Dentro da barriga da mãe o intestino de um recém-nascido é estéril, microbiológica e imunologicamente "virgem". Outra característica é que os enterócitos não estão juntinhos. Há maior permeabilidade permitindo a passagem de moléculas grandes para a corrente sanguíneo. Isso é interessante neste momento da vida pois o bebê receberá o colostro, o primeiro leite materno.
O colostro é um líquido com uma consistência espessa e cor amarelada, riquíssimo em substâncias de defesa como imunoglobulina A, lactoferrina, células brancas (leucócitos), bacteriocinas (antibióticos naturais contra bactérias ruins como o streptococcus (Obermajer et al., 2015). É a primeira vacina do bebê. Além disso protege o tubo digestivo da criança, ajuda a expulsar o mecônio (primeiras fezes), reduz o risco de icterícia e a síndrome de morte súbita do lactente.
Conforme o bebê cresce aproxima-se a fase de introdução de novos alimentos. Neste momento a permeabilidade intestinal precisa ser baixa para que substâncias alergênicas não caiam na corrente sanguínea. O interessante é que o colostro ativa genes que aumentam a união das células intestinais por tight junctions, proteínas especiais que vão manter os enterócitos unidos. Assim, o intestino funcionará como uma barreira, separando o que deve e o que não deve ser absorvido (Sanderson, 1998; Blanchard & Cousins, 2000).
Amamente! O aleitamento materno supre todas as necessidades da criança. Quando o bebê alimenta-se diretamente no peito recebe também vários estímulos que a ajudam a se desenvolver, como a troca de calor, cheiros, sons, olho no olho e toques. Amamentar é um direito da mãe e ser amamentada é um direito da criança.
Apoie a mãe que deseja amamentar. A participação de todos (pai, companheiro ou companheira, família, outras mulheres que já tiveram a experiência, comunidade, empregadores, colegas de trabalho e profissionais de saúde). Saiba mais: