Dieta cetogênica no tratamento da epilepsia

Avanços nas pesquisas mostram que dietas pobres em carboidratos e ricas em gorduras (dietas cetogênicas)  podem reduzir a excitação cerebral, tendo ação anticonvulsivante e antiepiléptica (Pereira et al., 2010).

O fígado converte gorduras a corpos cetônicos, os quais chegam ao cérebro e são utilizados como fonte de energia. Para a pesquisadora Dra. Mackenzie Cevenka a dieta cetogênica é eficiente para tratar pelo menos metade dos adultos epilépticos graves e resistentes a drogas convencionais. De acordo com pesquisadores do Hospital Johns Hopkins a dieta costuma ser segura mesmo para crianças. Com a redução das crises a dieta contribui ainda para a melhor estimulação e desenvolvimento psicomotor.

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É bom destacar que há necessidade de acompanhamento e individualização por profissionais especializados na área já que a dieta pode ter efeitos colaterais como letargia, anorexia e complicações gastrointestinais (Hirano et al., 2015), atraso no crescimento, acidose metabólica e dislipidemia (Vilches, 2016). 

A suplementação de nutrientes específicos pode ser necessária. Nutrientes como  vitaminas B6 e C, os minerais manganês, magnésio e zinco, além do inositol também vem sendo estudados como coadjuvantes do tratamento das convulsões e epilepsia.

DIETA CETOGÊNICA PASSO A PASSO (para leigos).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Ácido valpróico (Depakene, Depakote) aumenta o risco de autismo?

O valproato sódico ou ácido valproico (Depakene ou Depakote) é um anticonvulsivante e estabilizador de humor muito usado no tratamento de epilepsia, convulsões e transtorno bipolar. No transtorno bipolar serve para prevenir episódios de mania (euforia) e de depressão. Muitos neurologistas o indicam no tratamento do autismo, isoladamente ou em associação à outras drogas como litio, carbamazepina, topiramato e levetiracetam.

Contudo, o ácido valpróico é utilizado em estudos laboratoriais justamente para induzir o autismo em animais. Por exemplo, em estudo publicado este ano por Du e colaboradores (2017)  comportamentos típicos do autismo foram induzidos em em camundongos utilizando-se o ácido valpróico.

Pesquisadores tentam avaliar como reduzir o risco de autismo gerado pelo uso de drogas e outros poluentes ambientais. Uma das esperanças está na administração de grandes quantidades de vitamina D a gestantes e crianças. Na tentativa de compreender melhor a hipóteses, Du e colaboradores (2017) induziram comportamentos típicos do autismo em camundongos utilizando o ácido valpróico. 

Metade dos camundongos posteriormente receberam uma dose única de vitamina D em altas quantidades. O grupo suplementado com vitamina D demonstrou melhor desenvolvimento físico, menos comportamentos repetitivos e melhor interação social. O mesmo foi visto em outros estudos realizados anteriormente (Jia et al., 2015; Schneider e Przewlocki, 2005).

A vitamina D parece atuar como um neuroprotetor e tem um efeito na neurotransmissão e neuroplasticidade. Estudos mostram que a suplementação de altas dosagens de vitamina D melhora a sintomatologia do autismo em até 75% das crianças. Já a suplementação de altas doses da vitamina D na gestação de mulheres que já possuem um filho autista reduz as chances de desenvolvimento do transtorno em um novo bebê. Por isto, caso precise utilizar drogas como o ácido valpróico para tratamento do autismo converse com um nutricionista ou médico sobre a suplementação de vitamina D.

Estudo publicado em 2016 também mostrou que a exposição pré-natal (durante a gestação) ao ácido valpróico induz aberrações neurocomportamentais em camundongos. Neste caso, os pesquisadores apostaram em outro tipo de suplementação: a de ômega-3. Com o ácido docosahexaenóico (DHA) células do cérebro foram recuperadas. Também houve aumento do número de neurônios maduros no hipocampo. Os dados sugerem que a suplementação de DHA tem um papel neuroprotetor importante, melhorando inclusive disfunções de aprendizagem e memória (Gao et al., 2016).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Comendo as tristezas

Estudo publicado na revista científica Motivation and Emotion mostrou que a tristeza é uma emoção que tende a durar mais do que outras, como vergonha, desgosto ou irritação. Isto acontece porque tendemos a remoer, reviver as situações tristes várias vezes. 

Às vezes situações que estão fora de nosso controle nos deixam tristes. Não podemos controlar estas situações mas podemos controlar nossas reações a elas. Por exemplo,  podemos controlar se, diante de uma situação triste, conversaremos com alguém ou nos trancaremos no quarto. Se sairemos para dar uma volta no parque ou atacaremos o pote de sorvete.

Para a psicóloga Shira Gabriel comer diante de situações tristes é um comportamento aprendido, provavelmente na infância. O alimento na infância é associado ao cuidado, ao amor dos pais e dos avós, a situações de conforto. As pessoas não pensam "vou comer a torta inteira pois estou triste e quero minha mãe", mas para o cérebro é exatamente isso o que acontece.

Mas, assim como aprendemos a lidar com a tristeza comendo, podemos aprender outras estratégias igualmente eficazes: 

1) Meditar ou simplesmente prestar atenção na respiração. No curso online alimentação consciente foco justamente na seleção de sua atenção para que não desconte a tristeza na comida. Você aprenderá como se manter no presente, por meio do foco na respiração e em práticas de atenção plena.

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2) Evitar se expor a situações que te deixam triste ou distraindo-se com desenho, pintura, composição de poesias ou canções, atividades físicas intensas.

3) Ressignificar a tristeza, observando-a sem julgamentos. Algumas perguntas a se fazer quando estiver triste: (1)  Qual o sentido dessa emoção em mim?; (2) Por quê estou triste?; (3) Que aspectos de mim aprendo quando me sinto desta forma?; (4) Como posso crescer com esta experiência?

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/