Inflação e desnutrição

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A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo mas a crise internacional de 2014 fez o preço do barril despencar no mundo.  A taxa de inflação no país chegou a 800% ao ano. Falta emprego e comida no país. O colapso econômico veio acompanhado de desnutrição infantil e aumento da mortalidade. 

Diante da grave crise política e econômica milhares de famílias venezuelanas têm cruzado a fronteira para o Brasil fugindo da pobreza da fome e da violência. A desnutrição em crianças atrasa o desenvolvimento e a aprendizagem, interfere na imunidade e carrega consigo efeitos nocivos para toda a vida, limitando as oportunidades de estudo e trabalho e perpetuando a pobreza.

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Em Pacaraima, Roraima, milhares de Venezuelanos chegam pela fronteira e encontram no Brasil também poucas oportunidades. Sem qualificação profissional, famílias e suas crianças passam a viver nas ruas, expostas ao calor, à chuva, à violência. Segundo levantamento feito pelo governo de Roraima já foram realizados mais de 50.000 atendimentos a Venezuelanos nos hospitais públicos da região. Chegam desnutridos e com doenças infecciosas como malária, Leishmaniose, tuberculose...

Em 2016, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração de Nova Iorque sobre migrantes e refugiados. O documento pede uma resposta para os novos desafios, especialmente apontando os riscos que as crianças refugiadas e migrantes enfrentam. O Brasil, como membro, compromete-se a proteger as crianças refugiadas, permitir que as mesmas voltem imediatamente à escola, tenham acesso à saúde e outros serviços de qualidade e sejam protegidas da violência, da xenofobia, discriminação e marginalização.

O Brasil tem à frente mais um grande desafio ao acolher este novo grupo. Precisamos pensar em estratégias para o combate à diarreia, má nutrição, melhorar as condições higiênico-sanitárias, a saúde materna e o bem-estar enquanto enfrentamos nossa própria crise econômica, política e de saúde.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Abraçando as práticas integrativas em saúde

Em 1966 Lee W. Wattenberg publicou uma revisão em que discutia fatores de prevenção do câncer. Aparecem em sua revisão alimentos como brócolis, couve, repolho, alho, pelos efeitos que vários de seus compostos exercem na eliminação de toxinas, prevenção do estresse e prevenção da divisão celular anormal.

Muitos cientistas da época diziam que Wattenberg era um impostor por atacar a indústria de alimentos processados e farmacêutica, as modernidades da época. Contudo, nos anos seguintes o pesquisador recebeu uma série de prêmios por seus trabalhos na área de prevenção e promoção da saúde.

Hoje sabemos que cerca de dois terços de todos os tipos de cânceres são evitáveis. Os principais fatores de risco são o tabagismo (ativo e passivo), a alimentação desregrada, a ingestão de bebidas alcoólicas, a exposição excessiva ao sol, o sedentarismo, infecções (como HPV, hepatite B e C, herpes, H. Pylori, HIV, HTLV-I), o contato com agrotóxicos, amianto ou asbesto (fibra de origem mineral presente em telhas e caixas d'água).

Remédios são importantes, representam um avanço da medicina moderna, mas não tratam as pessoas por inteiro. No caso da alimentação saudável, nutricionistas credenciados e atualizados adaptam o melhor das pesquisas para cada pessoa e fornecem orientações baseadas em evidências para que cada cliente aproxime-se cada vez mais de um estado de máxima vitalidade e saúde. Para tornar-se um nutricionista no Brasil o estudante enfrenta 4 anos de cursos e estágios. Depois faz pós-graduações para prestar serviços cada vez melhores.

É esperado que o nutricionista tenha conhecimentos de bioquímica, anatomia, fisiologia, genética, imunologia, metabolismo de nutrientes, patologia, habilidades de aconselhamento, farmacologia, técnica dietética, dietoterapia, administração, psicologia... É muita coisa e é difícil absorver tudo de uma vez. Por isso fui atrás de mais. Fiz residência em nutrição clínica, muitas especializações (educação e promoção da saúde, nutrição esportiva e funcional), cursos de extensão, mestrado em nutrição, doutorado em psicologia, pós doutorado em saúde coletiva.

Fiz também dois cursos de formação em yoga, cursos de ayurveda, fitoterapia e acredito que o uso de todas essas ferramentas unidas trazem efeitos muito melhores e duradouros. As práticas integrativas com seu vasto arsenal de recursos tem sido recomendadas pela Organização Mundial de Saúde desde 1978. Estas práticas permitem o casamento de duas racionalidades médicas: a oriental e a ocidental. Postulam a integralidade do ser humano, constituído de aspectos psicobiológicos, sociais e espirituais. 

Não é por falta de confiança no médico que as pessoas buscam práticas integrativas como yoga, meditação, fitoterapia, shantala, biodança, musicoterapia, dentre tantas outras. Não é por falta de procedimentos diagnósticos, medicamentos e cirurgias. Mas sim pela vontade de colher benefícios outros, por necessidade de um atendimento mais humanizado e de um maior protagonismo no que diz respeito à própria saúde. O cliente sai da posição de aceitar o tratamento indicado pelo profissional, abandona a passividade e aprende a cuidar da própria saúde. Não só quando está visitando o médico mas em todos os momentos da vida. E eu acredito nisso.

FORMAÇÃO DE INSTRUTORES DE YOGA
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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Relatório sobre a qualidade do leite vendido para bebês em diferentes países

Nasci em 1975 e minha mãe conta que já saiu da maternidade com uma lata de leite debaixo do braço, cortesia da clínica e da Nestlé. Apesar das evidências crescentes de que o leite materno era o alimento ideal para o bebê as gigantes do leite intensificavam suas estratégias de vendas junto a pediatras.

A nestlé conseguiu dominar até a Sociedade Brasileira de Pediatria que tinha gravado em todas as suas publicações a marca Nestlé. Além da Nestlé, outras empresas como a Danone, Mead Johnson e Abbot patrocinam eventos, congressos e até a reforma do consultório pediátrico! Como indicar o aleitamento materno quando tantos "presentes" são indicados pela indústria?

Agora, a Nestlé está tendo que se defender novamente. A empresa diz que seus produtos "copiam da melhor forma possível o leite materno". Já o grupo Changing Markets Foundation mostra que em cada continente o produto tem uma fórmula. O leite para bebês comprado nos EUA é muitas vezes diferente daquele comprado na Europa ou na Ásia. De acordo com os ativistas holandeses o lucro vem bem antes da ciência. 

A Nestlé rebate dizendo que incentiva o aleitamento materno e segue recomendações internacionais para formulação e venda de seus produtos. Mas a verdade é que a empresa alega que seus produtos são os melhores para "bebês famintos", para o combate à prisão de ventre, para o refluxo... Para ler o relatório completo com o comparativo das fórmulas infantis em diferentes países clique na imagem.

Baixe também o Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos, publicado pelo Ministério da Saúde e disponível para download gratuito na internet.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/