Sem mudança de estilo de vida o resultado da cirurgia bariátrica não se sustenta

Muitos pacientes me procuram após a cirurgia bariátrica, super frustrados pois voltaram a ganhar peso. Infelizmente, sem mudanças no estilo de vida os resultados da redução de estômago ou qualquer outra técnica, não se sustenta.

Pessoas que fizeram a cirurgia e estão em forma hoje continuam de olho no cardápio, nos tipos de alimentos consumidos, nas quantidades, continuam praticando atividade física e buscando estratégias para amenizar o estresse da vida.

A cirurgia pode ser uma ferramenta usada em um momento crítico mas dieta, treino e repouso nunca deixarão de ser importantes. Em janeiro inicia-se a nova turma de emagrecimento e manutenção do peso. Buscando motivação?

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Obesidade é doença?

Para a Associação Médica Americana (AMA) a obesidade é uma doença. Isto significa que os profissionais de saúde são obrigados a dizer ao paciente que o mesmo está doente e que precisa ser tratado. E que a cura é o emagrecimento. Nem todos os pesquisadores concordam com isso, claro. Apesar de a obesidade aumentar o risco de doenças como diabetes e problemas cardiovasculares, muitos países a consideram como uma desordem complexa ou uma condição crônica preocupante. Seria a consequência do estilo de vida escolhido. Mas para a AMA isto não faz sentido. Seria o mesmo que dizer que o câncer de pulmão não é uma doença porque foi causado pela escolha individual de fumar.

Os defensores da classificação da obesidade como doença dizem que ela prejudica o funcionamento do corpo. A indústria farmacêutica comemora. Afinal, no Brasil existem quase 50 milhões de obesos. Dá para vender remédio para muita gente! Mas é claro que nem todo mundo precisa de remédios que trazem vários efeitos colaterais. Além disso, muita gente está com pressão, lipídios plasmáticos e glicose normal, não precisando se submeter a nenhuma medida drástica. Tenho um vídeo sobre a forma de avaliação do estado nutricional no YT.

Ser rotulado como obeso também não soa bem para a maioria das pessoas, gerando estresse psicológico. Uma pesquisa publicada na Psychological Science, revista da Association for Psychological Science, mostrou que pessoas classificadas como obesas fizeram, na verdade, menos esforço para fazer escolhas saudáveis, mostravam-se menos motivadas e mais frágeis psicologicamente (Crystal Hoyt & Jeni Burnette, 2014).

Os pesquisadores apontam que provavelmente existem alguns benefícios para enquadrar a obesidade como uma doença, como diminuir a vergonha e promover uma maior aceitação dos diversos tamanhos e formas corporais. Rotular a obesidade como uma doença também parece reduzir o estigma, o que pode ajudar alguns indivíduos obesos a se engajarem na saúde e nos objetivos relacionados ao peso.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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