Algas no tratamento da endometriose

A endometriose é uma doença crônica que reduz a qualidade e vida de adolescentes e mulheres adultas, pois pode causar do crônica, sangramentos e aumentar o risco de infertilidade.

Uma das causas é o excesso de estrogênio, que desregula o metabolismo e gera "menstruação retrógrada". Ou seja, o sangue menstrual, ao invés de descer sobe e acumula-se no tecido de revestimento uterino, causando lesões na parede do órgão. Tais lesões podem ser removidas cirurgicamente. Contudo, a taxa de recorrência em cinco anos chega a 50%.

Existem alimentos com efeitos antiestrogênicos como as sementes de linhaça, a soja e as algas marinhas. Algas são extremamente ricas em nutrientes. A spirulina é uma alga azul esverdeada fonte de proteínas, vitaminas (como carotenóides) e minerais (Kay, 1991).  Os nutrientes das algas combatem o dano oxidativo causado por radicais livres (Benedetti et al., 2004Sedriep et al., 2011). Algas também são fonte de vitamina B12 (Baroni et al., 2009), apesar de não tão bem disponível quanto a presente em ovos e laticínios. A B12 é fundamental para a saúde reprodutiva da mulher.

As algas ainda melhoram a imunidade (Shytle et al., 2010) e contribuem para o tratamento da fibromialgia. Estudos mostram que algas como a clorella se ligam a metais pesados contribuindo para a destoxificação do organismo. Publicação de 2020 reforça que a spirulina contém picocianobilina que melhora a imunidade para que o corpo possa reagir melhor contra gripes e até contra o coronavírus (McCarty & DiNicolantonio, 2020).

Algas também são ricas em iodo (Combet et al., 2014), mineral importante para a tireóide e a regulação do metabolismo e de fibras (Wada et al., 2011), que tem um papel na regulação do funcionamento intestinal e na absorção de glicose e gorduras. Por estes efeitos, as algas parecem ser alimentos capazes de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e certos tipos de câncer, especialmente os estrogênicos.

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Mulheres japonesas consomem mais algas e têm taxas muito menores de câncer de mama, endométrio e ovário, além de ciclos menstruais mais longos do que as mulheres que não consomem algas. As algas inibem a produção ou facilitam a degradação do estrogênio. Podem até bloquear os receptores de estrogênio, diminuindo a atividade do estrogênio produzido.

Na endometriose o consumo diário de meia colher de chá de algas reduz as hemorragias e as dores. Contudo, não existem estudos recentes. Os existentes foram publicados há mais de uma década. Mesmo assim, meia colher de chá ao dia é algo muito tranquilo. Vale a pena tentar.

2 SUPLEMENTOS PARA O TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE

Um composto extraído de plantas amazônica, como a unha-de-gato (Uncaria tomentosa) e batizado de Miodesin® tem contribuído para o tratamento de miomas uterinos e da endometriose. As plantas utilizadas no fitocomplexo são ricas em taninos e alcalóides com atividades antiinflamatória, antioxidante, antitumoral e imunoestimulante. O fitoterápico unha-de-gato ser prescrito por nutricionista para uso oral ou por médico ginecologista para uso intravaginal, misturado a um veículo (Pentravan®) que permite a absorção pela pele.

Como a aromatase é mais abundante em mulheres com endometriose, o uso de inibidores de aromatase, como crisina, também é aconselhado, podendo ajudar a tratar mesmo casos mais graves.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/