Influência do tipo de fibra muscular no desempenho e na adaptação ao exercício

O tipo de fibra muscular influencia bastante no desempenho e na adaptação ao treino. De forma resumida podemos falar de 2 tipos de fibras musculares:

  • Tipo I (oxidativas / lentas): resistentes à fadiga, usam oxigênio como principal fonte de energia, ideais para exercícios de resistência aeróbica.

  • Tipo II (glicolíticas / rápidas): geram muita força e potência rapidamente, mas fadigam mais rápido, ideais para explosão e força.

Ninguém tem apenas um tipo de fibra. O corpo mistura ambos, com certa predominância genética. Treinar os dois tipos de estímulo é o ideal: resistência (tipo I) + força/explosão (tipo II).

  • A escolha depende da meta:

    • Atleta de endurance (maratonista, ciclista): foque em tipo I.

    • Atleta de potência (sprinter, powerlifter): foque em tipo II.

    • Saúde geral e estética: combine os dois.

A genética influencia o tipo de fibra muscular predominante

Fiz um teste genético que mostra o resultado de dois genes:

  1. AGTR2 (AA)

    • Gene associado a fibras musculares mais oxidativas (tipo I). Pessoa com tendência a maior resistência muscular e melhor resposta a exercícios aeróbicos.

  2. PPARA (C/G)

    • Esse gene regula o metabolismo lipídico e a função das fibras musculares. Alelo C tende a favorecer força/potência (fibras tipo II). Alelo G está mais associado à resistência.

    • Como sou heterozigota (C/G) a tendência é um perfil intermediário, com alguma vantagem tanto para endurance quanto para potência.

Perfil esperado

Predomínio de fibras tipo I (resistência) → maior tolerância a treinos longos, aeróbicos. Capacidade mista por conta do PPARA C/G → pode desenvolver potência/força se treinado, mas naturalmente tende ao endurance.

Se você é como eu…

🔹 Se o objetivo for performance em esportes de longa duração → grande vantagem. Para aproveitar fibras tipo I (resistência):

  • Corrida/caminhada de longa duração (≥30 min)

  • Ciclismo, natação contínua

  • Musculação com cargas moderadas, mais repetições (12–20)

  • Treinos intervalados longos (ex: 4x5 min em ritmo forte)

🔹 Se o objetivo for hipertrofia/força máxima → vai precisar de estímulo intenso e consistente. Para estimular fibras tipo II (equilibrar):

  • Treino de força (3–6 repetições, cargas altas, mais descanso)

  • Exercícios explosivos: saltos, sprints, kettlebell swings

  • HIIT de curta duração (ex: tiros de 30s – 1min)

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/