Plantas: poucas calorias, muitos nutrientes

As plantas fornecem muitos compostos essenciais à nossa saúde: água, vitaminas, minerais, fitoquímicos, aminoácidos, ácidos graxos e carboidratos complexos. Para manter o intestino funcionando bem e o corpo desinflamado você precisa também ingerir cerca de 14 gramas de fibras para cada 1.000 calorias que consome. As fibras dos alimentos de origem vegetal, mantém limpos os 250 metros quadrados ocupados pelo intestino delgado e grosso. Enrolados e com vilosidades super compactadas dentro de nosso abdome, nem nos lembramos de sua importância, que é enorme. Nos intestinos existem mais de 500 milhões de neurônios, que formam um sistema nervoso importantíssimo mantendo o cérebro bem informado sobre tudo o que acontece no trato digestivo.

As fibras alimentam ainda as bactérias probióticas presentes no intestino. Estas bactérias produzem ácidos graxos de cadeia curta que alimentam bem as células intestinais, mantendo-as saudáveis para que possam comunicar-se bem com cérebro. Se faltam fibras e o intestino sofre, o risco de ansiedade e depressão aumenta.

As plantas fornecem também outros nutrientes. Pelas raízes absorvem minerais do solo. Estes chegam a nós por meio dos grãos integrais, nozes, folhas, legumes, sementes, feijões são fontes de cálcio, magnésio, potássio, ferro, dentre tantos outros nutrientes importantes para o equilíbrio dos fluidos, a saúde dos ossos e a contração muscular.

Muitas vitaminas são produzidas pelas plantas para seu funcionamento normal. Ao consumir vegetais você beneficia-se de várias formas. Por exemplo, os carotenóides são precursores da vitamina A. Estão presentes em alimentos alaranjados e amarelados como cenoura, abóbora, manga e mamão e mantém nossos olhos e pele saudáveis. A vitamina C, encontrada em frutas cítricas, brócolis, morangos e muitos outros alimentos vegetais, mantém o sistema imunológico funcionando da melhor maneira possível. As vitaminas do complexo B, presentes em alimentos integrais, nozes e feijões, trabalham juntas para extrair energia de carboidratos, proteínas e gordura. A vitamina E, do azeite de oliva, açaí e abacate combatem radicais livres, prevenindo o câncer e retardando o envelhecimento celular.

As plantas também produzem flavonóides, compostos originários no metabolismo secundário. Os flavonóides protegem a planta contra a radiação ultravioleta, além de possuírem papel antioxidante. São encontrados em praticamente todos os alimentos vegetais e, nos seres humanos, protegem contra a doença cardíaca, a demência e o câncer.

A quercetina é um dos flavonóides mais comuns. Boas fontes incluem alcaparras, cebola, cacau, chás, brócolis, vinho tinto e maçãs. Possui ação anti-inflamatória, anticarcinogênica (pois fortalece o sistema imunológico), antiviral, reduz o risco de catarata, possui função anti-histamínicas (antialérgicas), dentre outras atividades.

Outro grupo de flavonóides importante é o das catequinas, encontradas no chá verde, nos damascos, maçãs, peras, uvas, pêssego e no pó de guaraná. Possui propriedades antiinflamatórias e o consumo tem sido associado à redução da pressão arterial, melhora da função dos vasos sanguíneos e diminuição do colesterol no sangue.

Outro composto flavonóide é a hesperidina, presente nas laranjas e limões. Tem sido bastante estudado pelo possível efeito anticancerígeno e vasoprotetor. Medicamentos contendo hesperidina são frequentemente comercializados para o tratamento de varizes.

Uma dieta equilibrada e rica em plantas possui muitas vantagens. Em média recomenda-se para adultos o consumo de 1 a 2 xícaras de frutas ao dia, 2 a 3 xícaras de legumes, 85g de cereais integrais. Para os vegetarianos, recomenda-se também cerca de 140g de leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, tofu). Estas quantidades podem variar de acordo com peso, altura, idade e nível de atividade física. Para individualização consulte um nutricionista.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Você pensa em comida o dia todo? Entenda o que pode estar acontecendo.

Comer é tão bom, que após uma refeição o cérebro nos dá uma recompensa produzindo dopamina. Este neurotransmissor promove sentimentos de satisfação e prazer. Porém, pesquisas do departamento de fisiologia da Universidade Tufts mostram que ratos que já passaram fome, assim como ratos obesos, produzem menos dopamina após a refeição. Por não sentirem a satisfação esperada, acabam procurando comida o dia todo, mesmo já tendo comido mais do que precisam.

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Exames de imagem mostram que algo muito parecido acontece no cérebro de humanos, especialmente se estiverem acima do peso ou se já tiverem passado fome (por exemplo, fazendo dietas constantes). Outro fator que altera a produção da dopamina é o uso constante do aparelho celular. As ondas eletromagnéticas alteram a produção de neurotransmissores. O estresse também pode reduzir a produção da dopamina. Por isso, o tratamento da compulsão alimentar é multidisciplinar. Precisamos aprender a nos acalmar, a lidar com as emoções, precisamos sair de dietas restritivas e consumir nutrientes que aumentem a produção da dopamina como o aminoácido tirosina (amêndoas, semente de gergelim, semente de abóbora, tofu, frango).

Seu intestino está funcionando bem? O bom funcionamento intestinal melhora a produção de neurotransmissores relacionados ao prazer e à recompensa como a serotonina e também a dopamina (Cryan & Dinan, 2012; Wall et al., 2014; Meenakshi & Gershon, 2016; Ochoa-Repáraz & Kasper, 2016). Falo mais sobre este tema e cuidados com o intestino no curso online sobre o diagnóstico e tratamento da disbiose intestinal.

A atividade física também é fundamental para o aumento da produção de dopamina (Wang et al., 2000). O mesmo acontece após uma prática de yoga (Pal et al., 2014). Para compreender melhor a relação entre o que acontece em sua vida e os comportamentos alimentares, tenho uma sugestão: faça um diário.

Estamos em fevereiro e muitas pessoas começaram o ano com a determinação de melhorar a saúde, começando pela alimentação. Porém, não param de pensar em comida! O diário pode ajudar a entender padrões e ajustar condutas. Uma pesquisa com quase 1.700 participantes mostrou que as pessoas que registravam diariamente os acontecimentos e as refeições acabavam perdendo o dobro de peso em relação a quem não fazia o diário. Anote o que está comendo e bebendo com detalhes. As preparações foram assadas, grelhadas ou fritas? Incluíam molhos, temperos, coberturas?

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Que quantidade foi consumida. Não há necessidade de pesar. Você pode fazer suas anotações, usando medidas caseiras (colher de chá, colher de sopa, colher de servir, concha pequena/média/grande, copo de café/chá etc).

Quando você está comendo? Está comendo antes ou depois da atividade física? Está comendo nos lanches? Está comendo com ou sem fome? Após uma discussão? Come mais ou menos quando pratica uma atividade física?

Onde você está comendo? Em casa, no restaurante, no trabalho, na mesa da cozinha, no seu quarto, no carro, andando na rua, em frente à TV? De forma lenta ou rápida? Saboreando ou sem prestar atenção? O que mais está fazendo enquanto come? Navega na internet, assiste TV, lê um livro, conversa com alguém? Existe diferença entre comer fazendo tais coisas e simplesmente ir para a mesa e comer?

Como você está se sentindo enquanto come? Você está feliz, triste, estressado, ansioso, solitário, entediado, cansado? Lembre de anotar também doces, balas, chocolates, chás, cafés, sucos, bebidas alcoólicas.

Depois de completar uma semana de registro de alimentos, pare e releia seu diário. Pesquise tendências, padrões ou hábitos. Observe o que está comendo e o que pode estar faltando, Você tem consumido boas fontes proteicas? Tem consumido fontes de fibras adequadas para alimentar as bactérias boas do seu intestino? Seu humor é afetado pelo que você come? Você come quando está triste ou fugindo de algo? Quando restringe calorias come mais no dia seguinte? Quando pratica yoga ou práticas meditativas ou respiratórias há redução na compulsão? Fazer um diário pode se muito informativo ao longo das semanas. Não desista!

Alimentação consciente - conheça a série:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Sua conversa interna é positiva ou negativa?

Acordamos e nossa conversa interna começa. Conversamos com nós mesmos enquanto escovamos os dentes, enquanto vestimos nossas roupas, enquanto nos preparamos para uma reunião, ao cruzarmos a rua, ao procurarmos um restaurante para almoçar. Conversamos após interações sociais, após experimentarmos emoções profundas (raiva, alegria, nervosismo, excitação, estresse etc) processando tudo o que ocorre em nossa vida. O diálogo interno é parte normal do desenvolvimento do pensamento e da linguagem. Contudo, nem sempre nossa conversa interna é positiva.

O que dizemos para nós mesmos, quando dizemos, e como, tem um tremendo impacto em nossa auto-estima, crenças sobre nosso potencial e nosso sentimento geral de valor. No vídeo de hoje discorro mais sobre este tema:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/