Dicas de nutrição para mulheres na maturidade

FELIZ DIA ÀS MÃES MARAVILHOSAS DE TODAS AS IDADES!

Vamos nos cuidar para continuar enchendo o mundo de amor!

Você sabia que existem mais pessoas idosas vivas nos dias atuais do que em qualquer outro momento da história? É incrível pensar que a cada segundo duas pessoas celebram o aniversário de 60 anos ao redor do mundo.

O passar do ano traz muitas vantagens: independência financeira, autoconfiança, maior capacidade para tomada de decisões acertadas, maior controle das emoções e grande capacidade de contribuir para um mundo melhor.

Mas com o envelhecimento também surgem desafios. Por exemplo, flutuações hormonais ocorrem na mulher podendo gerar perda de massa óssea e muscular, aumento da gordura corporal, inchaço abdominal, ondas de calor, suores noturnos, compulsão por determinados alimentos e irritabilidade. 

Atividade física e ajustes na dieta podem reduzir a frequência e a intensidade destes sintomas. Experimente as sugestões abaixo e preste atenção em como seu corpo responde. Converse com profissionais de saúde qualificados mas seja a detetive de si mesma. Esta é a melhor maneira de encontrar soluções a longo prazo individualizadas para seu caso.

Para os ossos o nutricionista investigará a necessidade de suplementação de cálcio, magnésio, colecalciferol (vitamina D), vitamina K2-MK7, boro, silício, zinco, cobre e complexo B. Além disso, campriche no consumo de proteínas magras. Elas fornecem aminoácidos para  o reparo muscular e produção de células do sistema imune. Também favorecem a saciedade, reduzindo a compulsão alimentar. Se tiver problemas com a digestão de carnes, consuma omeletes ou suplementos proteicos isolados. 

Fitoestrógenos (substâncias naturais semelhantes ao estrogênio) encontrados na soja fermentada (tofu, tempeh, missô) podem ajudar a reduzir o risco de doença cardíaca ao baixar os níveis de LDL colesterol. Outra opção é consumir mais fontes de boro, que melhoram a ação do estrogênio produzido naturalmente. O boro pode ser encontrado em uma variedade de frutas e vegetais, incluindo ameixas, morangos, maçãs, tomates, peras, toranjas, aspargos, beterrabas, pimentões, brócolis, repolho, couve-flor, batata doce e nabos.

Para o combate ao estresse inclua fontes de vitaminas B6 e B12. O consumo adequado combate  distúrbios do humor, incluindo depressão, ansiedade e falta de energia. B12 também é importante para melhorar a saúde do coração e a função cerebral.

Os alimentos ricos em vitamina B6 incluem farelos (arroz e trigo), pistache, avelã, alho, atum, salmão, sardinha, girassol e sementes de gergelim e pimenta. A vitamina B12 é encontrada principalmente em produtos de origem animal, incluindo mariscos, carne bovina, peixe, crustáceos, ovos, aves e produtos lácteos. 

Para manter níveis normais de açúcar no sangue aumente o consumo de cromo, mineral que faz com que o hormônio insulina funcione melhor. Boas fontes incluem cebolas, tomates, leveduras de cerveja, ostras, grãos integrais, cereais de farelo e batatas.

O envelhecimento também desidrata a pele e aumenta o número de rugas. Além de um bom protetor solar aporte em alimentos fontes de nutrientes antioxidantes, incluindo vitaminas C, E e A. Também peça ao seu nutricionista para verificar se o consumo de selênio, zinco magnésio, proteína água e vitamina K está adequado. Se não estiver, correções na dieta e suplementação poderão ser sugeridas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Condutas para redução da enxaqueca

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A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça intensa, recorrente e que causa latejamento em um lado da cabeça.

Dentre as causas da enxaqueca estão: susceptibilidade genética, problemas na tireóide, homocisteína alta, estresse, falta de sono, alimentação inadequada, inflamação, consumo de aditivos, alterações nos níveis de neurotransmissores e reações a medicamentos.

O tratamento da enxaqueca pode incluir o uso de analgésicos, anti-náuseas, medicamentos para ansiedade ou depressão. Além disso, dieta antiinflamatória e práticas para gerenciamento do estresse (como yoga e meditação) fazem parte do tratamento.

Dentre os suplementos recomendados estão a riboflavina (reduz excitabilidade), magnésio (relaxante muscular), coenzima Q10 (antioxidante), vitaminas antioxidantes. Outras associações que podem ser feitas pelo nutricionista são o ômega-3 (antiinflamatório) e taurina (relaxante).

Óleos essenciais também podem ser utilizados para o combate à enxaqueca. Os mais indicados são erva-príncipe (cymbopogon citratus), também conhecida como lemongrass, manjericão, hortelã-pimenta, lavanda, camomila, gerânio e rosa. Aprenda a utilizar os óleos essenciais em meu curso online.

DISBIOSE INTESTINAL É OUTRA CAUSA DE ENXAQUECA

Quando a digestão não funciona bem podem surgir sintomas gastrointestinais (cólicas, gases, diarreia, constipação etc), mas também podem surgir questões fora do trato digestório. Muitas pessoas queixam-se de dores de cabeça ou mesmo enxaquecas sem explicação. Pois a causa pode estar na disbiose intestinal. O desequilíbrio da microbiota gera mais inflamação e maior permeabilidade intestinal. Esta combinação aumenta a ativação do eixo intestino-cérebro (Arzani et al., 2020).

Agora, por que é que a pessoa está com disbiose já é outra história. Pode ser pelo uso de medicamentos (antibióticos, antidepressivos, anticoncepcionais, antiinflamatórios). Pode ser por fatores emocionais que desregulam o pH intestinal (estresse, ansiedade, depresssão). Pode ser por dieta pobre em fibras ou por alto consumo de alimentos ultraprocessados ou bebidas alcoólicas.

A disbiose também pode ser desencadeada por doença celíaca não diagnosticada, por doença inflamatória intestinal não tratada, por intolerância (como glúten, histaminas ou lactose) ou alergia alimentar (como proteínas do leite). Existe tratamento sim, mas primeiro precisamos investigar causas e isso exige paciência e tempo. Que vale a pena, vale.

Hipometabolismo glicolítico cerebral e enxaqueca

Evidências crescentes também sugerem que a enxaqueca pode ser o resultado de um comprometimento do metabolismo cerebral da glicose. Vários estudos relataram disfunção mitocondrial cerebral, comprometimento do metabolismo cerebral da glicose e redução do volume da substância cinzenta em áreas cerebrais específicas de pacientes com enxaqueca. Além disso, a resistência periférica à insulina, uma condição demonstrada em vários estudos, pode estender-se ao cérebro, levando à resistência cerebral à insulina.

Pessoas com enxaqueca podem ter desregulação dos receptores de insulina, tanto nos astrócitos quanto nos neurônios, desencadeando uma redução na captação de glicose e na síntese de glicogênio, principalmente durante alta demanda metabólica (Moro et al., 2022)

A resistência cerebral à insulina pode ser definida como a incapacidade das células cerebrais (neurónios e células gliais) em responder à insulina. A gravidade e o impacto das crises de enxaqueca são maiores em pacientes com resistência à insulina do que naqueles sem resistência à insulina (Ali et al., 2022).

Na resistência cerebral à insulina, a isoforma IR-B do receptor de insulina pode ser regulada negativamente, desencadeando uma alteração do metabolismo da glicose nos neurônios e astrócitos. O lactato é um combustível alternativo para o cérebro e é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica. O lactato também pode ser gerado pelo piruvato nos astrócitos. Contudo, pouquíssima energia é produzida a partir de lactato.

Portanto, quando a demanda de energia cerebral não é satisfeita, seja pela resistência insulínica, seja por hipoglicemia pós-prandial, o cérebro passa a tentar usar mais corpos cetônicos. Por exemplo, pacientes com deficiência de GLUT1 são tratados de enxaquecas com dietas (Klepper et al., 2020). Aprenda mais sobre esta temática em https://t21.video.

A importância do gerenciamento do estresse

O estresse é um dos gatilhos para a enxaqueca. Assim, além de remover alimentos ultraprocessados da dieta, reduzir ao máximo o consumo de álcool e tratar a disbiose, faça yoga. Estudos mostram que a prática de yoga reduz estresse, melhora a qualidade de vida e contribui para a redução das crises de enxaqueca (Kisan et al., 2014).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Nós e as bactérias: grandes amigos

Moya and Ferrer. Trends in Microbiology, 2016

Moya and Ferrer. Trends in Microbiology, 2016

Temos mais de 10 trilhões de bactérias no intestino. São tantas que chegam a pesar entre 1,5 e 3 kg, o peso do nosso cérebro. Nosso corpo e as bactérias vivem uma relação amorosa. Fornecemos a elas um lugar para viver e alimento para crescer. Já elas nos ajudam a digerir alimentos, produzem enzimas (como a lactase) e vitaminas do complexo B. Também lutam contra microorganismos ainda mais prejudiciais. 

Mudanças na nossa rotina, na dieta, na atividade física e nos níveis de estresse modificam a composição da microbiota. Algumas bactérias morrem e outras ocupam o lugar. Mesmo assim, nosso corpo continua a funcionar normalmente. Isto porque algumas bactérias desempenham a mesma função no organismo. Por outro lado, quando a quantidade de bactérias ruins é muito grande desordens gastrointestinais e doenças podem aparecer. Pelo menos 50 problemas de saúde estão associados à disbiose intestinal (desequilíbrio entre bactérias boas e ruins).

Quando isto acontece, alimentos e suplementos probióticos são sugeridos. O problema é que nem sempre o efeito é duradouro. Você e eu temos diferentes bactérias no corpo. Parece que o DNA presente nas células intestinais comunica-se como DNA das bactérias. Essa troca de informações faz com que a microbiota de cada pessoa seja extremamente variada. Por exemplo, pessoas com síndrome de Down e autismo possuem uma colonização diferente das pessoas típicas. Com o uso de probióticos a colonização muda - por um tempo - tendendo a se modificar novamente depois de um período.

Aprenda mais no curso online: Diagnóstico e Tratamento da disbiose intestinal

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/