O Brasil lutou e lutou contra a fome e a miséria. Políticas públicas aumentaram o acesso a bens e serviços e reduziram a desnutrição. Porém, o país continua muito suscetível à insegurança alimentar e à desnutrição.
Alem da crise política, o Brasil vem convivendo, desde 2011, com climas extremos - secas severas no nordeste e inundações no Sul. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) a fome é significativamente pior em países com sistemas agrícolas altamente sensíveis a variabilidade de temperatura, chuva e seca e em países altamente dependentes da agricultura. No Brasil, a agricultura é responsável por 20% do PIB (produto interno bruto) mas apenas 1% dos créditos vão para o setor, enquanto o vizinho uruguai investe 15%.
É uma situação perigosa. Quando apenas grandes fazendeiros são apoiados, a diversidade alimentar é reduzida. Os pequenos produtores não conseguem investir em tecnologia e encontram muito mais dificuldades para lidarem com as mudanças climáticas. E os dias quentes estão tornando-se mais quentes, enquanto os dias frios, mais frios. O calor extremo está associado ao aumento da mortalidade infantil e de idosos e redução da capacidade de trabalho de adultos. O aumento da temperatura pode resultar em alterações dos volumes das chuvas prejudicando muitas culturas de alimentos, situação que deve perdurar até 2050.
Além das mudanças climáticas, a desaceleração econômica reduziu a capacidade dos governos para lidar com as consequências dos eventos climáticos, o que agrava o risco de desnutrição, segundo relatório da FAO. De acordo com o mesmo a crise e a pobreza são fatores determinantes para a insegurança alimentar pois quando a produção cai o preço dos alimentos aumenta. Principalmente para os mais pobres o acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequadas é reduzido.
Para a FAO os países, incluindo o Brasil, só conseguirão amenizar a insegurança alimentar quando unirem governo, setor privado e organizações não governamentais. O trabalho conjunto é que garantirá as inovações necessárias para garantir o suprimento de alimentos suficiente e adequado para todos.
Insegurança Alimentar:
Falta de disponibilidade de alimentos ou redução no acesso das pessoas a alimentos em quantidade e qualidade adequados. Uma casa é considerada como tendo segurança alimentar quando seus ocupantes não vivem com fome ou sob o medo de passar fome.