Sobrepeso, obesidade e inatividade física estão entre os principais fatores de risco para a diabetes tipo 2. O controle da quantidade de açúcar no sangue (glicemia) é fundamental para que complicações, como perda da visão e da capacidade de funcionamento dos rins, cérebro e coração, sejam evitadas.
Uma das formas de controlar a glicemia é a adoção da dieta vegetariana. Estudos mostram que dietas baseadas em alimentos de origem vegetal ajudam a reduzir as taxas de açúcares, insulina, colesterol e triglicerídeos sem a necessidade de restrição calórica (Barnard et al., 2006). Isto é uma ótima notícia já que muitas pessoas tem dificuldade em controlar o tamanho das porções consumidas.
As doenças do coração estão entre os fatores que mais aumentam a mortalidade de diabéticos. Um grupo de diabéticos participou de pesquisa em que adotaram uma dieta vegetariana por 3 meses. Foram observadas reduções no colesterol LDL, o estresse oxidativo e a produção de insulina (Kahleova et al., 2011).
A mudança da dieta e adoção do vegetarianismo nem sempre é fácil mas é uma alternativa. Diabéticos que adotam a dieta vegetariana relatam melhoria da qualidade de vida e redução da depressão após 6 meses (Kahleova et al., 2013). Caso deseje adotar a dieta vegetariana consulte um nutricionista especialista na área. Assim, você não correrá o risco de carências nutricionais e colherá todos os benefícios que a dieta pode trazer.
Lembre que nem todo alimento vegetariano é saudável. Por exemplo, salgadinhos industrializados vegetarianos podem ter alto índice glicêmico. Uma dica para controlar melhor a glicemia com a dieta vegetariana é substituir pão/arroz/macarrão do almoço e jantar por uma porção extra de legumes. Cebolas, alho, cenouras, beterrabas, batata doce possuem mais nutrientes, fibras, vitaminas, minerais do que os alimentos citados anteriormente. Se a vontade de consumir carboidratos estiver grandes cozinhe um pouco de quinoa e amaranto e misture aos seus legumes ou com pimentão, tomate e pepino picados. Tempere com azeite, sal e pimenta.
Marque uma consulta para conversamos também sobre o consumo de substâncias antioxidantes, antiinflamatórias e que melhoram a sensibilidade à insulina. Alguns exemplos de suplementos que podem ser testados e seus prováveis mecanismos de ação:
Ácido lipóico: ativa os receptores de insulina, potencializa a sinalização intracelular de insulina, e previne danos progressivos relacionados à diabetes;
Curcumina: antioxidante e anti-inflamatório, inibe COX e LOX, a peroxidação do LDL-c, a ativação de NFKb e Ap-1;
Extrato de canela livre de cumarinas: controle da glicemia e infecções;
Extrato seco de alho: antioxidante, prevenção da aterosclerose, redução da pressão arterial e melhora da função cognitiva;
Gingerol: antiinflamatório inibidor de PGE 2 e IL-1alfa;
Kaempferol: modula as enzimas cicloxigenase e aumenta a sensibilidade a insulina;
Quercetina: flavonóide com ação antioxidante, antiinflamatória, estabiliza mastócitos reduzindo liberação histamínica.