Sintomas não típicos do hipotireoidismo

A glândula tireóide desempenha um papel enorme e fundamental na saúde humana. Localiza-se na região anterior do pescoço abaixo da cartilagem, popularmente conhecida como pomo de Adão. A principal função da tireóide é produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina). Estes hormônios desempenham muitas funções, como o controle dos batimentos cardíacos, da temperatura do corpo, do peristaltismo intestinal e da frequência das evacuações, na migração e diferenciação neuronal, na síntese e secreção de neurotransmissores e até no controle da expressão de genes importantes para o metabolismo de diferentes órgãos e tecidos, inclusive ossos, músculos e tecido adiposo. Nas mulheres pode alterar a ciclo menstrual e a ovulação.

O hipotireoidismo é a alteração mais frequente da tireóide, sua prevalência em mulheres é em torno de 10%, aumentando na menopausa. Em homens é menos frequente (3%). Sintomas clássicos do mal funcionamento da tireóide incluem cansaço, irritabilidade, ganho de peso, sangramento menstrual prolongado ou excessivo, frio, palidez ou inchaço, aumento da tireóide (bócio), prisão de ventre, dores musculares, queda de cabelo, ressecamento da pele, aumento do colesterol e redução da fertilidade.

Quando uma mulher pensa em engravidar, em geral, não pensa em avaliar os níveis de hormônios da tireóide. Porém, a dificuldade constante e a demora pode ser justamente sinal de hipotireoidismo, que afeta a capacidade de conceber um bebê. Isto porque os hormônios tireoidianos afetam diretamente o revestimento uterino, reduzindo a fertilidade e aumentando o risco de abortos espontâneos.

Outro sintoma do mau funcionamento da tireóide é a baixa libido. Com o hipotiroidismo, o metabolismo fica mais lento. Outras glândulas são afetadas inclusive ovários, útero, e supra renais, fazendo os níveis de testosterona e estrogênio caírem. Não deixe o mau humor te consumir. Nem tudo é depressão. Dose os hormônios da tireóide para avaliar o que está acontecendo. Cerca de 66% dos pacientes não respondem aos antidepressivos ou têm efeitos colaterais graves o suficiente para interromper seu uso. A reposição de hormônios da tireóide costuma resolver 50% dos casos, justamente porque a tireóide afeta a libido, o humor e o funcionamento do cérebro.

Ansiedade e transtorno do pânico também são mais comuns em pessoas com a tireóide hipofuncionante. Se um dia você acorda com uma energia física transbordante e no outro, sente-se como uma lesma, converse com seu médico sobre a doença de Hashimoto (tireoidite autoimune). Nesse caso, o sistema imunológico vê a glândula tireóide como uma inimiga que precisa ser atacada. À medida que as células são danificadas ou destruídas, liberam o hormônio tireoidiano armazenado, causando sintomas clássicos de hipertireoidismo, como ansiedade, ataques de pânico, tremores nas mãos, sudorese e coração acelerado. Cada ataque auto-imune causa mais e mais danos à glândula tireóide até que, finalmente, a glândula não seja mais capaz de produzir hormônios tireoidianos adequados. Neste momento aparecem os sintomas do hipotireoidismo (queda de cabelo, depressão, ganho de peso, fadiga severa, nevoeiro cerebral e perda de memória.

O colesterol alto é, frequentemente, a única evidência de uma tireóide pouco ativa em uma pessoa idosa. O problema pode ser diagnosticado como um distúrbio no metabolismo do colesterol. Contudo, é frequente que o problema não seja resolvido com o uso de estatinas. Por isso, sempre que o colesterol aumentar é importante dosar também os hormônios TSH, T3 e T4 livre.

VALORES IDEAIS DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS E OUTROS EXAMES RELEVANTES DURANTE O TRATAMENTO DA TIREÓIDE

A insuficiência cardíaca é um sintoma menos comum do hipotireoidismo, porém frequente em idosos. Contrações mais fracas do coração e ritmo cardíaco mais lento podem ser causadas por redução na produção de hormônios tireoidianos. A falta de tratamento pode evoluir para insuficiência cardíaca, uma doença grave que ocorre quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. O bombeamento ineficaz também faz com que o sangue vá para os pulmões, o que faz com que fiquem congestionados com líquido, aumentando a falta de ar e o cansaço. Inchaço nos tornozelos também pode ser comum.

Dores articulares ou musculares ou perda de equilíbrio também são sintomas do hipotireoidismo. Por fim, depressão e piora da memória também podem ser os únicos sintomas do hipotireoidismo, principalmente em idosos. Cuidar da saúde é importante durante toda a vida e, conforme os anos passos, o acompanhamento médico anual, torna-se ainda mais importante para manutenção da vitalidade e da qualidade de vida.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Autoconhecimento: chave para a felicidade

Você costuma ser ansioso? Está sempre preocupado com o passado, o futuro, a saúde, o trabalho, as finanças, a aposentadoria, a política, os filhos, o peso, as rugas? Isto é comum no mundo acelerado em que vivemos. São tantas as preocupações que o relacionamento adequado de cada um com o próprio Eu fica prejudicado. 

Sua relação com você mesmo deveria ser a mais recompensadora de sua vida. Deveria gerar sempre sentimentos de completa realização e contentamento. Afinal, a única pessoal que vai estar sempre te acompanhando, nos momentos bons e ruins, nos altos e baixos, nas alegrias e nas tristezas, na saúde e na doença e por toda a vida é você mesmo.

Apesar disso, um número enorme de pessoas deixa-se limitar pela baixa autoestima, o que compromete a disposição física, a saúde mental, os comportamentos e os resultados. Por isto, precisamos desenvolver a habilidade de estarmos satisfeitos em nossa própria companhia. Mas no mundo atual, parece cada vez mais difícil. Outro dia li uma pesquisa da Universidade Homboldt (Berlim) que mostrava que a rede social Instagram não contribui para o bem estar das pessoas. Isto porque, a exposição a imagens de pessoas sempre felizes, lindas, ricas, apaixonadas e bem-sucedidas gera enorme pressão, muita comparação inútil.

Em primeiro lugar, ninguém é feliz e sorridente 24 horas. Ninguém está sempre na praia. Ninguém vive uma vida sem desafios. Os filtros das imagens também fazem todo mundo mais bonito, jovem... E se entramos na onda e passamos horas fotografando tudo, aplicando filtros e esperando likes e comentários deixamos o que importa na vida passar. Deixamos as coisas importantes e as pessoas importantes de lado. 

Mas deveria ser o contrário, ao invés de comparações deveríamos ter como meta a busca de uma vida autêntica, que realmente nos represente, que esteja de acordo com nossos valores. Para tanto, precisamos selecionar o que vemos, assistimos, com quem conversamos, com quem interagimos. E para fazermos escolhas boas e saudáveis  precisamos nos amar e nos conhecer bem. E quanto mais nos respeitamos (mesmo quando as coisas dão errado), quanto mais nos conhecemos, mais ficamos satisfeitos com nossa vida, com  nossa aparência, com nossos planos, nosso trabalho, nossos relacionamentos, nossas escolhas e nossa trajetória de vida.

O Instagram e outras rede sociais podem ser uma importante forma de conexão com o mundo. Por outro lado, podem ser uma fuga, uma forma de preencher nossa existência. Outras pessoas usam o álcool, drogas, a comida, o jogo, a pornografia para sentirem-se um pouco melhor, para sentir que a vida está preenchida com algo. Mas outros caminhos precisam ser buscados e o do autoconhecimento é fundamental.

Para fortalecer sua autoestima: (1) mude, em primeiro lugar, pensamentos negativos (falei sobre o assunto nesse outro post); (2) ofereça a si mesmo elogios e reconhecimento quando se sair bem ou quando fizer algo que traga bem-estar a você e aos outros; (3) faça uma lista de 50 coisas pelas quais é grato (sua saúde, o ar que respira, sua inteligência, etc); (4) cuide do seu corpo. Mostre ao seu corpo que o ama oferecendo-lhe alimentos saudáveis e fazendo algum tipo de exercício. Ser amável com seu corpo também inclui dormir o suficiente; (5) trilhe o caminho do autoconhecimento. Não existe uma forma única de fazer isso mas não passe mais tempo se distraindo na internet do que olhando para dentro (pode ser pela meditação, pelo autocoaching, pelas terapias, pelo yoga...).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Passos para a autoestima

A autoestima e a confiança andam juntas. Se nos sentimos valorizados e dignos, não toleramos ser maltratados. Bebês nascem felizes e autoconfiantes. Todos. Mas algumas pessoas possuem referências muito ruins durante a vida e quando percebem a autoconfiança e a autoestima já foram embora. Pode acontecer por conviverem com pais pouco amorosos, violentos ou ausentes física ou emocionamente, por terem caído em relacionamentos anteriores desrespeitosos, por terem passado por algum tipo de abuso em casa ou fora dela. A sensação de vazio pode vir e a carência aumentar. E isso é um perigo pois quanto mais carente a pessoa está mais aceita o que não deve de todo mundo, do parceiro, do professor, do chefe, dos filhos... Pessoas que permanecem em relacionamentos disfuncionais pagam preços altos, psicológicos e às vezes físicos. 

Para o padrão ser rompido algumas atitudes são importantes. O primeiro passo é buscar ajuda. Dependendo do caso pode ser o apoio da família, dos amigos, de grupos de apoio, da igreja ou até da delegacia. O apoio é fundamental para que padrões ruins sejam quebrados e a autovalorização seja possível. O segundo passo é conversar consigo mesmo de forma amorosa (leia aqui). Tem gente que não passou por grandes traumas e mesmo assim sente um vazio. Tem gente que pensa que vai preencher o vazio casando, tendo filhos, viajando, comprando um carrão. Mas quando tudo isso acontece e o vazio não desaparece pensamentos críticos surgem com ainda mais força. A autocrítica é forte na maioria das pessoas. Muitas vezes atendi profissionais bem sucedidos profissionalmente e financeiramente mas com baixíssima autoestima. A autoestima não tem a ver com renda, com profissão, com gênero, com a cor da pele, com o número de amigos, com a religiosidade. Você vai precisar descobrir e acreditar no seu valor. Comece fazendo uma lista das suas realizações. São muitas. Você sabe ler, por exemplo. E com certeza você tem muitas qualidades. Não desvalorize o que é positivo em você.

O terceiro passo é começar a agir de forma confiante e positiva, mesmo que não esteja sentindo-se assim. Tenha a coragem de agir como quer ser. Você quer ser confiante? Aja assim, ande de cabeça erguida. Seu cérebro irá receber mensagens de autoconfiança. Isso te deu ansiedade? Medo de não conseguir? Talvez você esteja precisando de tempo para você, para se conhecer mais. Assim, o quarto passo é desacelerar.

Nosso mundo nos dá um modelo de sucesso de gente que não para, que faz mil coisas, que está sempre correndo de um lado para o outro, sempre ocupado. E nós internalizamos este estilo de vida como o correto. Também vivemos correndo, vivemos fazendo e não temos espaço e tempo para a reflexão, para o autoconhecimento. Este autoconhecimento é importante para a elevação da autoestima. O autoconhecimento pode ser adquirido de muitas formas, com a terapia, com o autocoaching, com a meditação, com o yoga. Mas você precisa se comprometer com você mesmo e com sua autoestima. Invista de forma positiva em sua vida! Alimente-se para deixar seu corpo saudável, forte e bonito. Faça exercícios para ter mais vitalidade, para sentir-se melhor e para ter energia para poder fazer as coisas que ama e para conseguir tomar as decisões que precisa em sua vida.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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