Mentalidade adequada para o emagrecimento - parte 2

Muitos adultos passaram a vida fazendo dietas e tentando emagrecer. Muitas destas dietas reforçaram a mentalidade e os padrões comportamentais que não favorecem a perda de peso saudável e sustentável. Mudar a alimentação sem mudar a mentalidade não funciona.

Uma mentalidade muito comum é pensar: “Quanto posso comer?". ou “Quantas calorias existem neste alimento?”. Esta mentalidade é cansativa e restritiva. E ninguém gosta de passar por restrições. Afinal, comer é um prazer. Existem muitas pessoas magras que comem o que as pessoas que estão fazendo dieta tanto desejam. Mas comem somente o quanto precisam. Não comem até passar mal ou sentirem-se desconfortáveis. Um dos segredos então é mudar o pensamento para “Quanto vou aproveitar?".

A escolha de uma alimento com poucas calorias mas que você não gosta ou que não lhe dará prazer na verdade não ajuda na dieta. A contagem de calorias nos faz ignorar os sinais de fome e saciedade. Por que? Imagine que definiu que só pode consumir 200 kcal na próxima refeição. Mas talvez na próxima refeição você esteja com muita fome. Comerá apenas 200 kcal. Ou talvez não esteja com fome nenhuma. Mesmo assim comerá 200 kcal? Agir desta forma reforça a crença de que não pode confiar em seu corpo. De que não consegue fazer boas escolhas por conta própria. E o pior, com o tempo, este tipo de conduta faz com que perca de vez a capacidade de saber se está ou não com fome. Não coma apenas porque é a hora de comer. Não coma apenas porque há comida na sua frente.

Quando mudamos a mentalidade de “Quanto posso comer?” para “Quanto vou aproveitar?”, recuperamos nossa autoridade sobre o que queremos e precisamos. Pessoas que naturalmente pesam menos não são obcecadas por calorias. Comem quando precisam.

Contar calorias pode ser uma ferramenta a mais, mas não precisa ser a sua única forma de informação ou motivação sobre sua alimentação. Os sinais de fome, seu prazer com a comida no momento, como você se sente depois de comer são também informações valiosas para sua tomada de decisões sobre o que, como e quanto comer. Confie na sua sabedoria interna, tanto quanto confia nas fontes de informação externas. Encontre um equilíbrio.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Genes da obesidade

O exame genético 23andme mostrou que tenho várias variações genéticas que aumentam o meu risco de desenvolvimento de obesidade ao longo da vida. Por este motivo, os cuidados em relação ao estilo de vida tornam-se ainda mais importantes.

Cada variação de genes associados à obesidade exerce um pequeno efeito no peso. O teste 23andMe testa 762 variações. Entre aquelas relacionadas ao aumento de peso, possuo 346! Para pessoas com a mesma predisposição genética é observado que a redução no consumo de carne vermelha pode reduzir o peso em 11%, a evitação de alimentos do tipo fast-food em 12,9%. Quem dorme melhor pesa 11,2% menos e quem pratica atividade física com regularidade tende a pesar 11,1% menos. Meu estilo de vida inclui tudo isso há décadas e assim mantenho um peso saudável.

Por que isso é importante? O acúmulo de gordura corporal, principalmente na região abdominal gera um estado inflamatório e aumenta o risco de desenvolvimento de problemas de saúde como diabetes, câncer de mama, hipertensão, esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), apnéia do sono, asma, ataques cardíacos e derrames cerebrais. Também está mais ligada a alterações de humor e deficiências físicas. Quando pessoas obesas ficam gravemente doentes, desenvolvem também mais complicações respiratórias, cardiovasculares, metabólicas, insuficiência renal e infecções generalizadas (Schetz et al., 2019).

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A genética influencia todos os aspectos de nossa fisiologia, desenvolvimento e respostas adaptativas. A obesidade não é exceção. Porém, genética não é destino. Muitas pessoas que carregam genes da obesidade não tornam-se obesas. Por exemplo, em pessoas que exercitam-se, o gene da obesidade FTO é menos ativo (Andreasen et al., 2008; Kilpeläinen et al., 2011). A maioria das pessoas provavelmente tem alguma predisposição genética para a obesidade, dependendo da história familiar e da etnia. Mas, em geral, estudos mostram que indivíduos que desenvolvem obesidade consomem mais alimentos ultraprocessados, passam mais tempo em frente à TV e movem-se menos.

Existe muita discussão científica a respeito da classificação da obesidade como uma doença. Sabemos que existem pessoas obesas saudáveis. Contudo, a maior parte acaba desenvolvendo ao longo do tempo alterações metabólicas importantes e que impactam negativamente a qualidade de vida. Como diz o pesquisador George Bray, “obesidade não é ciência espacial. Na verdade, é tudo muito mais complicado”.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Benefícios das posturas de alongamento do yoga

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Um corpo alongado tem maior amplitude de movimento, músculos mais flexíveis, o que contribui para a uma boa postura, maior equilíbrio e para a prevenção de quedas. Por isso, à medida que envelhecemos, o alongamento torna-se ainda mais importante, prevenindo que articulações, tendões e músculos tornem-se muito rígidos.

O corpo rígido enfrenta muitas dificuldades. Caminhar fica mais difícil, assim como elevar os braços ou mesmo virar a cabeça quando precisamos olhar para trás. Quando os músculos das pernas estão tensos - o que acontece com quem passa muito tempo sentado, as dores aumentam e caminhar torna-se mais penoso. A falta de flexibilidade aumenta o risco de lesões durante a prática de atividade física. A inflexibilidade da coluna afeta também a postura.

Estudos recomendam que exercícios de alongamento de todos os grupos musculares (pescoço, ombros, peito, tronco, região lombar, quadris, pernas e tornozelos) sejam realizados pelo menos duas a três vezes por semana. Uma aula de yoga balanceada é uma ótima estratégia neste sentido.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/