Terapia ayurvédica para mulheres na menopausa

Do que você lembra quando pensa em menopausa? A maioria das pessoas lembra de ondas de calor. Contudo, outras questões podem acompanhar a menopausa como ganho de gordura na região abdominal, desconfortos sexuais, aumento do risco de doença cardíaca, diabetes e hipotireoidismo.

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Cuidar da saúde nesta altura da vida é muito importante e engloba um maior carinho com o corpo, com a mente e com as emoções. O Ayurveda é uma ciência antiga que olha para o corpo como um todo. Promove o equilíbrio por meio do reencontro com a própria essência e por meio de técnicas que reduzem o estresse, minimizam o agravamento de Vata, para que a mulher possa usufruir de sua vida com sabedoria.

A cessação dos períodos férteis permite que a mulher possa agora focar sua energia em outros aspectos importantes da vida e não relacionados à procriação da espécie. Mas para viajar, continuar aprendendo, curtir as amigas e a família, participar ativamente da vida da comunidade, a mulher precisa estar bem. Como a menopausa é marcada por mudanças no corpo, nas emoções, na mente, no espírito, o estilo de vida precisa ser adaptado.

De acordo com o Ayurveda, a infância é governada pelo dosha Kapha, idade adulta é pelas qualidades de produtividade de Pitta, enquanto fases mais avançadas da vida são governadas pelo dosha Vata (aprenda mais sobre os doshas aqui). O dosha Vata começa a acumular-se entre os trinta e quarenta anos. O corpo ainda é ativamente produtivo, mas Vata começa a infiltrar-se gerando alterações nos níveis de energia.

O momento da cessação do período fértil depende da genética, do estilo de vida, dos hábitos e dos comportamentos. Para algumas mulheres é um fenômeno silencioso, mas outras relatam maior instabilidade emocional, distúrbios do sono, dores de cabeça, palpitações cardíacas, problemas ósseos e depressão. 

Na medida em que o Vata aumenta os outros doshas podem também sofrer desequilíbrios. Os sintomas do aumento do kapha estão associados a ganho de peso, sensação de peso mental e físico assim como a um aumento na retenção de líquidos. Nas mulheres de constituição pitta há um aumento da irritabilidade, e ondas de calor frequentes. Para mulheres na pré-menopausa, plantas como Dioscorea villosa (inhame selvagem) ou shatavari podem ser usadas para combater as ondas de calor. O Aspargo racemosus tem sido tradicionalmente usado pelas suas propriedades afrodisíacas. Tanto na perimenopausa quanto na menopausa, envolver-se em um programa de exercícios ou praticar yoga é muito benéfico, melhorando o humor, a digestão, a flexibilidade, o sono e o condicionamento físico, além de elevar a autoestima e contribuir para melhores relacionamentos.

Trabalhar a autoestima é fundamental também para a vida sexual. O tempo muda o corpo e a vergonha sobre rugas, flacidez ou aumento do peso pode desencorajar o sexo. A auto-imagem negativa pode estar enraizada em outras questões que não envolvem a aparência, como retrocessos na carreira, aposentadoria, depressão, que podem minar o desejo. Aprenda a desviar o foco para seus pontos fortes, seus olhos, seu sorriso, sua personalidade, sua risada contagiante.

Tire o foco da aparência e coloque sua atenção na experiência de dar e receber prazer durante o sexo. Isso pode ajudá-lo a encontrar a confiança para se entregar à experiência. O sexo ótimo é muitas vezes o resultado de uma conexão emocional profunda - algo que não é garantido nem para quem tem o corpo perfeito. A expectativa da população tende a aumentar. Você ainda terá uma segunda vida após a menopausa. Cuide-se. Uma dica de ouro é aprender a meditar. A prática de forma consistente alivia o estresse e a ansiedade, reduz suores e calorões, além de ajudar no tratamento da depressão.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Compostos naturais melhoram a função mitocondrial

As mitocôndrias são organelas responsáveis ​​por várias funções celulares cruciais, incluindo a respiração, a fosforilação oxidativa para geração de energia e a regulação da apoptose (morte celular programada). Também são a principal fonte intracelular de espécies reativas de oxigênio (ROS).

Para que mitocôndrias possam utilizar carboidratos, proteínas e lipídios precisam estar saudáveis (converso sobre o tema neste vídeo). Para tanto, compostos naturais, obtidos do reino vegetal são de interesse particular. Quercetina, resveratrol, curcumina estão entre as moléculas estudadas. Possuem alto poder antioxidante e podem ser obtidas de cebola, maçãs, alimentos roxos e do açafrão. Estes compostos também possuem papel terapêutico contra o câncer (Gibellini et al., 2015).

Para que a mitocôndria funcione adequadamente ela precisa de:

  • Glicose e outros carboidratos, que fornecem substratos para a glicólise e o ciclo de Krebs.

  • Ácidos graxos e aminoácidos, que também podem ser utilizados na produção de energia.

  • Oxigênio, indispensável na cadeia transportadora de elétrons para a geração de ATP.

  • Vitaminas e minerais, como as do complexo B (B1, B2, B3, B5) e coenzimas como o Q10, que são cofatores essenciais para reações enzimáticas mitocondriais.

Se nutrientes estiverem em falta ou houver disfunções metabólicas, a mitocôndria não conseguirá gerar energia adequadamente, o que pode levar a fadiga, doenças metabólicas e até problemas neurodegenerativos.

Consequências da falta de nutrientes:

1. Produção insuficiente de ATP

2. Aumento do estresse oxidativo -
Se a mitocôndria não consegue completar a cadeia transportadora de elétrons de forma eficiente, ocorrem vazamentos de elétrons que resultam na formação excessiva de radicais livres (espécies reativas de oxigênio - ROS). Isso pode causar danos às membranas celulares, proteínas e ao DNA mitocondrial (mtDNA).

3. Diminuição da função celular -
Células que exigem alta demanda energética, como neurônios, células musculares e cardíacas, são particularmente afetadas pela disfunção mitocondrial (veja reel anterior).

4. Acúmulo de metabólitos tóxicos -
Quando a respiração celular é prejudicada, a célula pode recorrer a mecanismos alternativos, como a fermentação anaeróbica, gerando excesso de ácido lático. Isso pode causar acidose metabólica e dores musculares.

5. Resistência à insulina e doenças metabólicas - Sem nutrientes adequados, as mitocôndrias não conseguem metabolizar corretamente a glicose e os lipídios, prejudicando a homeostase energética e contribuindo para síndrome metabólica.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nrf2 é crítico para defesas antioxidantes e eficiência detox - saiba como estimular esta via

O Nrf2 (fator nuclear derivado de eritróide 2) é um caminho bioquímico crítico para a saúde, sendo a via conhecida mais importante no aumento das defesas antioxidantes do corpo. Atua como um fator de transcrição, ou seja, uma proteína capaz de influenciar a expressão genética e a transcrição de outras proteínas. Dentre elas estão as proteínas antioxidantes, que protegem o corpo contra o estresse oxidativo, danos e inflamação.

O Nrf2 é encontrado em maiores quantidades nos rins, músculos esqueléticos, pulmões, coração, fígado e cérebro - tecidos que sofrem com estresse oxidativo. Substâncias que estimulam a via Nrf2 estão sendo estudadas para o tratamento de doenças causadas pelo ataque por radicais livres a estes tecidos.

Como funciona?

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O Nrf2 estimula a geração do grupo NQO1, antioxidante que doa elétrons e desintoxica uma variedade de produtos químicos e drogas. O NQO1 é importante para a desintoxicação da fase 2, no fígado.

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O Nrf2 também estimula a produção de glutationa, um dos mais importantes antioxidantes do organismo. Além disso, a ativação do Nrf2 também é responsável pela produção de glutationa S-transferase (GST), a qual permite que a glutationa se ligue a drogas e toxinas, para que o corpo possa eliminar compostos potencialmente nocivos e tóxicos.

Nrf2 estimula a heme oxigenase-1 (HMOX1 ou HO-1), uma enzima que catalisa a quebra do heme na biliverdina, que atua como antioxidante. O HO-1 também defende o corpo contra a sepse, hipertensão, aterosclerose, lesão pulmonar aguda, lesão renal e inflamação e dor.

Como aumentar NRF2?

  • Alimentos ricos em quercetina como alcaparras, pimentão amarelo, cebola, maçã com casca, uvas vermelhas

  • Alicina e aliina do alho e cebola

  • Flavonóides de fruas vermelhas, roxas e pretas

  • Compostos fenólicos e terpenóides de ervas e especiarias

  • Aumentar butirato (corebiome pós biótico)

  • Atividade física em jejum

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/