÃO DO ESTRESSE OXIDATIVO
Existem três possibilidades principais para avaliar o estresse oxidativo:
1 - Exames de atividade de enzimas antioxidantes
Glutationa peroxidase eritrocitária
Glutationa redutasse eritrocitária
Superóxido dismutase eritrocitário
Catalase eritrocitária
Tireodoxina redutase
2 - Exames para monitorar capacidade antioxidante
Antioxidantes totais
3 - Exames para avaliar danos causados por estresse oxidativo
Dialdeído malônico em sangue (MDA, malondialdeído malônico) - marcador de peroxidação lipídica: mais barato
Estresse oxidativo mitocondrial (OXIMITO) - marcador de dano mitocondrial: bem mais caro
8 hiudroxil-2-deoxiguanosina (marcador de dano ao DNA) - medido na urina
Outras opções:
Nem sempre os exames acima estão disponíveis. Mas existem exames mais comuns e que nos ajudam a entender a saúde como um todo e que sofrem influência do estresse oxidativo. Seguem algumas opções de avaliação. Ao contrário dos exames acima são cobertos pelos planos de saúde (e seus valores adequados):
RDW
Homocisteína (7 a 9 µmol/L)
GamaGT (10 a 20 U/L)
Ácido Úrico (Homens abaixo de 4,9 e mulheres abaixo de 3,9 mg/dl)
Vitamina E (tocoferol): depende do laboratório
Vitamina A (retinol): 0,5 a 0,7 µmol/l
Vitamina C (ácido ascórbico): maior que 1,0 mg/L
LDLoxidado avaliado na saliva (laboratório Lemos). Outros laboratórios avaliam anticorpos quanto LDL oxidado
Ferritina menor que 45 ng/mL
COMO REDUZIR O ESTRESSE OXIDATIVO?
Uma das medidas é consumir uma dieta antiinflamatória, rica em alimentos antioxidantes como os mostrados abaixo.
SUPLEMENTAÇÃO E FERTILIDADE
Vários compostos são importantes para a fertilidade e podem ser conversados com um nutricionista. Dentre eles estão vitamina D, colina, selênio, vitamina C, Vitamina E, ômega-3, inositol, betaína, ácido alfa-lipóico, carnitina, coenzima Q10, glutationa e NAC. Estes nutrientes são também muito importantes para a imunidade e pessoas mais saudáveis conseguem engravidar mais facilmente.