Intestino que não funciona é gatilho para diabetes

Um intestino que funciona mal é gatilho para vários tipos de doenças. Evidências crescentes mostram também que uma mucosa intestinal pouco saudável correlaciona-se fortemente com o desenvolvimento da doença diabetes. Um “intestino permeável” deixa passar para a corrente sanguínea o que não deve, gerando respostas imunológicas contra antígenos (corpos estranhos), que acabam danificando o pâncreas. Por outro lado, a própria diabetes e hiperinsulinemia gera maior permeabilidade intestinal. Ou seja, é um ciclo vicioso.

O sistema gastrointestinal é hoje considerado o maior órgão do sistema imunológico. Quando não funciona adequadamente acaba aumentando o risco de inúmeras doenças autoimunes, como tireoidite de hashimoto, artrite e diabetes. A hiperpermeabilidade intestinal pode ser avaliada funcionalmente pela medição de dissacarídeos e monossacarídeos na urina após sua administração oral (testes como organix podem ser solicitados por médico ou nutricionista).

Desequilíbrios na microbiota (disbiose intestinal) contribuem para mais hipermeabilidade e mais ativação do sistema imune. Este desequilíbrio pode se dar por fatores genéticos, mas principalmente ambientais (baixo consumo de fibras, alto consumo de alimentos ultraprocessados, estresse, uso de medicamentos, contato com pesticidas etc).

A hiperpermeabilidade é uma característica primária da diabetes. No intestino saudável há menor quantidades de bacteróides e expressão diminuída para zonulin (proteína que aumenta a hiperpermeabilidade). Já quando a dieta está ruim, quando há excesso de bacteróides e excesso de zonulin a permeabilidade aumenta e antígenos começam a passar para a corrente sanguínea. Contudo, nem sempre o paciente com disbiose e hiperpermeabilidade terá sintomas intestinais. O único problema pode ser a elevação da glicemia (Visser et al., 2009).

Assim, a dieta é a primeira linha de tratamento na prevenção e no tratamento da diabetes. Pessoas com dietas inflamatórias (ricas em açúcar, gorduras ruins, caseína hidrolisada, glúten) dificultam o restauro da mucosa intestinal. A melhoria da dieta reduz de cara 50% da resposta imunológica exagerada. A redução da inflamação é completada com o tratamento da disbiose intestinal.

Suplementos usados no tratamento do diabetes na Europa

Resumidamente, para melhorar a saúde do intestino a dieta precisa ser rica em probióticos (disponível em alimentos fermentados como kefir, kombucha), fibras (lentilha, ervilha, grão de bico), raízes, aveia, frutas, pipoca, açaí, aipo, pepino, cenoura crua, pepino. Mas claro, tudo varia de pessoa para pessoa. Eu trabalho com exames genéticos para estudar a individualidade de meus pacientes. Adoçantes, açúcar em excesso, leite, glúten, alimentos ultraprocessados, refrigerantes são veneno para o intestino de muita gente. Mas discuto isso nos cursos, (1) a dieta para cura do diabetes e (2) diagnóstico e tratamento da disbiose intestinal. Caso precise marcar uma consulta, clique aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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