A idade média de entrada na menopausa é aos 51 anos para as mulheres ocidentais. Contudo, os cuidados na fase de pré-menopausa são importantíssimos para que a mulher passe pelas alterações hormonais da fase, com mais tranquilidade.
Infelizmente, muitas mulheres chegam aos 50 anos com relativamente pouca preparação ou compreensão da mudança hormonal que está prestes a ocorrer. A queda dos níveis de estrogênio gera a cessação da menstruação e possível ganho de peso, ondas de calor, falta de energia e mudanças emocionais.
Mulheres na pós-menopausa correm um risco maior de depressão e ansiedade
Quando os ovários reduzem a produção de estrogênio, os níveis de neurotransmissores, como serotonina e dopamina são afetados. O corpo precisará se ajustar a a níveis cronicamente mais baixos destas substâncias que, mantém a mulher jovem energizada, lubrificada e feliz.
O estrogênio é altamente ativo nas áreas do cérebro envolvidas na cognição e na emoção, como a amígdala e o hipocampo. Juntamente com a progesterona, o estrogênio pode atuar como um agente neurorregulador, neurotrópico e neuroprotetor crítico na fisiologia cerebral e nos estados patológicos.
Verificou-se que o estrogênio e a progesterona afetam o fator neurotrófico cerebral (BDNF), que está envolvido no crescimento, sobrevivência e proliferação das células cerebrais. Sem surpresa, a menopausa e os níveis cronicamente baixos de estrogênio são caracterizados por um risco aumentado de doenças como Parkinson e Alzheimer. Mas, estudos mostram que o tratamento de reposição hormonal aumenta o BDNF no hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal do cérebro.
Baixos níveis de estrogênio durante a menopausa podem afetar negativamente algumas das áreas mais importantes da vida de uma mulher. O estrogênio ajuda a inervar a vagina e a mantê-la bem suprida de fluxo sanguíneo e lubrificação. Níveis baixos podem levar a secura vaginal, orgasmos mais sutis e sexo que parece “exigir mais esforço”. É provável que níveis mais baixos de serotonina se instalem, o que pode levar à depressão ou humor errático. E a termorregulação do corpo torna-se imprevisível à medida que os níveis de estrogênio diminuem.
Estrogênio e a progesterona devem estar em equilíbrio, pois funcionam como duas partes de um todo, yin e yang. Por exemplo, o estrogênio é conhecido por estar associado à retenção de água e sal, enquanto a progesterona é um diurético natural. O estrogênio estimula o crescimento celular no tecido mamário, enquanto a progesterona ajuda a prevenir o crescimento excessivo de células que pode levar a cistos dolorosos. Quando em equilíbrio, a progesterona e o estrogênio ajudam a manter os ossos fortes e densos; pele hidratada e macia; um metabolismo saudável; e um sistema cardiovascular livre de coágulos sanguíneos e acúmulo de placas.
Outros sintomas de baixo estrogênio incluem:
palpitações cardíacas;
dores de cabeça;
tontura;
variabilidade de humor;
distúrbios de atenção e memória;
desânimo;
ansiedade;
depressão;
suores nocturnos;
secura e atrofia vaginal;
ganho de peso;
perda óssea;
aumento do risco de doença cardíaca;
secura da pele e rugas;
aumento do risco de infecções da bexiga;
interrupção do sono.
Há necessidade de reposição hormonal?
Se você está na perimenopausa, menopausa ou pós-menopausa e verifica vários sintomas na lista acima, peça ao seu médico um exame de sangue para verificar seus níveis hormonais. É importante rastrear e comparar aos seus níveis hormonais anteriores, referentes à época em que sentia-se bem.
Para muitas mulheres a vida na verdade fica melhor. Não menstruam, não têm cólicas, não se sujam, não observam perda da produtividade. Além disso, níveis mais baixos e consistentes de estrogênio podem significar maior estabilidade emocional também. Afinal, as alterações hormonais da menopausa são um processo natural e não uma doença e, para a maioria das mulheres, nenhum tratamento é necessário.
Baixos níveis de estrogênio não são uma coisa inerentemente ruim. Estudos têm mostrado que os vegetarianos têm níveis mais baixos de estrogênio e menores taxas de câncer de mama ao longo da vida. Da mesma forma, as mulheres japonesas tendem a comer mais soja e menos carne e têm um risco 5 vezes menor de câncer de mama do que as mulheres ocidentais. As mulheres japonesas também tendem a comer menos gordura e mais fibras, com as últimas ajudando a excretar o estrogênio excessivo do corpo.
Mudanças no estilo de vida e na dieta devem ser adotadas antes de iniciar qualquer terapia mais intensiva. A terapia de reposição hormonal (TRH), os fitoestrógenos (que ocorrem naturalmente nas plantas) e os medicamentos antidepressivos também são usados com sucesso para tratar o baixo nível de estrogênio e os efeitos colaterais, se estiverem reduzindo sua qualidade de vida. No entanto, os últimos três tratamentos vêm com uma série de efeitos colaterais, particularmente TRH e farmacoterapia antidepressiva, e novamente só devem ser adotados quando as intervenções de estilo de vida e dieta não forem bem-sucedidas.
A boa notícia é que as seguintes mudanças no estilo de vida e na dieta podem realmente ajudar muito a equilibrar os níveis de estrogênio e fazer você se sentir melhor. Dicas importantes:
Evite café/cafeína
Coma mais soja integral não processada e orgânica ou tofu
Corte o glúten
Evite alimentos ultraprocessados e adote uma dieta natural
Adicione a linhaça às suas refeições
Use óleo de coco para a secura vaginal
Consuma boas fontes de vitamina E, magnésio e ômega-3
Suplemente maca peruana para melhorar a libido
Use erva de São João + cohosh preto para redução da ansiedade e sintomas depressivos
Faça terapia
Use valeriana ou melatonina para dormir melhor
Pratique yoga ou faça exercícios de relaxamento
Evite o sedentarismo, mas não exercite-se em excesso