A tireóide é uma glândula e para funcionar bem precisa de condições ideais, como a presença de selênio, iodo, zinco e substâncias protetoras de tecidos como vitamina E, vitamina D, vitamina A, manganês, glutationa e vitamina C. Além da falta de nutrientes o contato com disruptores endócrinos pode afetar negativamente o funcionamento da tireóide, fazendo com que a mesma produza menor quantidade de T3 e T4, hormônios necessários ao controle do metabolismo.
Um disruptor ou desregulador endócrino é um agente exógeno que interfere na síntese, secreção, transporte, metabolismo, ação de ligação ou eliminação de hormônios naturais que estão presentes no corpo e são responsáveis pela homeostase, reprodução e processo de desenvolvimento.
Pesticidas, maquiagens e protetores solares cheios de metais pesados, alimentos industrializados em embalagens contendo ftalatos e bisfenol atuam como disruptores endócrinos. O contato com um único produto provavelmente não causaria grandes problemas. Contudo, estamos frequentemente expostos a substâncias químicas que permanecem no corpo por semanas, anos ou décadas (Calsolaro et al., 2017).
Além da tireoidite de Hashimoto, hipo e hipertireoidismo preocupa o aumento no número de casos de câncer de tireóide no Brasil. Além da genética e idade, os disruptores endócrinos citados acima estão envolvidos no número de aumento de casos (Fiore et al., 2019). No Brasil, o uso de agrotóxicos é elevadíssimo, superando Estados Unidos e China, outros dois grandes consumidores de pesticidas.
Por isso, indica-se a redução no uso de maquiagens e produtos de beleza e higiene contendo metais pesados (isso é ainda mais importante na infância e adolescência), adoção de dieta mais natural, antiinflamatória, com a menor quantidade possível de alimentos ultraprocessados, preferência por alimentos orgânicos e evitação do uso de utensílios de plástico.