Pesquisas mostram o efeito negativo do estresse oxidativo no processo reprodutivo humano. A produção excessiva de radicais livres afeta os gametas femininos e masculinos e a capacidade de desenvolvimento dos embriões. Mesmo quando a gravidez é bem sucedida o efeito do estresse oxidativo pode perdurar durante a gestação aumentando o risco de distúrbios metabólicos como hipertensão, diabetes e obesidade na vida adulta dos filhos. Uma das causas é a dificuldade de metilação quando há um excesso de radicais livres circulantes. O estresse oxidativo e a metilação do DNA apresentam um denominador comum: o ciclo de um carbono. Essa importante via metabólica estimula a síntese de glutationa e recicla a homocisteína, uma molécula que interfere no processo de metilação e proteção do material genético.
Estresse oxidativo e metabolismo de 1-carbono (Menezo et al., 2016)
O envelhecimento aumenta o estresse oxidativo e aumenta o risco de dificuldades na metilação do DNA. Homens e mulheres que concebem mais velhos podem transmitir distúrbios epigenéticos para seus filhos. Os disruptores endócrinos ambientais também podem aumentar o estresse oxidativo e os erros de metilação.
Este efeito negativo dos disruptores endócrinos e do estresse oxidativo pode ser transmitido de uma geração a outra
Homens e mulheres devem se preparar para engravidar, por pelo menos 90 dias. Devem melhorar a dieta, suplementar vitaminas e minerais que ajude a corrigir o metabolismo de 1-carbono, evitar xenobióticos.
Consequências negativas do estresse oxidativo na metilação do DNA pode continuar por gerações (Menezo et al., 2016)
EXAMES PARA AVALIAÇÃO DO ESTRESSE OXIDATIVO
Existem três possibilidades principais para avaliar o estresse oxidativo:
1 - Exames de atividade de enzimas antioxidantes
Glutationa peroxidase eritrocitária
Glutationa redutasse eritrocitária
Superóxido dismutase eritrocitário
Catalase eritrocitária
Tireodoxina redutase
2 - Exames para monitorar capacidade antioxidante
Antioxidantes totais
3 - Exames para avaliar danos causados por estresse oxidativo
Dialdeído malônico em sangue (MDA, malondialdeído malônico) - marcador de peroxidação lipídica: mais barato
Estresse oxidativo mitocondrial (OXIMITO) - marcador de dano mitocondrial: bem mais caro
8 hiudroxil-2-deoxiguanosina (marcador de dano ao DNA) - medido na urina
Outras opções:
Nem sempre os exames acima estão disponíveis. Mas existem exames mais comuns e que nos ajudam a entender a saúde como um todo e que sofrem influência do estresse oxidativo. Seguem algumas opções de avaliação. Ao contrário dos exames acima são cobertos pelos planos de saúde (e seus valores adequados):
RDW
Homocisteína (7 a 9 µmol/L)
GamaGT (10 a 20 U/L)
Ácido Úrico (Homens abaixo de 4,9 e mulheres abaixo de 3,9 mg/dl)
Vitamina E (tocoferol): depende do laboratório
Vitamina A (retinol): 0,5 a 0,7 µmol/l
Vitamina C (ácido ascórbico): maior que 1,0 mg/L
LDLoxidado avaliado na saliva (laboratório Lemos). Outros laboratórios avaliam anticorpos quanto LDL oxidado
Ferritina menor que 45 ng/mL
COMO REDUZIR O ESTRESSE OXIDATIVO?
Uma das medidas é consumir uma dieta antiinflamatória, rica em alimentos antioxidantes como os mostrados abaixo.
Nesta tabela você observa o ranking da equipe Carlsen (2010)
SUPLEMENTAÇÃO E FERTILIDADE
Vários compostos são importantes para a fertilidade e podem ser conversados com um nutricionista. Dentre eles estão vitamina D, colina, selênio, vitamina C, Vitamina E, ômega-3, inositol, betaína, ácido alfa-lipóico, carnitina, coenzima Q10, glutationa e NAC. Estes nutrientes são também muito importantes para a imunidade e pessoas mais saudáveis conseguem engravidar mais facilmente.