FTO, PLIN1, ADIPOQ, CRY2 & MC4R - Genes da obesidade

Existem muitos polimorfismos genéticos associados à obesidade. Dois bastantes comuns são o do gene FTO e do gene MC4R (Yang et al., 2019).

O FTO, um conhecido gene da obesidade, também tem um efeito na regulação do apetite. Pessoas com duas cópias do gene não distinguem bem as sensações de saciedade e isto faz com que as mesmas comam mais do que precisam. São aquelas pessoas que para sentirem-se bem precisam estar sempre comendo. Para estas pessoas dietas com poucas refeições ao dia não são muito viáveis pois sentem muita fome. É por isso que o jejum não funciona para todo mundo.

Variações do gene FTO já foram ligadas anteriormente à obesidade em populações caucasianas. Adultos com duas cópias do gene são em média 3 kg mais pesados do que pessoas sem este tipo de polimorfismo. Isto não quer dizer que pessoas com polimorfismos genéticos serão necessariamente gordas ou obesas mas precisam programar melhor as refeições, precisarão modular melhor a produção de hormônios da saciedade com suplementação adequada. A atividade física ajuda também a neutralizar os efeitos do polimorfismos genéticos (Ruiz et al., 2010), principalmente porque pessoas com alterações no FTO possuem mitocôndrias pequenas e adipócitos (células de gorduras) grandes (Claussnitzer et al., 2015).

Já pessoas com polimorfismos de gene MC4R conseguem passar horas sem comer. Assim, beneficiam-se do jejum pois não sentem tanta fome. Isto é interessante pois pessoas com este polimorfismo tem maior risco de hiperglicemia, que é a elevação da quantidade de açúcar no sangue (Leońska-Duniec et al., 2017). Mas comem muito por questões emocionais (Yilmaz et al., 2015). Não sentem tanta fome mas sem veem alguém comendo ou se vêem comida vão querer comer também, mesmo sem fome (são gulosos). Aí é que o ambiente muda tudo. Se tem pouca comida na geladeira comem pouco. Se tem muita comida espalhada pela casa, pelos armários, comem muito. Para essas pessoas controlar a ansiedade é fundamental. Meditar, praticar yoga, usar suplementos que reduzem ansiedade, fazer terapia. Assim como consumir mais fibras e alimentos que dão mais saciedade (já que a pessoa é um saco sem fundo). Aprender a mastigar lentamente e adotar técnicas de mindful eating também contribuem muito para a manutenção de um peso saudável.

Pessoas com polimorfismos de PLIN1 emagrecem, porém mais lentamente do que outras pessoas. Precisa ter mais paciência, mas não quer dizer que não emagrecerá. Por isso, não adianta comparar-se com outras pessoas. Já aqueles com alterações em genes relacionados à inflamação como ADIPOQ e IL6 ficam bem mais inflamadas, o que dificulta muito o emagrecimento. Por isso, é muito importante a adoção de uma dieta antiinflamatória (Joffe & Houghton, 2016).

Pessoas com alterações de CRY2 não devem comer muito à noite pois engordam mais. Por isso, nada de ficar beliscando antes de dormir, mesmo que seja fruta, pipoca, queijo ou outros alimentos considerados saudáveis ou mesmo antiinflamatórios (Heianza & Qi, 2017).

APRENDA A INTERPRETAR EXAMES NUTRIGENÉTICOS

O acompanhamento nutricional ajuda a seleção mais apropriada de alimentos, contribui para que a pessoa consiga programar muito melhor as refeições e ainda acerta a suplementação. Melhor ainda para as pessoas que já fizeram um teste genético como o 23andMe. Se tiver um posso interpretar tudo isso para você. Assim, sua dieta será muito melhor individualizada e você atingirá os resultados mais facilmente, não só em relação à perda de peso, quanto à melhoria da saúde geral, hoje e durante toda a vida. Agende sua consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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