Muitos pais chegam às consultas dizendo que os filhos não aceitam consumir verduras e legumes. Na maioria das vezes, quando uma criança recusa vegetais, ela não está sendo voluntariosa ou maliciosa; a relutância em experimentar sabores desconhecidos foi herdada. Muitos vegetais amargos são venenosos e nossos ancestrais passaram para nós genes que fazem com que instintivamente fujamos destes alimentos. Além disso, crianças que não foram amamentadas por mães com dieta variada, tendem a gostar menos de vegetais. O bebê amamentado está acostumado a gostos diferentes, por isso é mais fácil tentar algo novo. Em contraste, o sabor da fórmula infantil em lata é sempre o mesmo, então pode levar mais tempo para uma criança alimentada com mamadeira aceitar um novo sabor. Algumas crianças podem levar entre 12 e 18 vezes para aceitar novos alimentos.
Existem também as crianças que comiam de tudo quando bebês e depois pararam de aceitar os vegetais. Crianças copiam. Os adultos em volta consomem vegetais também? E as outras crianças da casa e da escola? Além disso, a criança está consumindo açúcar demais? Neste caso pode estar ficando com o paladar viciado e a recusa por outros alimentos passa a ser maior. Outra questão é o tipo de preparação. Todos temos preferências e as crianças também. Algumas gostam de vegetais mais firmes, outras mais macios. Tudo influencia na aceitabilidade e a paciência e estímulo é importante visto que vegetais e hortaliças fornecem a maior parte das vitaminas, minerais e fitoquímicos que nos protegem contra doenças.
Bem, um outro conjunto de crianças vai ter outro tipo de resistência: não querem comer carnes. E, em geral, esse susto é ainda maior para as famílias. Mas, a verdade é que os nutrientes das carnes são encontrados também em outros alimentos. Carne tem ferro, couve, espinafre e beterraba também. Carne tem proteína. Ovo, feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, sementes e castanhas também. Carne tem B12. Ovo também.
Vegetais e frutas contém vitamina C. Carne e leite não. Vegetais contém fitoquímicos que protegem contra câncer, Alzheimer, diabetes, doenças de coração. Carne, leites e ovos, não. Por isso, não consumir carnes é menos prejudiical do que não consumir verduras e legumes e frutas.
Apoio de grandes universidades
Várias universidades estão riscando as carnes do cardápio em um esforço para combater as mudanças climátias. Refeitórias da Universidade de East Anglia (EAU), nos Emirados Árabes Unidos, faculdade Goldsmith (Universidade de Londres), a Universidade de Cambridge e a Universidade de Coimbra (a mais antiga de Portugal. As universidades tem um papel importante na implementação de políticas e na influência do pensamento público, além de fornecer grande parte do trabalho acadêmico e da pesquisa que cria a conversa em torno da catástrofe climática. Mesmo assim, o movimento só é apoiado pois não traz consequências negativas à saúde. Pelo contrário, dietas veganas contribuem para a redução dos níveis de colesterol, para o controle da pressão arterial, para a manutenção do peso saudável e para a diminuição do risco de certos tipos de câncer, como o de intestino.
10 estratégias para melhorar a saúde da criançada
(1) aprender de onde o alimento vem (levar à feira, à fazenda, à horta...),
(2) plantar,
(3) agradecer pelos alimentos,
(4) deixar alimentos saudáveis à vista,
(5) dar o exemplo,
(6) oferecer o alimento de várias maneiras (cozido, assado, grelhado, purê, amassado, batido, etc),
(7) consumir alimentos coloridos diferentes e da estação,
(8) beber água,
(9) ter paciênica - comer é um processo de aprendizagem complexo,
(10) comer junto - manter a rotina, com o horário de refeições da família.
Curso online: Alimentação saudável para crianças
No Brasil, dois guias ajudam os pais e profissionais de saúde a pensarem a alimentação sem carne: (1) a publicação da Sociedade Vegetariana Brasileira: alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade; (2) a publicação do ministério da saúde: guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, que traz a alimentação vegetariana como uma possibilidade.