“Menina não grita”, “Menina não fala alto”, “Menina não xinga”, “Menina tem que ser doce e meiga”. Muita gente ouviu frases como essas durante a vida. Meninas são criadas para serem dóceis, gentis e aprendem a esconder as emoções. Crescem e não sabem reconhecê-las e nem expressá-las. Aprendem que algumas emoções são aceitáveis e outras não. Mas não é verdade. Todas as emoções são válidas e importantes, servem a um propósito. Se não aprendemos a lidar com nossas emoções, não sabemos como reagir a mudanças de humor de sensações e acabamos tentando escondê-las com comida. Afinal, comer dá muito conforto a todo mundo.
Outra questão é a genética. Muitas pessoas possuem polimorfismos genéticos que aumentam o descontrole frente aos alimentos. Isto pode ter tido origem lá atrás, em nossos ancestrais. Os mesmos não tinham comida disponível o tempo todo. Por isso, quando encontravam o que comer, comiam muito. Isso ficou marcado em nosso DNA.
Vários estudos falam sobre essa relação entre nossa genética, nosso DNA a forma como o cérebro de uma pessoa com compulsão alimentar funciona. Na maior parte das vezes os pesquisadores chegam à conclusão de que devemos deixar as dietas restritivas diárias, pois estas vão criar no cérebro justamente o efeito que não queremos, relembrando-o de que comida é escassa e de que, na próxima vez que encontrarmos um rodízio devemos comer até explodir.
Para sairmos do ciclo de compulsão precisamos acreditar que nosso corpo é saudável e sábio. Que não precisa de uma nova dieta. O segundo passo é aprender a separar emoções de fome. O terceiro passo é aprender a fazer trocas inteligentes, que saciem e ao mesmo tempo dêem satisfação. Se precisar de ajuda, conte comigo.