Escolhas saudáveis reduzem o risco de derrame em até 80%

O derrame mata 11 brasileiros por hora! No derrame isquêmico uma veia se rompe no cérebro interrompendo o fluxo sanguíneo para o órgão. Já no derrame hemorrágico uma veia se rompe fazendo com que o cérebro seja inundado por sangue. 

Nos dois tipos de derrame sequelas podem ocorrer impactando negativamente a coordenação motora, os movimentos, a memória ou a fala de forma isolada ou combinada. A prevenção requer medidas que incluem: 

- Não fumar;

- Diminuir o consumo de gordura na dieta;

- Aumentar o consumo de frutas e verduras, variando bem o cardápio;

- Consumir álcool com moderação;

- Manter o peso corporal dentro dos limites considerados saudáveis;

- Praticar uma atividade física com regularidade;

- Consultar seu médico mantendo os exames periódicos em dia.

Fonte: Goldstein LB, Cheryl D. Bushnell, M.H.S.; Robert J. Adams; Lawrence J. Appel, M.P.H.; Lynne T. Braun; Seemant Chaturvedi; Mark A. Creager; Antonio Culebras; Robert H. Eckel; Robert G. Hart; Judith A. Hinchey; Virginia J. Howard; Edward C. Jauch; Steven R. Levine; James F. Meschia; Wesley S. Moore; J.V. (Ian) Nixon; and Thomas A. Pearson. "Guidelines for the primary prevention of stroke: A guideline for healthcare professionals from the American Heart Association/American Stroke Association". Stroke Journal, 2010.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

pH normal, acidose e alcalose

Acidose e alcalose são estados anormais resultantes de excesso de ácidos ou de bases no sangue. O pH normal do sangue deve ser mantido dentro de uma faixa estreita (7,35-7,45) para o funcionamento adequado dos processos metabólicos e para a liberação de quantidades corretas de oxigênio nos tecidos. Acidose é um excesso de ácido no sangue, com pH abaixo de 7,35, e alcalose é um excesso de base no sangue, com pH acima de 7,45.

pH arterial normal: 7,35 a 7,45

< 7,35: acidemia ou acidose

> 7,45: alcalemia ou alcalose

Durante o dia ácidos vão sendo formados e precisam ser neutralizados ou eliminados para manutenção do equilíbrio ácido-básico. Os principais sistemas de controle do pH são a eliminação de ácido como gás carbônico (CO2) pelos pulmões, a reabsorção de bicarbonato e excreção de ácidos pelos rins. Muitos distúrbios e doenças podem interferir no controle do pH do sangue, causando acidose ou alcalose. Distúrbios ácido-base são frequentes em doenças pulmonares, doenças renais e na diabetes.

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Componentes da dieta podem gerar resíduos ácidos ou básicos durante o metabolismo. Alimentos com grandes quantidades de magnésio, potássio e cálcio geram mais resíduos básicos (bicarbonato), enquanto alimentos ricos em fosfato, cisteína, metionina, lisina, arginina e histidina geram mais resíduos ácidos (H3PO4, H2SO4 e HCl). A produção ácida endógena líquida pode ser medida diretamente na urina (PRAL) ou pode ser estimada pela composição da dieta (PAEL estimada ou NEAP):

Estudos mostram que quanto mais acidificante é a dieta maior é o risco de diabetes, doenças cardiovasculares, hepáticas e renais (Han et al., 2016; Parvin et al., 2016; Jayedi & Shab-Bidar, 2019; Alferink et al., 2019). A dieta mais acidificante também reduz a densidade óssea aumentando o risco de osteoporose (Mangano et al., 2014). Por isto, indica-se uma dieta antiinflamatória e de baixa carga ácida (Passey, 2017). Esta dieta precisa de menos proteína animal, menos fosfatos, menos alimentos industrializados e em conserva. Por outro lado, para alcalinizar o organismo precisamos de mais cálcio, magnésio e potássio, a partir de alimentos de origem vegetal. Equilibre sua alimentação, previna doenças e proteja seus ossos (Gunn et al., 2015):

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Divertículo, diverticulose e diverticulite - riscos e tratamento

Divertículos intestinais são pequenos sacos que projetam para fora do intestino grosso. Surgem nas áreas de maior fraqueza da parede intestinal. O termo diverticulose ou doença diverticular simplesmente descreve o fato do intestino apresentar divertículos. Pessoas com diverticulose podem permanecer assintomáticas por toda a vida.

Os divertículos podem inflamar-se e infectar-se, situação conhecida como diverticulite. A mesma é causada pela obstrução dos divertículos, tanto por fezes quanto por alimentos. Gera dor abdominal e frequentemente é acompanhada por outros sintomas como náusea, vômitos, constipação, febre, podendo inclusive causar a morte do paciente. Isto acontece porque a pressão interna dentro do divertículo pode ser grande o suficiente para romper a parede intestinal, derramando matéria fecal no abdômen. Dados dos Estados Unidos mostram que 9 de cada 10 pessoas que falecem devido a ruptura dos divertículos nem sabiam que tinham a doença.

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A presença da doença diverticular é mais comum em pessoas acima de 50 anos, surgindo em decorrência de características pessoais e estilo de vida, como dieta, atividade física e excesso de peso. A obesidade está relacionada com maior incidência de quadro de diverticulite e de sangramento (hemorragia) decorrente da presença dos divertículos, sendo estas as duas maiores complicações da doença diverticular.

Trata-se de um problema importante pela mortalidade resultante das suas complicações, onde se incluem a diverticulite, a formação de abcessos, a perfuração, a peritonite, as fístulas, a obstrução e a hemorragia. Estas complicações desenvolvem-se entre 10% a 40% dos indivíduos com diverticulose. Alguns estudos indicam cerca de 23.600 óbitos por ano, na Europa, por complicações da diverticulose. Além da mortalidade associadas às complicações e do respectivo impacto familiar, profissional e social, importa referir ainda os custos elevados desta doença.

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A dieta rica em fibras é considerada a melhor maneira de se prevenir o surgimento dos divertículos, principalmente quando associada a prática de exercício. Aproximadamente de 15 a 25% dos pacientes com diverticulose apresentarão uma crise de diverticulite, enquanto de 5 a 15% evoluirão com sangramento intestinal.

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O diagnóstico da diverticulose é feito por exames como a colonoscopia ou tomografia computadoriza de abdome. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. A melhor maneira de se evitar as crises de diverticulite aguda é manter uma dieta baseada em vegetais, pobre em alimentos industrializados e rica em fibras. Após a primeira crise de diverticulite, um terço dos pacientes permanecerão assintomáticos, outro terço evoluirá com desconforto ocasional, e o último terço apresentará a segunda crise de diverticulite. Após a segunda crise, apenas 10% dos casos ficarão livres dos sintomas de desconforto abdominal.

Fezes macias e lubrificadas passam facilmente pelo intestino grosso. Já pessoas com baixo consumo de frutas, verduras, leguminosas, sementes e castanhas possuem fezes pequenas e endurecidas. Isso faz com que o intestino precise fazer muita força para movê-las. Este acúmulo de pressão é o que causa os divertículos. O consumo de fibras recomendado para adultos é de 25 a 30 gramas ao dia. No Brasil, a média de consumo nacional entre adultos fica entre 12 e 15 gramas ao dia. Para saber se o seu consumo está adequado consulte seu nutricionista. As fibras são muito importantes na dieta, não só regulando o trânsito intestinal e prevenindo a diverticulite, mas também reduzindo o risco de diabetes, doenças coronarianas, úlceras e câncer de cólon.

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Os tratamentos para doenças diverticulares incluem fibras alimentares, tratamentos farmacológicos como antibióticos (rifaximin), medicamentos anti-inflamatórios (mesalazina) e probióticos, isoladamente ou em combinação, e eventualmente cirurgia. Apesar de ser eficaz no tratamento de doenças primárias, sua eficácia na prevenção primária e secundária de complicações ainda é incerta (Tursi et al., 2020).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/