Avaliação e suplementação da vitamina D

A vitamina D ou colecalciferol (D3) é sintetizada na pele pela ação dos raios ultravioletas (UVB) que incide no colesterol ali localizado. A maior parte das pessoas apresenta deficiência de vitamina D, o que compromete a imunidade e a mineralização óssea.

Como avaliar a vitamina D?

Muitos profissionais de saúde ficam confusos ao solicitar a dosagem de vitamina D. Como a 1,25-di-hidroxivitamina D é a forma ativa da vitamina D, muitos médicos e nutricionistas pensam que sua avaliação seria o meio preciso de estimar os estoques de calciferol e analisar a deficiência deste nutriente. Mas isto é incorreto.

As diretrizes atuais da Endocrine Society recomendam a dosagem dos níveis séricos de 25-hidroxivitamina D, que tem vida média de 3 semanas. A 1,25-di-hidroxivitamina D (1,25OHD) têm pouca ou nenhuma relação com os estoques de vitamina D.

Os níveis de 1,25OHD são regulados principalmente pelo hormônio da paratireóide, que por sua vez tem interferência da concentração de cálcio no plasma. Na deficiência de vitamina D, os níveis de 1,25OHD tendem a aumentar ao invés de diminuir. A produção de 1,25OHD também é desregulada em doenças como sarcoidose e patologias granulomatosas.

Assim, o nível sérico de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D) é o melhor indicador do conteúdo corporal de vitamina D ao refletir a vitamina obtida a partir da ingestão alimentar e da exposição à luz solar, bem como a conversão de vitamina D a partir dos depósitos adiposos no fígado. Apesar de controverso, parece existir um «consenso» de que os valores plasmáticos de 25(OH)D inferiores a 30-32 ng/ml indicam um défice relativo de vitamina D. A vitamina. Porém, para pessoas com doenças autoimunes ou risco genético para as mesmas, recomenda-se dosagem acima de 40 ng/ml (Alves et al., 2013). No vídeo abaixo falo também do exame genético para polimorfismos associados à vitamina D:

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O livro de Michael F. Holick, "Vitamina D", é considerado uma referência essencial sobre o tema. Ele oferece informações detalhadas sobre a importância da vitamina D, como obtê-la e como ela pode melhorar a saúde.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Vale a pena suplementar vitamina D em alta quantidade para melhoria da imunidade?

A vitamina D é uma das muitas vitaminas importantes para nossa imunidade. A maior parte da vitamina D circulante em nosso corpo é produzida em nossa pele, quando tomamos sol. Mais de 50 genes são regulados pela vitamina D, que também desempenha papel importante na diferenciação, proliferação e crescimento da pele, músculos, pâncreas, nervos, glândula paratireóide e sistema imunológico. Quando não tomamos sol os níveis plasmáticos de vitamina D caem e, ao longo do tempo, o risco de osteomalácia, câncer de cólon, hipertensão e problemas imunes podem aumentar.

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A recomendação diária de vitamina D é de 800 UI/dia e a tolerância máxima diária varia entre 2.000 e 2.500 UI/dia. Quando há produção suficiente na pele, a partir da exposição solar, a ingestão alimentar pode ser menor. Entretanto, cada vez mais pessoas tem apresentado deficiência de vitamina D em todo mundo, como resultado do nosso estilo de vida moderno.

Fontes de vitamina D na dieta

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Atenção: o excesso de vitamina D gera imunossupressão. Por isso, é tão eficiente quando o sistema imune está super ativado, como no caso das doenças autoimunes. Ou seja, a suplementação de altas quantidades de vitamina D não é recomendada a não ser em casos específicos. O melhor parâmetro para avaliação da quantidade ideal é a dosagem plasmática e os níveis de PTH. Megadoses devem ser acompanhadas de suplementação de vitamina A e dieta restrita em cálcio. Marque sua consulta de nutrição para ajustes.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Cuidados nutricionais para gestantes que fizeram cirurgia bariátrica

Aproximadamente 80% das cirurgias bariátricas realizadas são feitas em mulheres e em idade reprodutiva. A obesidade muitas vezes gera problemas na fertilidade, síndrome do ovário policísticos (Skubleny et al., 2016). A cirurgia teria como vantagens justamente o aumento da fertilidade, a redução do risco de diabetes gestacional e de complicações durante o parto. O risco para o bebê também é menor quando a mãe tem um peso saudável (Maggard et al., 2008).

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Após a cirurgia bariátrica há melhor controle da quantidade de açúcares e gorduras no sangue, diminuição de desordens hipertensivas, apneia do sono, asma, refluxo, dores, além de melhorar fatores que influenciam na fertilidade (Edson et al., 2016).

Apesar dos possíveis benefícios mulheres que engravidam após cirurgia bariátrica são consideradas de alto risco. Desenvolvem mais frequentemente hernias, obstrução intestinal, migração ou erosão da banda gástrica (se este foi o tipo de cirurgia realizado), colelitíase (pedras na vesícula), hiperêmese (vômitos intensos), anemia severa, deficiências de cálcio, folato, vitamina D e B12 e desnutrição energético-proteica (Harris & Barger, 2010).

Para o bebê existe maior risco de prematuridade e baixo peso ao nascer quando a mãe fez previamente cirurgia bariátrica (Roos et al., 2013; Carreau, 2017). Carências nutricionais podem gerar problemas na gestação e má-formações fetais. Como exemplos podemos citar:

  • Carência de B9: defeitos na formação do tubo neural e maior prevalência de espinha bífida;

  • Carência de vitamina A: microcefalia, hipotonia, restrição de crescimento intra-uterino, hipoplasia do nervo óptico, imunossupressão materna (aumenta o risco de infecção urinária e até maior transmissão do vírus HIV);

  • Deficiência de vitamina K: hemorragias intracranianas;

  • Deficiência de cálcio: hiperparatireoidismo secundário levando a perda óssea da gestante;

  • Deficiência de zinco: restrição do crescimento intra-uterino, má-formações congênitas;

  • Carência de vitamina B12: problemas neurológicos com atraso no desenvolvimento, menor produção de plaquetas, hemácias e leucócitos.

Assim, o acompanhamento nutricional torna-se ainda mais importante nestas gestantes. Consulte sempre um profissional qualificado!

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