Benefícios das bagas (BERRIES) para a saúde

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Bagas são frutos carnudos simples, no qual a parede do ovário amadurece em um fruto delicioso. Apesar de existirem variedades venenosas existem muitas bagas comestíveis como morango, amora, framboesa, mirtilo, goji berry e açaí. Todas as bagas são ótimas fontes de fibra, um nutriente importante para um sistema digestivo saudável.

As cores destes frutos costumam ser fortes e brilhantes devido a alta quantidade de pigmentos naturais com propriedades medicinais. Tais pigmentos possuem propriedades antioxidantes varrendo radicais livres e prevenindo contra doenças relacionadas ao envelhecimento.

O consumo de 1 xícara de bagas pode melhorar a performance cognitiva (White; Schafer; & Williams, 2016), o humor (Khalid et al., 2017). Frutos roxos são importantes fontes de antocianinas, responsáveis pela proteção do cérebro e melhoria da memória. Framboesas contêm ácido elágico, um composto com propriedades anti-cancerígenas.

Em um estudo com 72 pessoas de meia-idade publicado recentemente no American Journal of Clinical Nutrition, comer pouco menos de uma xícara de bagas por dia durante oito semanas foi associado a níveis elevados de colesterol HDL “bom” e redução da pressão arterial (Erlund et al., 2008).

Os polifenóis encontrados nas bagas também ajudam a preservar a densidade óssea após a menopausa (Hubert et al., 2014). Após a menopausa, quando os níveis de estrogênio caem, a perda óssea supera a formação óssea, aumentando o risco de desenvolvimento da osteoporose. Os polifenóis reduzem a perda óssea, mantendo o esqueleto saudável durante o processo de envelhecimento.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Reequilibrando corpo e mente: yoga + ayurveda

Cresci em uma casa com um quintal espaçoso em uma rua calma. Tenho lembranças de observar as formigas em suas trilhas, as joaninhas nas folhas, de comer amoras, jaboticabas e acerolas do pé. De mexer na terra e chegar com as unhas sujas em casa. Fazia com as amigas comidinhas com grama e flores para alimentar nossas bonecas. Tenho lembranças de correr descalça pela rua, de ser picada por marimbondo e abelha, de ralar os joelhos, de cair de bicicleta, de subir em árvores.

Quando cresci fui morar em um apartamento, minha mãe vendeu a casa, passei a correr de um lado para outro entre dois empregos. A apressar-me entre o trabalho e a busca da filha na escola. Comecei a ficar cada vez mais ansiosa e irritada. Adoeci várias vezes. Emendei mestrado, doutorado e pós-doutorado. Até que resolvi jogar tudo para o alto, parar e respirar. Voltei a caminhar mais pelos parques, a nadar mais na piscina, a andar mais de bicicleta, a meditar, praticar yoga, consumir os alimentos de acordo com preceitos do Ayurveda.

Voltar a viver de acordo com os ritmos da natureza e do próprio corpo é um grande desafio da vida moderna. Mas muito importante. Precisamos nos reconectar com quem nós somos, precisamos reequilibrar nossa energia, corpo e mente, sem prendermo-nos ao passado e ao futuro.

Hoje trabalho mais horas em casa do que na rua. Seleciono consultorias. Meu desafio maior é desconectar-me da internet. Por isso, quando saio com a família opto por deixar o celular em casa. Quando saio para caminhadas também. E é libertador. Sem checar mensagens e emails a toda hora conecto-me com o presente e com o que importa.

Esta semana minha mãe e minha sogra vieram nos visitar. Quero deixar as listas de tarefas de lado e construir memórias. Quero sentir o aperto de braços amorosos, não a pressão do excesso de compromisso. Quero me perder na conversa com pessoas amadas, ao invés de passar tempo olhando coisas sem importância na internet e na TV. Quero assistir o pôr do sol e não ser esmagada por uma agenda sobrecarregada que rouba minha alegria.

Precisa disso também? Coloque os pés na grama ou na areia, sente-se debaixo de uma árvore, faça caminhadas, vá acampar ou fazer uma pequena viagem. Observe como sente-se antes e depois. Quando nos conectamos novamente com o que importa (pessoas amadas e natureza) a cabeça areja e a energia volta.

Relembre: o que você fazia quando criança que o mantinha calmo, feliz, equilibrado? Retome os pequenos hábitos. Não enterre-se em afazeres, desejos, compras, redes sociais, grupos de WhatsApp. Se estiver com dores, faça exercícios simples de yoga (existem muitos vídeos gratuitos no YouTube). E coma de forma saudável. Alimentos frescos mantém corpo e mente saudáveis por muito mais tempo.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Problemas gastrointestinais na síndrome de Down

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O sistema digestório (ou gastrointestinal) compreende as partes do corpo envolvidas na ingestão e processamento dos alimentos, absorção e utilização dos nutrientes, além do descarte de resíduos. Começa na boca e vai até o reto, passando pelo esôfago, estômago, intestino delgado e grosso. Além disso, possui glândulas e órgãos anexos, na boca (salivares) e dentro da cavidade abdominal (fígado, vesícula biliar e pâncreas).

Muitos são os problemas digestivos. Você com certeza já enfrentou problemas que culminaram com diarreia ou constipação, gases ou arrotos, dor abdominal ou indigestão. Pois é, ninguém está livre. Mas nas pessoas com síndrome de Down a frequência de problemas relacionados ao sistema digestório costumam ser ainda maiores. Alterações clínicas e anatômicas como atresia de esôfago ou duodeno, megacólon, doença de Hirschsprung, doença celíaca são mais comuns, o que pode gerar mais dificuldades nos processos de engolir e digerir alimentos, absorver nutrientes ou eliminar dejetos. Sintomas como vômito, diarreia, constipação, refluxo e gastroenterites (infecções intestinais) podem aparecer e devem ser rapidamente investigadas.

Ao nascer, toda criança com síndrome de Down deve ser avaliada em sua capacidade de sugar e engolir normalmente. Em caso de dúvida, um pequeno tubo flexível pode ser passado para o esôfago do bebê para verificar se há algum bloqueio. Entre a boca e o estômago está o esôfago. Para digerir a proteína dos alimentos produzimos no estômago o ácido clorídrico. O estômago possui uma camada de muco que o protege contra o ácido. Se o conteúdo estomacal (alimento + ácido) volta para o esôfago este fica irritado e dolorido já que não possui o muco protetor. Se o bebê chora demais é sinal de que está com dor. Vômitos e perda de peso também são critérios importantes para que o médico pesquise o refluxo, que é mais comum na síndrome de Down devido ao baixo tônus ​​muscular. Isso afeta o controle dos músculos da barriga, tornando o refluxo mais provável. Além disso, como as crianças tendem a demorar mais para adquirir uma posição sentada e em pé, elas correm mais risco de refluxo.

A hipotonia muscular também aumenta a frequência de constipação intestinal. Outro problema frequente é a doença de Hirschsprung, uma anomalia congênita que tem como característica intrínseca a ausência dos neurônios no intestino grosso, principalmente na parte final (cólon sigmóide e reto). Os principais sinais e sintomas da doença são a distensão abdominal que ocorre logo após o nascimento, com presença de vômitos e retardo de mais de 48 horas na passagem do mecônio. Deixada evoluir sem o tratamento precoce pode provocar retardo do desenvolvimento que, não raramente, culmina com a morte, quase sempre associada a enterocolites graves. O tratamento é cirúrgico e se resume na retirada do segmento sem inervação, com reconstrução imediata do trânsito intestinal.

Todos estes problemas podem resultar em ganho de peso insuficiente durante a infância. É importante que a criança seja acompanhada de acordo com curvas específicas para a síndrome de Down. Se o crescimento for insuficiente é bom investigar também a ocorrência de doença celíaca, problema autoimune causado pela reação ao glúten, proteína presente em alimentos que contenham trigo, cevada ou centeio. O glúten causa nestas crianças danos à superfície do intestino. Tais danos dificultam a absorção de nutrientes importantes ao desenvolvimento como ferro, zinco, vitaminas A, B6, B9, B12, D (Wiedsma et al., 2013).

Exames importantes na avaliação gastrointestinal incluem a ultrassonografia abdominal, a pesquisa de anticorpos antigliadina e antiendomísio (para doença celíaca). Outros exames como contrastes ou biópsias poderão ser necessários, dependendo do caso.

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