A eubiose vaginal é caracterizada por uma microbiota benéfica dominada por lactobacilos. Em contraste, a disbiose vaginal é caracterizada por um crescimento excessivo de bactérias anaeróbias e está associada a um risco aumentado de problemas na saúde urogenital e reprodutiva. Uma importante característica distintiva entre o ambiente vaginal em estados de eubiose e disbiose é uma alta concentração de ácido láctico, produzida pelos lactobacilos, que acidifica a vagina na eubiose versus uma queda acentuada no ácido láctico e um aumento no pH na disbiose (Tachedjian et al., 2017; Anahtar et al., 2018).
Na figura à esquerda o epitélio vaginal saudável e na figura à direita o ambiente vaginal pouco saudável por conta da redução de lactobacillus. O odor vaginal modifica-se pois há maior produção de cadaverina e putrescina quando a flora intestinal não é saudável. Para cuidar da microbiota vaginal precisamos cuidar da microbiota do corpo inteiro. E isso começa pelo intestino. O intestino ruim contribui para uma microbiota vaginal também ruim. Um intestino saudável contribui para uma microbiota vaginal saudável. Um dos passos iniciais é a reinoculação de lactobacillus. Precisando de ajuda, agende uma consulta.
Tratamento da disbiose vaginal
A disbiose vaginal é uma das causas mais comuns de infertilidade sem causa definida e está associada a diferentes patógenos, que coabitam a vagina, o endométrio e as trompas da mulher, reduzindo as chances de gravidez.
Na maioria dos casos, a presença dessas bactérias patógenas (ureaplasma, micoplasma, tricomonas, gardnerella e clamídia) é assintomática. Por isso, é essencial a consulta com um ginecologista para um papanicolau, exame ginecológico preventivo. Durante o exame o ginecologista coleta células do colo do útero para análise de possíveis infecções e também de mutações celulares (também é o exame indicado, a partir dos 25 anos, para prevenção do câncer do colo do útero).
Quando são identificadas infecções são indicados antibióticos ou medicamentos antifúngicos. A mulher também deve adotar dieta antiinflamatória, sem açúcares, com o mínimo de álcool possível. Indica-se também o consumo de chá de barbatimão, chá de tulsi, uso de tomilho, açafrão e alho (um dente ao dia) na dieta, probióticos via oral e lactobacilos intravaginais (como o crispatus).
MICROBIOTA VAGINAL
O lactobacillus crispatus está associado a uma melhora nas taxas de implantação (para as mulheres que desejam engravidar), quando existe um quadro de disbiose vaginal. Também atua contra patógenos associados à vaginose bacteriana, vaginite em mulheres em idade reprodutiva.