Redução do risco cardiovascular e tratamento da síndrome metabólica

A síndrome metabólica (SM) é uma condição complexa associada a fatores de risco cardiovascular e diabetes. O ganho de peso, especialmente o acúmulo de tecido adiposo central, pode ser a primeira causa de SM.

A síndrome metabólica é combatida com estilo de vida saudável

Atividade física, descanso e combate ao estresse, boas horas de sono, rotinas saudáveis e dieta antiinflamatória, do estilo mediterrâneo, rico em polifenóis são os principais fatores na redução do risco da síndrome metabólica.

Dieta saudável é fundamental pois reduz inflamação

Screen Shot 2020-09-24 at 1.45.25 PM.png

Uma dieta rica em plantas (frutas, verduras, castanhas, sementes, gorduras saudáveis) é rica em flavonóides. Estes são metabólitos secundários do grupo dos polifenóis e têm sido relacionados a uma gama de benefícios à saúde. Possuem também efeitos antimicrobianos, antioxidantes, anticancerígenos, antiinflamatórios e imunomoduladores, importantes para a prevenção de doenças crônicas e metabólicas.

Entre 5 e 10% dos polifenóis ingeridos são absorvidos no intestino delgado. O restante (90 a 95%) atinge o cólon (intestino grosso) e pode ser transformado pela microbiota intestinal que também produz substâncias protetoras e relevantes para a saúde metabólica.

A metabolização microbiana é considerada um evento fundamental para a bioacessibilidade e biodisponibilidade dos flavonóides. Além disso, esses metabólitos de flavonóides influenciam a diversidade e a quantidade de espécies microbianas intestinais, indicando um potencial efeito do tipo prebiótico. Flavonóis agliconas, como quercetina, miricetina e caempferol, podem ser metabolizados por diferentes gêneros de bactérias intestinais, incluindo Clostridium sp., Eubacterium sp., Enterococcus sp., entre outros, para formar os ácidos hidroxilfenil acético e hidroxifenil propiônico como metabólitos principais.

Possíveis transformações metabólicas dos flavonóides. Fonte: Neri-Numa et al., 2020

Possíveis transformações metabólicas dos flavonóides.

Fonte: Neri-Numa et al., 2020

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Bioflavonóides e melhoria da imunidade

Os pigmentos que dão cores à maioria das flores, frutos e sementes são flavonóides, metabólitos secundários da classe dos polifenóis (esses anéis que vê na figura abaixo). Esses compostos, amplamente distribuídos em plantas, são classificados em nove subgrupos: chalconas, flavanonas, flavonas, flavonóis, flavandióis, antocianinas e proantocianidinas, auronas e isoflavonas.

Os flavonóides desempenham uma variedade de atividades biológicas em plantas, animais e bactérias. Em plantas, sabe-se que os flavonóides são sintetizados em locais específicos e são responsáveis ​​pela cor e pelo aroma das flores, e por frutas que atraem polinizadores e consequentemente dispersão as sementes, gerando novas plantas. Os flavonóides também protegem as plantas contra a radiação ultra-violeta, bactérias, vírus e fungos. Tornam as plantas mais resistentes ao gelo e à seca.

Atualmente são conhecidos cerca de 6.000 flavonóides. Vários destes possuem importante papel no corpo humano, combatendo doenças, desinflamando, protegendo o corpo contra danos causados por radicais livres (Panche et al., 2016), prevenindo a obesidade (Bertoia et al., 2016) e melhorando a imunidade, para combate microorganismos, incluindo vírus. A quercetina da maçã, a daidzeína da soja, a naringina dos frutos cítricos e a hesperidina (parte branca da casca da laranja e limão) são exemplos de flavonóides com ação antiviral (Zandi et al., 2011).

1743-422X-8-560-1.jpg

Dentre as frutas, verduras e bebidas mais ricas em flavonóides destacam-se as bagas (amora, mirtilo, framboesas), uvas, vinho tinto, chás (verde, oolong, preto), cacau, maçã, cebola, brócolis, couve, pimenta, laranja, limão e soja. Saiba mais sobre alimentos, tipos e a quantidade de flavonóides clicando aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Como frutas e verduras combatem a inflamação e o estresse oxidativo?

Pesquisas mostram que o consumo adequado (pelo menos 400 gramas ao dia) de frutas e verduras reduz o risco de uma série de doenças crônicas, como diabetes, câncer, Alzheimer e problemas cardíacos. Hortaliças e frutas são ricas em água, fibras, vitaminas e minerais. Além disso, possuem flavonóides que reduzem a expressão do NF -kB e aumentam a expressão de vias antioxidantes, incluindo a do Nrf2. Vamos hoje conversar sobre esta via.

21728366_1819897218024536_8130456592026314207_n.jpg

O Nrf2 vai ao núcleo e sinaliza a necessidade da produção de substâncias antioxidantes. Brássicas (couve, repolho, brócolis, nabo) são ricas em glicosinolatos, compostos fenólicos que aumentam o Nrf2 nas células. Outra forma de estimular o Nrf2 é pelo consumo de quercetina (Sun et al., 2015). A quercetina está presente em alimentos como alcaparras, pimentão amarelo, trigo sarraceno, cebola, maçã com casca, uvas vermelhas e cerejas. Já o alho contém alicina e aliina, as frutas vermelhas, roxas e pretas contém flavonóides como antocianidinas que também estimulam o Nrf2. Existem muitos trabalhos com ervas e especiarias, que contém compostos fenólicos e terpenóides que aumentam Nrf2.

Uma última forma de aumentar a produção de Nrf2, acelerar a produção de enzimas da fase 2 da destoxificação e queimar mais gordura é praticar atividade física em jejum.

Outras estratégias importantes para o combate à inflamação:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/