Sintomas do hipotireoidismo a partir dos 60 anos (e tratamento ayurvédico)

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Algumas pessoas com mais de 60 anos têm poucos, se algum, sintomas clássicos de hipotireoidismo, enquanto outros apresentam os mesmos sintomas que os mais jovens. Outros ainda têm sintomas de hipotireoidismo que não são típicos, tornando o diagnóstico mais difícil. De acordo com comunicado da Universidade de Harvard qualquer um dos seguintes sinais e sintomas abaixo podem indicar hipotireoidismo em uma pessoa idosa, exigindo rastreamento laboratorial.

  • Aumento do colesterol: esta é, muitas vezes, a única evidência de uma tireóide pouco ativa em uma pessoa idosa. O problema pode ser diagnosticado como um distúrbio de colesterol em vez de hipotireoidismo.

  • Insuficiência cardíaca: contrações mais fracas do músculo cardíaco e ritmo cardíaco mais lento podem ser causados ​​por baixos níveis de hormônios tireoidianos, contribuindo para a insuficiência cardíaca, uma condição séria que ocorre quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. O bombeamento ineficaz também faz com que o sangue volte para as veias que devolvem o sangue ao coração. O sangue volta até os pulmões, o que faz com que fiquem congestionados com o líquido. Os sintomas de insuficiência cardíaca incluem falta de ar, inchaço nos tornozelos, fraqueza e fadiga.

  • Alterações do movimento intestinal: a prisão de ventre é muito comum constipação porque as fezes se movem mais lentamente através dos intestinos quando há queda na produção de hormônios tireoidianos. Um sintoma menos comum de hipotireoidismo é o surto frequente de diarréia - um problema mais comumente associado ao hipertireoidismo. Um dado importante é que algumas pessoas com uma doença auto-imune da tireoide, como a de Hashimoto, também têm a doença celíaca, outra condição auto-imune que pode causar diarréia.

  • Dor articular ou muscular: A dor articular vaga é um sintoma clássico de hipotireoidismo. Às vezes, é o único sintoma de hipotireoidismo em uma pessoa idosa. Muitas pessoas experimentam dores musculares gerais, particularmente em grandes grupos musculares como os das pernas.

  • Problemas psiquiátricos: a depressão clínica é um sintoma comum em pessoas mais jovens com hipotireoidismo, podendo também afetar os idosos, sendo o único sintoma do hipotireoidismo. Alguns adultos mais velhos também desenvolvem psicose com comportamento delirante ou alucinações.

  • Demência: perda de memória debilitante, que é frequentemente, mas nem sempre, acompanhada por depressão ou psicose, também pode ser o único sintoma de hipotireoidismo. Faça exames de saúde regulares e inclua os hormônios da tireóide.

  • Problemas de equilíbrio: o hipotireoidismo pode levar a anormalidades no cerebelo (uma região na parte de trás do cérebro que está envolvida no controle motor). Isso pode causar problemas com a caminhada em pessoas idosas.

VALORES IDEIAS DOS EXAMES

Tratamento convencional do hipotireoidismo

O tratamento padrão envolve o uso diário do hormônio tireoidiano sintético levotiroxina. Determinar a dosagem adequada desta droga pode levar tempo. Assim, o acompanhamento regular com endocrinologista é fundamental. Como efeitos colaterais pode surgir febre, calorões, sensibilidade ao calor, suores, dores de cabeça, nervosismo, irritabilidade, náuseas, insônia, alteraçoes no apetite, perda de cabelo temporária.

É bom lembrar que o medicamento para a tireóide não resolverá as causas do seu mal funcionamento, que vão desde deficiências nutricionais (aminoácidos, zinco, selênio, iodo), intolerâncias alimentares, consumo excessivo de alimentos goitrogênicos, estresse crônico, problemas adrenais, infecções, inflamação crônica, intoxicação por mercúrio ou outras toxinas.

Terapias complementares

O tratamento nutricional é importantíssimo para que carências nutricionais sejam corrigidas. O nutricionista também prescreverá nutrientes que melhorarão a eliminação de toxinas. Irá também sugerir uma dieta que proporcione um bom funcionamento intestinal, o que reduzirá a inflamação e diminuirá a absorção de substâncias estranhas.

Terapias orientais também são recomendadas. A meditação e o yoga reduzem o estresse. A medicina ayurvédica indica o tratamento com a Ashwagandha (raiz da planta Withania somnifera) considerada um adaptógeno, que beneficia o sistema nervoso e a tireóide. Estudos mostram redução na ansiedade, nos níveis de estresse (Gannon et al., 2019), melhoria da memória e da função cognitiva (Choudhary, Bhattacharyya, & Bose, 2017), além de aumento dos níveis de hormônios tireoidianos (Sharma, Basu, & Singh, 2018), de forma segura. Altos níveis de T4 podem gerar estresse oxidativo. Os radicais livres que formam oxidam as membranas lipídicas das células e danificam as células. Porém a Ashwagandha é um antioxidante eficaz, capaz de eliminar os radicais livres, reduzir a peroxidação lipídica e o estresse oxidativo, o que diminui o risco da suplementação.

Segundo o Ayurveda, um aumento nos doshas de Vata e Kapha é o principal responsável pelo hipotireoidismo. Ashwagandha pacificaria estes doshas (aprenda mais sobre este tema aqui). Ashwagandha também promove um sono reparador, o que ajuda a reduzir os níveis de estresse. Estar muito ocupado, fazendo muitas coisas ao mesmo tempo pode esgotar a tireóide. Esteja mais em contato com a natureza e aprenda a descansar!

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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