Todos nós somos comedores emocionais. O comer emocional é normal, nos une enquanto cultura. Temos recordações gostosas da infância que estão relacionadas aos alimentos. O que motiva o comer emocional não é a fome física, mas outros fatores. Podemos comer porque queremos um agrado, uma gratificação, um conforto, um carinho, uma distração.
Por exemplo, em uma festa geralmente comemos mais do que comeríamos em uma situação cotidiana. Isso pode acontecer no aniversário, na festa junina, no ano novo, no natal, na páscoa. A disponibilidade de alimentos diferentes e a presença de amigos pode aumentar a alegria e prazer de comer. Isso é normal. O problema é quando o comer é só emocional e a frequência é alta demais. Quando sempre queremos sedar emoções difíceis ou desagradáveis. E existem também as pessoas que usam a comida como forma de punição, por acharem que não merecem nada melhor que isso.
Como distinguir a fome física da fome emocional?
A fome física não é seletiva. Quando estamos com fome comemos o que estiver na mesa. A fome emocional vem de repente e é seletiva. Queremos neste momento aquele tipo de alimento específico (por exemplo, doces).
A fome física não é igual todos os dias. Tem dias que sentimos mais fome, tem dias que sentimos menos fome. Ela vai aumentando aos poucos, varia durante o dia e some após a ingestão de alimento. Depois da alimentação há uma sensação de tranquilidade e satisfação. Ficamos bem e prontos para realizarmos nossas outras atividades.
A fome emocional é doida, aparece de repente, ocorre em momentos de grandes emoções. Pode não passar mesmo após o consumo de uma caixa inteira de bombons. Após a refeição traz culpa , tristeza ou ansiedade.
Gatilhos da fome emocional
Várias são as situações que podem fazer comermos as emoções. Por exemplo, uma rejeição pode despertar vários tipos de pensamentos: “será que ele não gosta mais de mim?”, “será que conheceu outra”?, “será que ele não se importa mais?”, “será que está me achando feia/chata/gorda/sem graça etc?”. Estes pensamentos são interpretações sobre uma situação. Outra pessoa poderia interpretar a mesma situação de maneira totalmente diferente e ter uma reação totalmente diferente. Por exemplo, uma outra pessoa poderia pensar: “estamos brigando mais porque estamos mais cansados”, “estamos brigando mais porque estamos passando muito tempo juntos na quarentena”. A primeira pessoa provavelmente terá reações mais forte, emoções mais negativas do que a segunda pois seus pensamentos foram bem mais negativos.
Em uma situação de frustração uma pessoa vai buscar formas de lidar com estas emoções. E a forma como lidamos com o estresse varia também de pessoa para pessoa. Sua família sempre usou comida como forma de distração? Sua família conversava sobre as emoções ou simplesmente resolvia tudo com um pote de sorvete?
E o que sinto depois que como? Tomo o sorvete feliz pois sou merecedora dele ou me sinto mal pois não deveria ter feito isso, fico ainda mais triste e tomo mais três potes? Mais importante do que comemos é como comemos. Estamos prestando atenção ao que está acontecendo em nosso corpo e em nossa cabeça? Estamos refletindo sobre as situações que levam ao comer emocional? Estou prestando atenção aos meus incômodos? Aos meus sofrimentos? Estou tentando entendê-los? Estou pedindo ajuda? Estou falando ou estou só tapando tudo com comida?
Quando não nos conectamos com nosso corpo e mente nos enchemos com essa falsa felicidade em forma de pizza ou pudim. E quanto mais comemos por motivos emocionais maior a chance de piorar a qualidade da alimentação e o relacionamento com o corpo e a comida. E durante a compulsão a tendência é escolhermos alimentos muito ricos em carboidratos simples, que matam a fome apenas por um curto período de tempo.Podemos ter o prazer do alimento favorito mas sem nos sedarmos, nem nos punirmos.
PRECISA DE AJUDA? MARQUE SUA CONSULTA ONLINE: