"Colesterol bom" pode estar reduzido na síndrome de Down: implicações na qualidade de vida

O colesterol é tão importante que nosso fígado produz uma grande quantidade por dia para que, a partir dele, possa sintetizar vitamina D e hormônios sexuais. O colesterol também protege a pele contra a desidratação e é fundamental para a neurotransmissão.

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Dentro do corpo o colesterol é transportado por lipoproteínas, como a LDL-c (lipoproteína de baixa densidade), que leva o colesterol do fígado para os tecidos; e HDL-c (lipoproteína de alta densidade), que leva o colesterol em excesso de volta para o fígado. Um estudo recente mostrou que o HDL (também conhecido como “colesterol bom” pode estar diminuído em pessoas com síndrome de Down (SD). Essa modificação no perfil lipídico pode estar relacionada com alterações genéticas, geradas pela trissomia do cromossomo 21 (Mierlo et al., 2018).

Além da genética outros fatores estão associados à redução do HDL-c, como o diabetes, o estilo de vida sedentário, o excesso de peso, o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gordura saturada e/ou hidrogenada. A redução do HDL-c está associada a maior risco de doenças cardiovasculares e também de doenças infecciosas e pneumonia (Madsen et al., 2018) .

Discuto muitas questões relacionadas à suplementação de compostos específicos no curso online. Saiba mais aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Aprenda a usar a levedura nutricional

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Leveduras são microorganismos com uma única célula de formato oval, popularmente conhecidos por ‘fungos’. São parentes dos cogumelos, porém muito menores, só podendo ser observados com o uso de um microscópio. Leveduras do gênero Saccahromyces cerevisiae são utilizados na fabricação de cerveja, pães e bolos. Sob alta temperatura as leveduras são inativadas e comercializadas com o nome de levedura nutricional (Nutritional Yeast).

É naturalmente fonte de minerais como ferro e magnésio e vitaminas como ácido fólico, biotina e B12. Para atender as necessidades nutricionais de veganos muitas empresas ainda fortificam a levedura nutricional com quantidades adicionais de vitaminas do complexo B, selênio, zinco e outros nutrientes. A levedura nutricional pode ser usada como suplemento ou como alimento sobre saladas, vegetais, batata assada, purê de batata, pipoca ou como substituto do queijo em pizzas e massas. Aprenda mais:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

TDAH - tratamento sem medicação

Tem gente viciada em chiclete. Aliás, você está mastigando um enquanto lê este texto? Algumas pessoas usam as gomas de mascar para limpar a boca após as refeiçóes, para aumentar a produção de saliva, reduzindo o risco de gengivite.

Alguns pesquisadores sugerem que mascar chicletes aumenta o fluxo sanguíneo na região e também no cérebro. Quando surgem estudos como estes muitos pais empolgam-se. Seria o chiclete eficiente para o controle da hiperatividade no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA)? Infelizmente, um estudo mostrou que a goma de mascar teve um impacto negativo na vigilância em crianças com TDAH e também não melhorou os níveis de atenção (Tucha et al., 2010).

É claro, as pessoas são muito diferentes uma das outras e individualização é tudo. Um dos importantes aspectos do tratamento do TDAH é a redução da ansiedade. E, para algumas pessoas, mascar gomas pode reduzir a ansiedade e o estresse. Isso é muito importante. Sem reduz o estresse muitas crianças, adolescentes e adultos acabam sendo medicadas desnecessariamente, por exemplo com a Ritalina. Contudo, a ritalina não trata as causas da irritabilidade, da ansiedade, da hiperatividade, do déficit de atenção - trata sintomas, como a maior parte dos medicamentos.

Aliás, veja o que está escrito na bula do medicamento: “o mecanismo de ação da ritalina ainda não foi completamente ilucidado, mas acredita-se que o seu efeito estimulante é devido a uma estimulação cortical e possivelmente uma estimulação do sistema reticular. O mecanismo pelo qual ele exerce seus efeitos psíquicos e comportamentais em crianças não etá claramente estabelecido, nem há evidência conclusiva que demonstre como esses efeitos se relacionam com a condição do sistema nervoso central”.

Para o psicólogo Leonardo Mascaro, autor do livro “Saúde mental sem medicamentos para leigos”, o uso de medicamentos em crianças tem sido feito de forma indiscriminada e irresponsável e os desdobramentos são extremamente sérios, como desenvolvimento de bipolaridade pelo uso crônico, desde cedo. A ritalina induz alterações moleculares na membrana dos neurônios. Ao bloquear em cerca de 70% a ação das moléculas que removem a dopamina da fenda sináptica, o medicamento aumenta o neurotransmissor artificialmente por horas. Ao fazê-lo o cérebro adapta-se e deixa de produzir o neurotramsissor espontanemante. Como um efeito dominó, há uma redução no número de receptores para dopamina, o que agrava o quadro, além de criar a dependência do medicamento.

Além disso, não é porque uma criança não presta atenção que tem TDAH, necessariamente. Pode ser só ansiedade mesmo. Psicoterapia, atividade física e tempo de qualidade com a família serão muito mais interessantes e eficazes. Mas, mesmo que seja o caso de TDAH, o medicamento não é a única solução. Existem outras intervenções cabíveis e validadas como o neurofeedback. Mas, relembrando: cada paciente é absolutamente único e seu tratamento também deve ser. Pode inclusive, ser necessário o uso de medicamentos, mas antes, o diagnóstico correto é essencial. Consulte um bom neuropediatra e, caso necessário, peça uma segunda opinião. Se não conseguir em sua cidade, posso indicar também psicóloga que atende online para avaliação de adolescentes e adultos.

Yoga e meditação para redução da hiperatividade

Estudos recentes mostram que o treinamento da atenção pode ajudar crianças, adolescentes e adultos com déficit de atenção e hiperatividade. Yoga e meditação (ou práticas de atenção plena) contribuem ainda para a regulação hormonal, complementando a retirada de açúcar e outros tratamentos (como uso de medicamentos ou suplementos). Ninguém com déficit de atenção e hiperatividade vai conseguir entrar em uma sala e meditar por 1 hora, mas pode começar com 1 minuto, 2, 3 e ir progredindo até pelo menos 20 minutos diários.

Muitos profissionais de saúde e professores têm indicado a prática de yoga e meditação para toda a família. Isso mesmo, é uma jornada familiar. Pais que meditam e praticam yoga em casa estimulam os próprios filhos pelo exemplo. Pais com treinamento em Yoga vêem o comportamento dos filhos melhorarem ao longo do tempo, resultando em uma melhor relação com os mesmos, o que por sua vez ajuda na melhoria dos sintomas de TDAH e também de autismo.

Livros para explicar o TDAH para crianças

Ainda não havia para mim ritalina - Gregório Duvivier

A primeira vez que tomei Ritalina eu entendi como é que as pessoas veem o mundo. Entendi que nem todo mundo vai buscar um copo d´água na cozinha e esquece o que foi fazer lá. Entendi que nem todo mundo tem dificuldade de se comunicar por telefone porque tudo o que os olhos veem chama a atenção e fica difícil prestar atenção só no ouvido quando um monte de coisa está acontecendo em frente aos olhos e a ligação termina sem que se tenha a menor ideia do que foi dito. Entendi que as pessoas normais olham pra tela de um computador e tudo o que elas veem é a tela de um computador, e não um portal pra procurar qualquer coisa no Google de dez em dez segundos. Aliás, quem inventou o segundo? Caramba, os sumérios usavam o sistema duodecimal porque contavam cada falange do dedo, excluindo o dedão. E eis que acabo de perder duas horas no fantástico mundo dos sumérios, que inventaram a escrita, as cidades e a cerveja. Benditos sejam os sumérios. Onde é que eu estava?

Confesso que nunca consegui estudar. Ao mesmo tempo sempre gostei de ler. No entanto, só consigo ler aquilo que não deveria estar lendo, como os sumérios, a pronúncia correta de Roraima (ambas são corretas, mas em Roraima se fala Roráima) e qual o analgésico que tem menos efeitos colaterais (dipirona - injustamente proibida fora do Brasil por motivos obscuros que cheiram a boicote da indústria farmacêutica, pronto: mais duas horas perdidas no vale da dipirona). Em toda a minha vida, acho que nunca estudei uma matéria da escola, nem sei ao certo como faz. Nunca consegui abrir um caderno e reler minhas anotações, e um dos motivos pra isso é que nunca fiz anotações, e nem sequer me lembro de ter tido um caderno. Passava as aulas muito ocupado: quando não estava tentando impedir o professor de dar aula, estava olhando pela janela, pensando em outra coisa.

A primeira vez que tomei Ritalina entendi o pessoal que sentava na primeira fila e grudava os olhos no quadro-negro, e assim permanecia até tocar o sino. Esse pessoal excêntrico que não ouvia o cachorro latir na casa ao lado da escola que o lembraria de um cachorro que morreu afogado uns anos antes, logo não sentia uma súbita vontade de chorar sabe-se lá por quê, e não precisaria começar a batucar pra pensar em outra coisa, esse pessoal que não era expulso de sala por estar batucando.

A última vez que tomei Ritalina foi quando percebi que já não consegui mais pensar em nada que eu não quisesse pensar. Foi quando percebi que minha cabeça tinha sido domesticada, e percebi que domar a cabeça é gostoso, mas não domar a cabeça é melhor.

Quando deixei de tomar Ritalina, voltei a pensar nos sumérios, e nos fenícios, no Fluminense, em tudo o que não importa e faz a vida valer a pena. Resumindo: em tudo o que é assunto de crônica. A Ritalina é a morte do cronista, esse diletante profissional.

Do livro Crônicas para ler em qualquer lugar. Ed. Todavia, 2019.

Suplementação mínima: associar Ômega-3 com TDAH Control all in one. Fazer modulação intestinal, sempre que necessário. Para individualização marque aqui sua consulta.

TESTE GRATUITO DE SINTOMAS DE TDAH
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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